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O que fazer em tempos de crise, de recrudescimento da história, de violência generalizada? Foi a partir dessa questão que dois jovens coletivos de teatro, o Comitê Escondido Johann Fatzer e a Formação 18 de Teatro, se juntaram para este projeto de ocupação no prédio histórico da Rua Maria Antônia que sedia o Teatro da USP e o Centro Universitário Maria Antônia. Entre 29 de agosto e 15 de setembro, o prédio será palco dessa ocupação que inclui temporadas dos espetáculos Terra Tu Pátria, do Comitê, e Impasse, ou isso não é uma peça é um Golpe!, da Formação, uma agenda de debates, exibição de filme e intervenções em conjunto. Da junção dos dois coletivos e espetáculos nasce uma ocupação cheia de indagações: Que tempos vivemos? Que “democracia” é essa? Que meios estamos encontrando para lutar e resistir? Espaços de construção coletiva e de debate ainda são espaços de potência? A ocupação se apresenta como ato coletivo entre dois grupos jovens de teatro que se encontraram para criar um espaço de intersecção entre arte e fomento ao debate acerca das recentes conjunturas do país.

Terra Tu Pátria | Comitê Escondido Johann Fatzer | quintas e sábados, 20h, e domingos, 17h | 80 min.
 Em Terra Tu Pátria, o Comitê Escondido Johann Fatzer age sobre documentos da história recente do Brasil. O espetáculo ressoa gritos acumulados ao longo dos últimos anos. Olha para esses documentos como quem olha para as ruínas de um tempo perdido, e se permite imaginar um outro future possível. A falência do mundo institucional e politico brasileiro aqui é matéria para a criação de uma peça – ou um delírio coletivo – diante da realidade que se apresenta.

O coletivo surgiu em 2017, da junção de jovens artistas inconformados com a situação política do país e que queriam se utilizar do teatro como meio para dialogar sobre isso. O primeiro trabalho, Não ouço os passos de ninguém entre os escombros, é um espetáculo/instalação a partir de texto de Heiner Müller e se apresentou na USP e na V Mostra Cena Emergente no SESC Florianópolis. Seu mais novo trabalho, Terra Tu Pátria, estreou na Oficina Cultural Oswald de Andrade no final do ano passado. Apresentou-se também no Itaú Cultural em janeiro e teve uma temporada no Teatro de Contêiner em junho deste ano.

Atuação: Danilo Arrabal, Giovanna Monteiro, Julia Pedreira, Maíra do Nascimento e Rafael de Sousa | Direção: Vicente Antunes Ramos | Escrita dramatúrgica: Julia Pedreira | Cenografia: Ana Tranchesi | Iluminação: Matheus Brant | Composição sonora: Paulo Sampaio e Pedro Canales | Projeção: Ilê Sartuzi

Impasse, ou Isso não é uma Peça, é um Golpe! | Formação 18 | sextas e domingo, 20h; sábado, 17h | 130 min.
 A partir de uma reflexão sobre a recente conjuntura  política do país e com inspirações no filme Terra em Transe (1967) do cineasta Glauber Rocha, a Formação 18, coletivo oriundo da Escola Livre de Teatro de Santo André, convida o espectador a participar de uma intervenção cênica-itinerante em que fragmentação e contraposição de narrativas dão a tônica ao debate proposto.

A f18 é um coletivo de artistas de diferentes regiões da cidade, que se encontrou no Núcleo de Formação de Atores e Atrizes da ELT, onde desenvolveu exercícios cênicos com direção e olhar de diversos artistas, como Cuca Bolaffi, Dinho Osvaldo Hortêncio, e Neca Zarvos. Destaca-se o experimento cênico Hamlet: a quintessência do pó, dirigido por Antônio Salvador, o qual foi apresentado em equipamentos públicos, além de uma adaptação apresentada no SESC Santo André. É de 2016 a montagem de Impasse: ou isso não é uma peça, é um golpe, espetáculo de conclusão de terceiro ano do curso. A peça teve sua estreia na ELT e realizou temporadas na Oficina Cultural Oswald de Andrade (Festival Pé dentro, pé fora, 2017), Casa da Palavra e Teatro de Contêiner, além de equipamentos de cultura da cidade de Diadema.

Criação e Pesquisa: Turma 18 do Núcleo de Formação de Atrizes e Atores da ELT, artistas orientadores e parceiros da equipe técnica | Coordenação Geral: Cris Rocha | Elenco: André Vidal, Dani Fontana, Dennis Rodrigues, Grasi Gontijo, Jefferson Silvério, Jennifer Souza, Joy Catharina, Julia Pedreira, Marcos Emanoel, Shirley Melo e Zen Damasceno | Textos: Alexandre Dal Farra e Turma 18 | Orientadores: Cris Rocha (atuação); Gisele Calazans (corpo); Rodrigo Mercadante (música); Alexandre Dal Farra (dramaturgia); Júlio Dojcsar (cenografia) | Assistência Geral: Lindsay Castro | Figurino: Thaís Dias | Confecção de figurino e customização: Elza Dias | Iluminação e operação de luz: Felipe Stucchi | Assistência de iluminação: Jonatha Ferreira | Máscara Porco: Zé Valdir | Produção: Marcos Emanoel

 29.08, 17h30 |  Mesa 1 | Os mais recentes projetos de crise: política institucional brasileira atual | com Paulo Arantes (filósofo e professor da USP); Lincoln Secco (historiador e professor da USP); Alexandre dal Farra (dramaturgo do grupo de teatro Tablado de Arruar) e outros convidados.

30.08, 17h30 | Mesa 2 | O permanente estado de exceção em tempos de dita democracia | com Débora Silva, fundadora e coordenadora do movimento Mães de Maio, movimento independente de mães em combate aos crimes do estado; Rose Nogueira, jornalista, militante e presidenta do grupo Tortura Nunca Mais, grupo de apoio a torturados políticos, familiares de mortos ou desaparecidos durante o período de ditadura civil-militar no país) e outros convidados.

05.09, 17h30 |  Mesa 3 | O Estado e a sofisticação dos mecanismos de repressão | Camila Marques, advogada e coordenadora do Centro de Referência Legal em Liberdade de Expressão e Acesso à Informação da Artigo 19 (ONG de direitos humanos que atua na defesa e promoção dos direitos a liberdade de expressão e da informação); Maria Teresa Cruz, jornalista da Ponte Jornalismo (canal de jornalismo independente e investigativo, voltada para a questão dos direitos humanos no Brasil, que busca contribuir para a consolidação da democracia no país)

06.09, 17h30 | Mesa 4 | A cidade enquanto espaço de disputa histórica | História da Disputa, Disputa da História (Projeto historiográfico sobre dinâmicas urbanas e o direito à memória); Movimento Passe Livre (Movimento social autônomo de luta pelo transporte publico e o direito à cidade); e Paloma Franca Amorim (escritora e educadora amazônida).  

12.09, 17h30 | Mesa 5 | Urgências do tempo, urgências da forma | Janaína Leite (pesquisadora, performer e atriz); Lucienne Guedes (professora da UNICAMP, atriz, dramaturga); Coletiva Ocupação (grupo de teatro formado por ex-estudantes secundaristas que participaram das ocupações de 2016, criadores do espetáculo Quando Quebra Queima, dirigido por Martha Kiss Perrone); Engenho Teatral (um dos grupos de teatro mais antigos da cidade São Paulo, em atividade desde 1979); e outros convidados.

04.09, 17h30 | Sessão comentada de Terra em Transe | Exibição do filme Terra em Transe (1967) de Glauber Rocha com comentários. A atividade se propõe a discutir as nuances estético-formais e discursivas do gesto artístico no calor dos “momentos de transe políticos”.

 NO CALOR DA HORA | Ocupação conjunta: TERRA TU PÁTRIA e IMPASSE | Classificação 10 anos Quando | 29 de agosto a 15 de setembro de 2019 Onde | TUSP – Teatro da USP | Centro Universitário Maria Antônia R. Maria Antônia, 294 – Vila Buarque, São Paulo – SP, 01222-010 Informações: (11) 3123-5222 | usp.br/tusp | fb.com/teatrodauspoficial Quanto | espetáculos: R$ 20/10 | demais eventos gratuitos