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O Teatro da Universidade de São Paulo, a partir de 11 de abril de 2016, dá início ao XV Ciclo do Programa TUSP de Leituras Públicas. A edição tem como tema “Teatro e Sociedade do Brasil nos Anos de 1960”, e conta com textos de Lauro César Muniz, Bráulio Pedroso, Gianfrancesco Guarnieri, Jorge Andrade, Plínio Marcos, Nelson Xavier, Boal,  Vianinha, e outros.

A abertura do ciclo acontece em São Paulo com o dramaturgo, encenador e professor Sérgio de Carvalho, que faz uma apresentação das obras em seu contexto histórico e sociocultural. A temática do ciclo foi sugerida justamente em função da temporada da Cia. do Latão, a partir de maio aqui no TUSP. Os textos no formato em que serão lidos resultam do trabalho do Laboratório de Investigação em Teatro e Sociedade (LITS), centro de pesquisa e estudos coordenado por Sérgio de Carvalho no Departamento de Artes Cênicas da ECA/USP.

O programa partiu dos textos criados para Primeira Feira Paulista de Opinião (1968), que teve por mote a pergunta: “o que pensa você do Brasil de hoje?”, e inclui ainda A Mais Valia vai Acabar, seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho e Mutirão em Novo Sol de Nelson Xavier e Augusto Boal. A luta de classes, a resistência e a censura são temas que perpassam todos os textos deste Ciclo, além de uma investigação estética sobre uma dramaturgia brasileira, livre do modelo tradicional do drama burguês, política e combativa.

Programa de Leituras Públicas propõe, a cada ciclo semestral, leituras de uma seleção de peças teatrais a partir da obra de autores ou temas específicos, realizadas pelo público presente em encontros abertos com a coordenação da equipe artístic0-pedagógica do TUSP. A ação converge com o programa Universidade Aberta à Terceira Idade, mas não se limita, porém, a este público. A mediação das Leituras é realizada pelo agente cultural do TUSP, Otacílio Alacran.

Confira o cronograma das leituras na capital:
11.04 | Abertura: Sérgio de Carvalho
25.04 | I Feira Paulista de Opinião (1º ATO)
09.05 | I Feira Paulista de Opinião (2º ATO)
23.05 | Mutirão em Novo Sol
06.06 | A Mais-valia Vai Acabar, Seu Edgar

Programação
11 de abril | Abertura Sérgio de Carvalho
Professor de Teoria e Crítica do Departamento de Artes Cênicas da USP e Diretor da Companhia do Latão, grupo que desde 1996 atua na reflexão crítica sobre a sociedade e na politização da cena.

25 de abril | I Feira Paulista de Opinião – 1º ATO
A I Feira Paulista de Opinião foi organizada a partir de uma pergunta feita aos envolvidos: “O que pensa você do Brasil de hoje?”
O primeiro ato da Feira contou com colaborações de Edu Lobo (“Tema”), Caetano Veloso (“Enquanto seu Lobo não vem”), Lauro César Muniz (“O Líder”), Bráulio Pedroso (“É tua a história contada”), Ary Toledo (“ME E. U.U. Brasil Brasileiro”) e Gianfrancesco Guarnieri (“Animália”).

09 de maio | I Feira Paulista de Opinião – 2º ATO
O segundo ato da Feira contou com colaborações de Jorge Andrade (“A receita”), Sérgio Ricardo (“Espiral”), Plínio Marcos (“Verde que te quero verde”), Gilberto Gil (“Miserere”) e Augusto Boal (“A lua muito pequena e a caminhada perigosa”).

23 de maio | Mutirão em Novo Sol, de Nelson Xavier e Augusto Boal
Escrita por Xavier e Boal em 1961 a partir do caso real de uma revolta de lavradores ocorrida anos antes em Santa Fé do Sul, interior de São Paulo, Mutirão em Novo Sol é um dos textos mais importantes do teatro brasileiro. Moderna e pouco conhecida, a peça inaugurou uma sequência de espetáculos de temática camponesa produzidos antes do golpe de 1964, influenciando o Cinema Novo do período, e teve encenações marcadas pela sofisticação e experimentalismos inéditos no teatro épico brasileiro.

06 de junho | A mais-valia vai acabar, seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho
A mais-valia, fundamento do modo de produção capitalista, é o tema da peça A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar de Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha). Com diálogos em versos rimados, a peça mostra a briga do Proletariado contra a exploração econômica dos Capitalistas. A encenação de estreia, pelo Teatro de Arena em 1960, dirigida por Chico de Assis, contava com uma colagem de filmes exibidos ao fundo do palco, selecionados e montados pelo cineasta Leon Hirszman.