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XXI Circuito Tusp de Teatro | setembro/outubro 2024

Desde 2008, o Circuito Tusp de Teatro oferece formas diversificadas de convívio com a experiência cênica, cultivando o hábito da fruição teatral entre a comunidade universitária e o público externo, com a apresentação de espetáculos e workshops gratuitos. Neste segundo semestre de 2024, o evento atinge sua 21ª edição, trazendo a Bauru, Ribeirão Preto e São Carlos espetáculos mais uma vez selecionados por edital público, aberto a todo o Brasil, numa perspectiva de democratização e pluralidade dentro das artes cênicas.

Dentre os 204 inscritos, três foram selecionados: Sacarose, Ópera febril e Três pratos de trigo para três palhaces tristes. Oriundos, respectivamente, de São Paulo, São José dos Campos e São Carlos, podem ser identificados no conjunto dos três recortes muito distintos de abordagens estéticas sobre o mundo do trabalho.

Nessa tríade, enfatizam-se os meios de produção e as formas de exploração do trabalho, além de seus desdobramentos e afetações no trabalhador. Sacarose, de Edu Rosa – que como dramaturgo já tinha sido selecionado na edição inicial de nossas Dramaturgias em Processo –,  e Ópera febril, da Cia. do Trailler, optam por usar o teatro documentário como estética regente, enquanto Três pratos de trigo para três palhaces tristes, da Trupe Tópatu, vai pelo caminho da palhaçaria e da metalinguagem. Os espetáculos lidam com as ideias de desempenho, cansaço e escravidão moderna e discutem a própria linguagem teatral na sociedade contemporânea.

Ópera Febril | 75 min. | 14 anos
São Carlos: 27/09, sex 20h; Bauru: 11/10, sex 19h; Ribeirão Preto: 18/10, sex 20h

Ópera febril mergulha na essência do trabalho, desde a sociedade fabril até os dias atuais, explorando suas nuances e desafios contemporâneos.

A encenação nos transporta por dois momentos cruciais na evolução da exploração do trabalho para aqueles que não detém os meios de produção. Primeiramente, somos levados ao cerne da fábrica, uma instituição que simboliza condições de trabalho dúbias, com alta demanda de produtividade e poucas seguridades, além de um sistema opressivo. Em outro momento, questiona-se a ideia dissimuladamente libertária do “patrão de si mesmo”, onde a voz interna do trabalhador o persuade a se entregar totalmente ao trabalho, sacrificando seu bem mais precioso: o tempo. A peça é uma reflexão intensa sobre a natureza do trabalho e sua transformação ao longo do tempo, destacando os dilemas e as complexidades que permeiam nossa relação com o labor. Para tanto, leituras filosóficas – como as de Byung Chul-Han – sobre a sociedade contemporânea promovem um pano de fundo para a discussão performática e documental que enlaçam o local e o global, o passado e o presente, e a permanente exploração dos trabalhadores.

Diretor: Marcelo Soler | Codiretor: André Ravasco | Dramaturgista: Caren Ruaro, em processo colaborativo com o grupo | Consultor em dramaturgia: Luís Alberto de Abreu | Atuadores/documentaristas/músicos: André Ravasco, Andrei Gonçalves, Caren Ruaro, Laura Ramalho e Rafael Braga | Cenógrafa e figurinista: Livia Loureiro | Iluminador e Técnico: Renato de Souza Junior | Diretor Musical: Marco Antônio Machado | Diretor Assistente e Preparador Musical: Rafael Braga | Compositores: Marco Antônio Machado e Rafael Braga (melodia e arranjos); André Ravasco, Caren Ruaro, Laura Ramalho, Leticia R Ferreira Netto, Marco Antônio Machado, Rafael Braga (letras) / Consultora em história e filosofia: Leticia R Ferreira Netto / Produção: O Grupo / Designer gráfico: Victor Corrêa / Designer de imagens: Ed Trawtmam

Sacarose | Livre | 60 min.
São Carlos: 25/09, qua 20h; Bauru: 13/10, dom 19h; Ribeirão Preto: 19/10, sáb 20h

Em Sacarose, Edu Rosa realiza um cruzamento entre suas memórias pessoais e as memórias históricas do Brasil. O artista é oriundo de uma família de migrantes nordestinos que vieram para o interior paulista para trabalhar nas usinas açucareiras da região. Durante sua infância e adolescência, ele testemunhou os abusos trabalhistas estabelecidos entre as usinas e seus familiares, ex-boias-frias.

A peça opera no limite entre realidade e ficção, fazendo uso de depoimentos dos familiares do artista em contraste à figura de um narrador que busca trazer para a cena a discussão sobre vestígios de nosso passado colonial que se mantém em vigência no tempo presente. A dramaturgia do espetáculo foi selecionada no 1º edital das DRAMATURGIAS EM PROCESSO do TUSP (2021).

Direção, Dramaturgia e Performance: Edu Rosa | Produção: Luciana Venâncio (Movicena Produções) | Assistência de Direção: Gustavo Braunstein | Sonoplastia: Heloísa Badu | Iluminação: Marina Meyer | Figurino: Ângela Sauerbronn | Cenário: Edu Rosa e Gustavo Braunstein | Montagem e operação audiovisual: Juliana Yurk | Assistente de iluminação: Hellen Nicolau

Três pratos de trigo para três palhaces tristes | 12 anos | 50 min.
São Carlos: 26/09, qui 20h; Bauru: 12/10, sáb 19h; Ribeirão Preto: 17/10, qui 20h

A palhaça Tatah e os palhaços Astolfo e Orelhão revelam os bastidores do grande espetáculo da Trupe Tópatu. No camarim, longe dos holofotes, o que vemos são três tristes figuras que convivem com o cansaço, a exaustão e a possibilidade de felicidade cada vez mais distante. Até que certo dia um acontecimento inesperado pode alterar suas rotinas.

Direção: Gabriel Bodstein | Dramaturgia: Gabriel Bodstein e Trupe Tópatu | Dramaturgismo: Bruno Garbuio | Direção musical: Alexandre Scarpelli | Elenco: Bruno Garbuio (Palhaço Orelhão), Dani Busatto (Palhaça Tatah), Marcel Fatibello (Palhaço Astolfo) | Produção: Bruno Garbuio e Ana Garbuio | Figurinos: Dani Busatto | Cenografia: Anny Lemmos | Concepção de iluminação: Iratã Campos | Iluminador: Iratã Campos | Sonoplastas: Alexandre Scarpelli e Nádia Stevanato

AGENDA DE APRESENTAÇÕES

Ópera Febril
São Carlos: 27/09, sex 20h
Bauru: 11/10, sex 19h
Ribeirão Preto: 18/10, sex 20h

Sacarose
São Carlos: 25/09, qua 20h
Bauru: 13/10, dom 19h
Ribeirão Preto: 19/10, sáb 20h

Três Pratos de Trigo para Três Palhaces Tristes
São Carlos: 26/09, qui 20h
Bauru: 12/10, sáb 19h
Ribeirão Preto: 17/10, qui 20h

ENDEREÇOS

São Carlos
SALA TUSP no Centro Cultural da USP São Carlos | Av Carlos Botelho, 1465 – Centro | Campus USP São Carlos

25/09  Sacarose
26/09 Três Pratos de Trigo para Três Palhaces Tristes
27/09 Ópera Febril

Sempre às 20h

Bauru
Teatro Universitário “Dioracy Fonterrada Vieira”  | FOB Bauru |Alameda Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75, Cid. Universitária

11/10 Opera Febril
12/10 Três Pratos de Trigo para Três Palhaces Tristes
13/10 Sacarose

Sempre às 19h.

Ribeirão Preto
Teatro do Campus | Balão Central do Campus USP |  Ribeirão Preto – SP

17/10 Três Pratos de Trigo para Três Palhaces Tristes
18/10 Ópera Febril
19/10 Sacarose

Sempre às 20h.