ISSN 2359-5191

15/07/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 71 - Ciência e Tecnologia - Museu de Zoologia
Lesmas, polvos e caracóis em exposição no Museu de Zoologia

São Paulo (AUN - USP) - Catar conchinhas na praia, saborear uma porção de lulas fritas, observar um caramujo no jardim. Estas ações nunca mais serão as mesmas para quem visitar a nova exposição no Museu de Zoologia da USP (MZUSP). A mostra Moluscos: jóias da natureza faz um passeio por este rico grupo de seres vivos, o segundo maior em diversidade, perdendo apenas para os artrópodes (insetos, aracnídeos e crustáceos).

Com curadoria do professor Luiz Ricardo Lopes de Simone, a exposição dá uma idéia da ampla presença dos moluscos no planeta. Eles ocupam ambientes marinhos, de água doce e terrestres, e têm várias utilidades para os seres humanos, desde a alimentação até o equilíbrio ambiental.

Os moluscos de água doce são constituintes importantes do ecossistema, pois têm papel fundamental na manutenção do equilíbrio ecológico, atuando na reciclagem de nutrientes, principalmente o cálcio. Na medicina, a contribuição também é relevante: algumas espécies são utilizadas na fabricação de remédios. Estes animais de corpo mole muitas vezes são lentos e tornam-se alvos fáceis de predadores. Para proteção, secretam certas substâncias, que podem ser venenosas, mas também podem ser bactericidas, anticoagulantes e antitumorais.

Na cozinha, os moluscos costumam ser muito apreciados. Pratos não raro sofisticados incluem bivalves, como ostras, mexilhões e mariscos, cefalópodes, representados pelo polvo e pela lula, e gastrópodes – o requintado escargot.

Por mais úteis que sejam, uma das principais utilizações dos moluscos não tem utilidade prática, a não ser a de levar beleza aos olhos dos colecionadores. As conchas podem apresentar as formas mais variadas e uma grande diversidade de cores e tamanhos. São verdadeiras jóias da natureza, fazendo jus ao título da exposição – sem esquecer as pérolas. Para quem aprecia a conquiliologia – a arte de colecionar conchas – a exposição é uma oportunidade para ver exemplares raros, vindos de várias partes do mundo, e conhecer algumas curiosidades. A bela concha do náutilo, por exemplo, cresce em uma espiral logarítmica, cuja equação foi desenvolvida por René Descartes em 1638.

Nem tudo é beleza no mundo dos moluscos. Além de algumas espécies venenosas e outras que se tornam pragas agrícolas, a mostra alerta para os vetores de doenças humanas e veterinárias. São as espécies hospedeiras dos parasitas que causam esquistossomose e fasciolose.

Outro importante alerta dado pela mostra, que pode ser visitada no MZUSP até o mês de novembro, é o da necessidade de preservação. Os muitos benefícios trazidos pelos moluscos podem estar com os dias contados. Todas as espécies nativas brasileiras estão ameaçadas de extinção, devido à degradação do meio ambiente. Mais de mil espécies foram catalogadas pelo professor Luiz Ricardo, durante 12 anos de pesquisas. O resultado está no livro Moluscos de terra e água doce do Brasil, publicado em 2006. A obra começou a preencher uma lacuna nesta área – a maior parte dos moluscos brasileiros ainda é desconhecida.

Serviço:
Moluscos: jóias da natureza
Museu de Zoologia Av. Nazaré, 481 – Ipiranga
de terça a sexta feira das 8 às 18 horas, sábados, domingos e feriados das 9 às 18 horas ingresso: R$ 2
(11) 6165-8100 www.usp.br/mz

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