ISSN 2359-5191

17/05/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 05 - Sociedade - Museu de Zoologia
Museu de Zoologia se auto-retrata em exposições de fotografia

São Paulo (AUN - USP) - O Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo se abre ainda mais ao público. Um olhar objetivo e documental e outro olhar apaixonado pelo museu dialogam em fotografias expostas a partir do dia 21 de maio na nova Galeria de Exposições Temporárias do museu.

Fascinado pelo espaço, o fotógrafo Ronaldo Aguiar, que apresenta Revelando Bastidores, pediu permissão para fotografar as dependências do museu, que reúne mais de 8 milhões de espécimes animais. A princípio, era um trabalho de cunho pessoal, partia da paixão do artista pelo museu e os animais que ele abriga. Depois foi o museu quem pediu a Aguiar para expor as fotos, fruto de visitas do artista à instituição que se estenderam por meses e ainda continuam.

A professora Miriam Marques, uma das curadoras da exposição, ressalta a subjetividade do trabalho de Aguiar. Ela explica que, para os cientistas que freqüentam o museu, faz parte da rotina transitar por corredores abarrotados de animais empalhados e mesas cobertas de livros de zoologia. Já para quem visita pela primeira vez, o museu e o acervo causam um efeito muito mais profundo.

É justamente esse efeito que motiva Aguiar a continuar suas visitas ao museu e fazer planos de estudar taxidermia com os profissionais da instituição. Aguiar continua fotografando.

Esse fascínio não fisgou só Aguiar. Para Wagner Souza e Silva, o outro fotógrafo que participa da exposição com A Zoologia na Arquitetura, o museu teve um efeito intrigante. Contratado originalmente para tirar fotos documentais de detalhes arquitetônicos do prédio que abriga o museu, Souza e Silva foi dando vida ao concreto das estátuas com sua obra rica em contrastes. O que era para ser documento acabou fascinando os diretores do museu.

Ele aproveitou obras de restauração do prédio para subir nos andaimes e observar mais de perto os detalhes das placas de cerâmica que adornam a fachada do edifício, ainda muito bem conservadas. Descobriu e retratou também o que havia por baixo de grossas camadas de tinta látex em algumas paredes do prédio.

O revestimento tosco cobria os moldes originais em gesso utilizados na confecção das placas de cerâmica da fachada. As fôrmas foram colocadas nas paredes internas da escadaria e saguão central do prédio como decoração em alto relevo. Regina Tirello e sua equipe do Centro de Preservação da Cultura descobriram a beleza das fôrmas ao remover, durante uma limpeza, anos de acúmulo de sujeira e a grossa camada de látex.

O resultado é um redescobrimento da arquitetura singular do prédio e a valorização do imenso acervo disposto por seus corredores. Trata-se de um trabalho de paixão ao espaço. Curadores de primeira viagem, os diretores do museu, Miriam Marques e Carlos Brandão, inauguram a Galeria de Exposições Temporárias com essa homenagem à instituição.

Ao todo são 49 fotos que permanecem em exposição até o dia 22 de agosto de terça a domingo das 10h às 17h. O museu fica na Av. Nazaré, 481, Ipiranga. O ingresso custa R$2,00, sendo a entrada franca para visitas de escolas públicas e visitantes de até seis anos ou com mais de 65 anos de idade.

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