Com-Arte Publica Romance de Autor Revelação Ambientado na Ditadura Militar

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No meio do nada, há um posto à beira da estrada, muito frequentado por caminhoneiros e outros viajantes. Em volta, só cana-de-açúcar a se perder de vista e a usina. A cidade mais próxima situa-se a cerca de 80 km. O posto prospera. Além de combustível, oferece outros serviços: uma borracharia, uma oficina mecânica, um restaurante, um motel e um alojamento para os funcionários. O posto é uma ilha cujos habitantes são reificados na rotina dos serviços, sempre os mesmos, sem alteração, dia após dia. Ali se desenrola o cenário de Um Sol Amarela Girafa.

Capa do livro Um Sol Amarela Girafa

No ano de 1969, o Ato Institucional no 5 entrou em vigor, agravando a ditadura militar e a repressão no Brasil. Também é o ano da chegada do homem à Lua. Essa antítese vem a ser um dos efeitos de sentido irônicos do texto: de um lado, a barbárie da ditadura; por outro lado, um grande feito da civilização.

Na mesmice dos dias, onde a data se perde e as horas só são sabidas pelas trocas dos turnos, as notícias quase não chegam. Mas quando chegam, colocam em risco os planos, sonhos e desejos de alguns dos funcionários.

No centro da narrativa, encontra-se Ana Pirapora. Além de protagonista, ela conta a história em primeira pessoa, numa linguagem fluente e ágil que estiliza a oralidade popular. Por meio de seu relato minucioso, o leitor toma conhecimento dos feitos das personagens e dos fatos passados no lugar. Ana tem 20 anos de idade, é garçonete no restaurante, atende no turno da noite e da madrugada, e mora no alojamento dos funcionários. Poupa seus salários, esconde o dinheiro no colchão e sonha juntar o suficiente para sair de lá, ir para a cidade e estudar medicina.

A rotina se quebra com a chegada de um jovem, que viera de carona com um caminhoneiro. No restaurante, ele se embebeda e chora. Acudido por Ana, que se esforça para consolá-lo, ele desabafa e declara ser fugitivo, sem mais explicações. Ana deduz que o jovem seria um militante político de esquerda, perseguido pela polícia, e, comovida, se dispõe a ajudá-lo. Ela o apresenta ao dono do posto. Ele se identifica com um “nome de guerra” – Clóvis – e aceita o emprego de gerente do restaurante, no mesmo turno em que Ana servia. Naquele lugar esquecido e isolado do mundo ele esperaria “a poeira baixar”, até que pudesse voltar a São Paulo, cidade de onde viera.

Conhecemos outros tantos personagens e suas vidas, tão cheias e vazias ao mesmo tempo. E no meio dessas histórias, entrigas, reviravoltas, amores nascem e morrem.

Eis a sinopse do enredo de Um Sol Amarela Girafa, romance de estreia de Daniel Eusthaquio, um escritor talentoso que merece ser lido pelo público e notado pela crítica.

Autor: Daniel Eustachio
Título: Um Sol Amarela Girafa
Páginas: 160
Formato: 14 x 21 cm
ISBN: 978-85-89321-04-0
Ano: 2021
Preço: R$ 39,00