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Educação através da rede

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São Paulo, a terra da seca

 

Por William Nunes
USP Imagens/Marcos Santos

Os cursos ministrados pela Universidade são originais. Entre eles está a disciplina de História da Contabilidade

USP e Unicamp fecham parceria para ministrar aulas on-line e ampliar acesso ao conteúdo universitário

Cursos on-line e a distância sempre foram alvo de preconceito e de dúvidas em relação à sua qualidade de conteúdo. No entanto, há três anos essas impressões mudaram e esse tipo de ensino passou a ser mais aceito. Segundo dados do Censo EAD.BR de 2011, realizado pela Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância), existem mais de 3,5 milhões de estudantes conectados e, dessa quantidade, 77,2% fazem algum tipo de curso livre em busca de aperfeiçoamento profissional.

Recentemente, a Universidade assinou uma parceria com a Coursera, uma empresa internacional voltada para a tecnologia da educação. O projeto consiste em produzir cursos on-line e gratuitos com o conteúdo de instituições renomadas, como a Stanford. Apesar das infinitas plataformas disponíveis, a Coursera é pioneira nesse ramo e, para o pró-reitor de Pesquisa José Eduardo Krieger, é justo este o diferencial e por ser uma empresa muito reconhecida, ela se torna mais restritiva. “Isso é importante porque ela identificou a USP e a Unicamp [que também entrou no projeto] como suas principais parceiras”, diz.

Outro benefício que a Coursera traz para a Universidade é a internacionalização. No entanto, Krieger ressalta que este não é o objetivo central do programa. “Subir nos rankings através de internacionalização será apenas uma consequência. O fundamental é que você melhore a qualidade do seu produto. Nós não fazemos isso para subir nas pesquisas, mas para aprimorar cada vez mais o nosso ensino”, explica ele.

A USP também é uma instituição pública, que custa aos cofres do governo e ao bolso da população. Os novos cursos on-line contemplam o retorno exigido pela sociedade. “Imagine que com uma solução dessas a gente consegue, de fato, ter uma aula sendo aproveitada por uma pessoa que não teria a chance de vir até aqui e sem prescindir da qualidade”, comenta Edgard Cornacchione, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA).

Foto: Ismael Belmiro

Edgard Cornacchione, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA)

O conteúdo

Atualmente, são oferecidos quatro cursos dentro da plataforma e são eles: Fundamentos e Linguagem de Negócios, História da Contabilidade, O Sistema Previdenciário Brasileiro: Características e Aspectos Distributivos e Origens da Vida no Contexto Cósmico. Apesar de estarem hospedadas em um sistema estrangeiro, as aulas são dadas em português. Cornacchione ministra cursos on-line na Coursera e, segundo ele, o objetivo é não utilizar legendas em inglês no início, para abarcar o público lusófono e os estrangeiros interessados em aprender a língua portuguesa. “No segundo momento não vejo razão para não migrarmos para outros idiomas. Mas inicialmente a ideia é focar o português e ter material de qualidade nesta língua”, comenta.

Os cursos que estão sendo desenvolvidos pela Universidade são todos originais, como, por exemplo, o de História da Contabilidade. Isso que dizer que os conteúdos transmitidos são inéditos e buscam complementar o que é visto em sala de aula e também contemplar pessoas que buscam fundamentos e curiosidades. “Eu posso não querer ser jornalista, mas posso ter interesse em conhecer um pouco de jornalismo”, exemplifica o professor Cornacchione. Ele acrescenta que dar cursos introdutórios não significa dizer que a plataforma seja só para conhecimento superficial. “Não gostaria de dar essa impressão. A nossa estratégia é de usar os cursos básicos como orientação nesse primeiro momento. É a primeira gota para a gente entender melhor como se chega a um público grande.”

Além desses aspectos, existe uma diferença entre o planejamento de um curso on-line e uma aula presencial propriamente dita. Além de ser uma modalidade e um público diferentes, o modo como o conteúdo é entregue também muda. Nas aulas foi desenvolvido um jogo para tablets e computadores para ensinar História da Contabilidade. “Em uma aula presencial eu posso até usar o jogo no laboratório de informática, mas é forçar um pouco a situação. Se estou em casa, na frente do computador, soa mais natural”, explica o professor Cornacchione. Segundo ele, o jogo estando integrado à plataforma da Coursera vai permitir uma avaliação educacional mais fiel. “Eu não vou precisar de uma prova escrita e consigo isso de uma maneira mais evoluída e apropriada aos objetivos educacionais desse curso. Esse é apenas um exemplo do que podemos fazer de vantajoso no ambiente on-line”, completa.

Objetivos e visão futura

Difundir bem o conteúdo e manter um controle de qualidade são dois dos principais objetivos. A Coursera tem uma base de dados contendo números importantes que são analisados e transformados em informação para aprimorar os cursos on-line. São oferecidos workshops nos quais são veiculadas essas experiências. “A vantagem é o fato de você estar lidando com o melhor e sabendo o que funciona e o que tem que ser mudado”, esclarece Krieger.

Foto: Ernani Coimbra

Pró-reitor de Pesquisa José Eduardo Krieger no evento que anunciou a nova parceria

Além de adquirir o know-how que a Coursera tem para oferecer, outro objetivo é produzir em parceria com as outras plataformas online que já existem na Universidade. Os quatro cursos já disponíveis foram realizados com auxílio da Fundação Vanzolini, que, segundo Krieger, tem vasta experiência na área e uma boa infraestrutura. “A USP já é muito rica e o que estamos tentando fazer é otimizar o que já existe e trazer mais alguns conceitos novos”, completa.

No que diz respeito ao público-alvo, além de universitários brasileiros, estudantes de ensino superior da América Latina estão no foco. Apesar de existir certa competição com as oportunidades que existem na Europa e nos Estados Unidos, há pessoas que buscam o conhecimento no Brasil. O pró-reitor de Pesquisa diz que eles querem começar por meio dos latino-americanos e chegar mais facilmente a potenciais candidatos que venham para a USP em busca de formação superior. “A expectativa é que alcancemos um público grande”, comenta o professor Cornacchione. Em relação à divulgação do projeto, não começar muito expansivamente foi algo pensado. A proposta é que, inicialmente, busquem-se métodos para apoiar os professores que estejam interessados com algum tipo de suporte, especialmente em infraestrutura e investir na qualidade. “Um professor fazer isso tudo sozinho, sem apoio, é muito complicado”, diz o professor.

Adesão de docentes e discentes

O acesso aos novos cursos não será restrito a estudantes das universidades credenciadas. Os projetos vinculados à Universidade ainda estão em seu início, porém o professor Cornacchione não descarta a participação de novos docentes e convida-os a se subscreverem a esta nova ideia. “Eu vejo com bons olhos o fato da USP e da Unicamp estarem presentes como as pioneiras nessa parceria no Brasil, porque estou certo de que no futuro teremos uma quantidade muito grande de professores e pesquisadores estimulados a colaborar, desenvolver, gerar conteúdo para essa plataforma e permitir que alcancemos um público ainda maior. A mensagem é de otimismo, é positiva”, conclui ele.

Serviço

Caso esteja interessado em participar do projeto como professor, entre em contato com a Pró-Reitoria de Pesquisa.

Telefone: (11) 3091-3548
E-mail: prp@usp.br
Site: http://www.prp.usp.br/

Mais informações: https://www.coursera.org/courses

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