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Entre 1997 e 2008, as ferrovias brasileiras foram privatizadas e, desde então dados mostraram que sua produção dobrou, medida em toneladas transportadas por quilômetro útil (TKU). O total transportado foi de 450,5 milhões de toneladas em 2007, mostrando um crescimento de quase 78% em relação a 1997.
Com o objetivo de avaliar essa evolução no transporte ferroviário no Brasil, o pesquisador Rafael Antonio Cren Benini, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), analisou a concentração na indústria de transporte ferroviária brasileira, realizou um benchmarking entre concessionárias e verificou se as metas estabelecidas para elas para investimentos, aumento de produção e redução de acidentes foram atingidas.
Segundo Benini, a privatização trouxe uma redução de acidentes e aumento nos investimentos, nos empregos, na produtividade, mas não resultou na redução dos preços. Os investimentos realizados nas malhas concedidas à iniciativa privada subiram de R$ 574 milhões em 1997 para R$ 4,3 bilhões em 2008. Os empregos diretos e indiretos aumentaram de 16.662 em 1997 para 37.720 em 2008 e o número de acidentes caiu cerca de 80%.
Dados do Banco Mundial (Bird) indicaram que, de 1996 até 2003, as concessionárias aumentaram a receita por TKU transportado em 12,8% e melhoraram a produtividade por empregado (291,5%), por quilometragem de malha (78,7%), por número de locomotiva (23,6%) e por número de vagões (53,9%).
A pesquisa orientada por José Vicente Caixeta Filho, professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq, analisou a concentração de mercado de 11 malhas do Brasil: Sul, Nordeste, Carajás, Vitória a Minas, Centro-Leste, Ferroeste, Paulista, Norte, Sudeste e Teresa Cristina. O resultado mostrou que as linhas ferroviárias são altamente concentradas, com poucos concorrentes e com a concessionária sendo a firma líder em sua malha.
A conclusão do estudo indicou que o modelo de privatização brasileiro foi positivo. Mas, mesmo melhorando os principais indicadores de produtividade, a estrutura ainda precisa de alguns ajustes, entre eles o controle dos preços praticados para o transporte ferroviário. Outro ajuste seria a separação contábil entre concessionária da malha fixa e a operadora de transporte a fim de mostrar os custos envolvidos em cada operação, com o objetivo de aumentar a competição das firmas operadoras de transporte ferroviário.
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