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Ideia é resgatar, dar tratamento, castrar, vacinar e colocar para adoção
Quem frequenta a Cidade Universitária já está acostumado a encontrar cachorros nas ruas, praças e nos arredores das faculdades e instituições da Universidade. As largas dimensões do campus fazem dele um lugar convidativo aos que querem abandonar seu animal sem serem flagrados. Diante dessa realidade, a Prefeitura da Universidade de São Paulo – Capital (Pusp-C) mantém um abrigo temporário em suas dependências e recolhe cães abandonados pelo campus.
O canil, que funciona desde 2001, possui uma proposta diferente de abrigos comuns. O objetivo não é simplesmente capturar os cães espalhados pela Universidade. “Na verdade a nossa ideia é resgatar, dar tratamento, castrar, vacinar e colocar para adoção”, explica José Eduardo de Sá Sonnewend, chefe da divisão técnica socioambiental da Prefeitura e responsável pelo canil. “Por isso que a gente chama de abrigo temporário, porque o objetivo é que o cão ganhe um lar depois de passar por aqui.”
Desde o começo de 2011, a Pusp-C tornou-se mais atuante nos assuntos do abrigo. Até então ela apenas fornecia o espaço e ajudava nos gastos com a alimentação dos animais. O resto das tarefas – dar banho, passear, levar ao veterinário, organizar as adoções – era feito pelos voluntários do USP Convive, programa que desde 2001 assiste animais abandonados no campus, e da ONG Patinhas Online. Atualmente a Prefeitura possui dois funcionários que se ocupam diariamente dos cães, os cuidadores, e projeta uma melhor estruturação de todo o processo. Sonnewend explica que está sendo estabelecida uma parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ). “Faltava esse entrosamento”, declara. “A gente está criando rotinas, determinando o que compete à Prefeitura e aos cuidadores, aos voluntários e à FMVZ. A divisão de tarefas tem que estar bem organizada para que o projeto flua da maneira correta.”
A FMVZ e a Pusp-C lançaram em 2011 o Promac (Programa de Monitoramento Animal do Campus da Capital). O objetivo é identificar e cadastrar os animais espalhados pela Cidade Universitária – cães em sua grande maioria. Segundo o professor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal (VPS) Ricardo Augusto Dias, um dos responsáveis pelos acordos da faculdade com a Prefeitura, foi realizado durante o ano passado o estudo dos animais do campus e, a partir de março deste ano, estes receberão chips eletrônicos com informações básicas sobre cada um: se é castrado, se tem doenças, entre outras coisas. Os identificados poderão ser levados gratuitamente ao Hovet (Hospital Veterinário) da FMVZ. Além disso, Dias pretende aumentar a participação da faculdade no abrigo, criando uma equipe qualificada para a captura dos cães. “Queremos ajudar nesse serviço. Às vezes pode ser necessário administrar droga analgésica, ou até armadilhas em último caso, e nós possuímos melhor qualificação para isso.”
A Prefeitura promove ainda campanhas para inibir o abandono de cães na Cidade Universitária. Quem nunca viu em algum ponto do campus um cartaz com os dizeres Abandono de animais é crime. Estamos de olho? Segundo Sonnewend, os totens surtem efeito e menos cães são deixados. As campanhas são feitas principalmente nas férias, quando o número de abandonos aumenta e o de adoções diminui.
Cuidadores e voluntários
Mas quem cuida diariamente destes cachorros? Quem captura os animais pelo campus? Além dos dois cuidadores bancados pela Pusp-C, existem os voluntários vinculados ao USP Convive e à ONG.
O USP Convive foi criado em 2001 por um grupo de professores da Universidade, resultado de dois anos de estudos e reflexões a respeito do abandono de animais no campus. Antes da institucionalização do canil pela Prefeitura, os voluntários – professores, alunos e funcionários – bancavam todos os gastos e faziam todo o trabalho. Elizabeth Raboczkay, hoje um dos cuidadores contratados, fez parte do programa durante dez anos e explica que no começo nem mesmo o canil eles possuíam. “As pessoas vinham para adotar os cachorros e eles estavam espalhados pelo campus. A gente não encontrava [os cães] e o pessoal ia embora sem levar nada.”
Elizabeth trabalha na USP há 36 anos e sempre se envolveu com a questão do abandono de animais na Universidade. Antes funcionária da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), chegava a ir ao canil três vezes por dia, até ser contratada definitivamente pela Prefeitura no ano passado. Agora, ocupa-se somente dos cães. “Meu dia a dia é corrido. Toda hora tem alguma coisa para fazer”, conta. Com a ajuda dos voluntários, os cuidadores alimentam os animais duas vezes ao dia e, no último domingo do mês, realizam mutirões para banho e passeio. Além disso, são responsáveis por capturá-los, trabalho muitas vezes desafiador. Elizabeth diz já ter tirado cachorro até de dentro de esgoto na Cidade Universitária.
A ONG presta ajuda ao abrigo desde 2005. Além de auxiliar no cuidado dos cães com voluntários, a instituição providencia veterinários e promove, através de seu site, o apadrinhamento dos cachorros. Cada cão possui em média cinco padrinhos que depositam todo mês treze reais a serem gastos no cuidado do animal.
O canil abriga hoje cerca de 100 cães e funciona acima de sua capacidade máxima. Para Sonnewend, o objetivo é, com a estruturação do projeto, diminuir este número progressivamente e erradicar o abandono de cães no campus. “Ideal seria não haver abandono e não ter nenhum cachorro aqui”, declara.
seg, 29 de junho
dom, 28 de junho
dom, 28 de junho
sáb, 27 de junho
sáb, 27 de junho
sex, 26 de junho
sex, 26 de junho
ter, 2 de junho
parabens pela iniciativa.
só não ficou claro comoserá realiado o processo de adoção.
Onde, quando, o q necessita.
abraços
paulo
Professor Ricardo, parabéns por estar envolvido nesta belíssima ação de resgate dos animais para, quem sabe, lhes dar um lar permanente.
Fantástica iniciativa de todos que estão envolvidos nesse trabalho. PARABÉNS!
Parabéns pela iniciativa e determinação. Lutar contra essa situação é realmente muito difícil. Sucesso a todos os envolvidos.
Excelente notícia. Parabéns a todos envolvidos neste trabalhoa de amor aos animais.