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Retrospectiva com ares inéditos

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A Universidade contribuindo para a cidade

 

Por Carolina Oliveira
Das 12 obras expostas, 8 são inéditas. As outras 4 já haviam sido exibidas no MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro

Das 12 obras expostas, 8 são inéditas. As outras 4 já haviam sido exibidas no MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro

Exposição do escultor José Resende na Pinacoteca traz novas peças do artista, buscando, ao mesmo tempo, relembrar meio século de trajetória

 

A partir do dia 25 de abril, a Pinacoteca do Estado de São Paulo recebe exposição do escultor brasileiro José Resende. A mostra, que fica aberta até o dia 14 de junho, visa a fazer uma retrospectiva da obra do artista em 12 peças, sendo oito delas feitas especialmente para esta ocasião. Mas fica a pergunta: como fazer uma retrospectiva com artigos inéditos? “O propósito é meio paradoxal, porque você está relembrando, mas com material que nunca foi exposto antes”, explica Resende. Para o coordenador da exposição, José Augusto Ribeiro, embora as obras sejam exclusivas, elas mantêm a marca que o autor desenvolveu para si ao longo de sua trajetória: “Ele vem trabalhando com procedimentos e materiais que são recorrentes”, explica Ribeiro. “Assim, formas que marcam o trabalho do artista desde os anos 1950 reaparecem agora na Pinacoteca.”

Entre os vários aspectos da obra de Resende, destaca-se o diálogo com o cotidiano, por meio do uso de materiais industriais e padronizados, presentes no dia-a-dia de qualquer pessoa. “Uma das singularidades do trabalho é justamente como ele lida com esses materiais e como consegue inventar e encarar o inventivo no campo da pesquisa tridimensional a partir desses materiais que são do mundo prático”, avalia Ribeiro.

As 12 peças expostas serão espalhadas por vários locais do prédio da Pinacoteca: além das salas especiais destinadas aos trabalhos, esculturas do artista também poderão ser vistas na entrada e nos corredores do local. “Além da mera apresentação das peças tridimensionais, a mostra propõe uma outra relação com a arquitetura do edifício”, diz Ribeiro. Tal dinâmica foi proposta pelo próprio José Resende, que vem auxiliando na organização do espaço.

José Resende já foi professor da ECA na década de 1970

José Resende já foi professor da ECA na década de 1970

Além da mostra, um catálogo está sendo elaborado, e, segundo Ribeiro, a ideia é que ele seja lançado durante o período de andamento da exposição. O material conterá mais informações sobre a obra de Resende, com imagens de peças do artista e textos analíticos. “O catálogo acaba complementando a exposição no sentido de evocar a trajetória do artista de forma mais detalhada”, afirma o coordenador da mostra.

O artista

Resende iniciou sua carreira em meados dos anos 1960 e já teve obras expostas em vários museus brasileiros e internacionais. Uma de suas peças, por exemplo, pode ser encontrada ao ar livre entre as 14 esculturas fixadas na Praça da Sé: a obra Quadro-Negro.

Ele já foi professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP) nos anos 1970, além de ter iniciado sua pós-graduação, ligada à história da arte, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Apesar de atualmente não lecionar mais na USP, o artista ainda mantém contato com a Universidade. “Como vários amigos são professores aqui, às vezes participo de alguns eventos a convite deles”, diz. O mais recente desses eventos foi em 2014, quando Resende foi chamado pela professora Sonia Salstein para participar de um simpósio na ECA.

 

Incentivo à arte nacional

Christiana Carvalho/PRCEUA Pinacoteca do Estado de São Paulo, localizada na Estação da Luz, é um dos espaços artísticos mais visitados da cidade: apenas em 2014, quase 600 mil pessoas passaram pelas exposições do local. A localização central do museu, além de seus preços populares, faz com que a arte seja cada vez mais acessível à população paulistana, o que, para José Resende, é bastante benéfico. “Em São Paulo, acredito que a Pinacoteca seja um dos espaços públicos mais abertos em relação à arte, e esse foi um dos grandes incentivos que tive ao ser convidado para fazer a exposição lá”, explica.

Além disso, um dos projetos da Pinacoteca é justamente a valorização da produção artística nacional: além da exposição de José Resende, o espaço também receberá, em abril, obras do artista plástico Nelson Felix. “É uma programação que busca contribuir para uma escrita da história da arte brasileira e para o pensamento crítico da arte feita no País”, completa Ribeiro.

 

Serviço: A exposição das peças de José Resende ocorre entre os dias 25 de abril e 14 de junho na Pinacoteca do Estado de São Paulo, que fica na Praça da Luz, 2.  O espaço funciona de terça a domingo das 10h às 17h30, e às quintas, permanece aberto até as 22h.

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