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Universidade oferece apoio para a inovação

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Carros e meio ambiente em São Paulo

 

Por Ana Luiza Tieghi

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Ideias inovadoras movimentam a economia e a USP possui formas de auxiliar os empreendedores criativos

 

Uma ideia em que ninguém havia pensado. Um método inovador que pode mudar a forma de se fazer algo. Tudo isso pode ser chamado de inovação. O termo está em alta e significa uma forma nova de produção, pensamento ou desenvolvimento. Como todas as coisas novas, pode causar estranheza e ser até mesmo considerada arriscada, mas sem ela a humanidade para de evoluir e torna-se obsoleta.

Ao criar uma maneira inovadora de realizar um processo, inventar uma tecnologia, o mercado se reestrutura e novas oportunidades de emprego surgem. Geralmente a inovação acarreta o aparecimento de cargos mais especializados, que necessitam de uma formação profissional sólida.

As universidades, com seus milhares de alunos, professores, laboratórios, bibliotecas e pesquisas, são naturalmente o lugar ideal para que a inovação apareça. O ambiente universitário possui as condições necessárias para que uma ideia pioneira surja e cresça, mas para que isso realmente ocorra é necessário investir nessas ideias.

“A Universidade começou a entrar na questão da inovação vista como um vilão. Todo mundo se habituou a dizer que nós, no Brasil, produzimos muita ciência, mas, por outro lado, nossas universidades contribuem muito pouco para a inovação”, afirma o pró-reitor de Pesquisa, professor Marco Antonio Zago. Muito conhecimento sempre foi criado, mas ele acabava se perdendo, uma vez que não havia o incentivo necessário para que a ideia crescesse e atravessasse os muros das escolas.

“A Universidade está interessada, ela quer participar”, afirma o pró-reitor de Pesquisa, Marco Antonio Zago, sobre a inovação

“A Universidade está interessada, ela quer participar”, afirma o pró-reitor de Pesquisa, Marco Antonio Zago, sobre a inovação

Isso se devia a uma mentalidade que não considerava o dever da Universidade com a sociedade que a mantém. “No passado, a Universidade era muito fechada, pensava que não tinha que ficar ligada nas questões do dia a dia. Isto mudou. Hoje as pessoas entendem que ela tem que dar respostas à sociedade, que deve participar desse processo”, conta Zago.

Para ajudar a mudar esse panorama, foi criada a Agência USP de Inovação. Como conta o pró-reitor, “a agência surgiu com a visão de que nós precisávamos de um instrumento, que não existia, para fazer a ligação entre a Universidade e os setores produtivos da sociedade”.

A instituição trabalha com a criação de patentes e desenvolvimento de ideias que possam levar à inovação em diversos setores, desde o tecnológico até o social. Apesar de dar todo o apoio para que novas patentes sejam criadas, fornecendo auxílio jurídico e comercial, ela “não é só um escritório de patentes”, como defende o seu coordenador, professor Vanderlei Salvador Bagnato.

O trabalho é feito em conjunto com a comunidade acadêmica. A agência oferece bolsas para estudantes que tratam de temas que envolvam a inovação. Também realiza oficinas e olimpíadas voltadas para a questão, como uma forma de instigar a comunidade acadêmica a se envolver com o assunto, e fornece apoio para a concessão de direitos autorais em ideias inovadoras e na elaboração de projetos de pesquisa.

Segundo Bagnato, a agência realiza todas essas ações por meio de convênios com empresas, cursos de aperfeiçoamento em parceria com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e cooperações internacionais para uso do conhecimento.

A difícil tarefa de entrar no mercado

Se a universidade é terreno fértil para que ideias inovadoras surjam, também é um local onde muitos possíveis empreendedores se encontram. Ao criar algo novo, a comercialização da descoberta não precisa ser necessariamente feita por indústrias que já existam, o que deixa a pergunta: por que não investir em um negócio próprio?

Segundo Franco Lazzuri, com a ajuda do Cietec as novas empresas entram mais preparadas no mercado

Segundo Franco Lazzuri, com a ajuda do Cietec as novas empresas entram mais preparadas no mercado

Ser empreendedor no Brasil não é tarefa fácil. Com tantos impostos, falta de preparo e concorrência do mercado, boa parte dos novos negócios fecha em pouco tempo. Segundo pesquisa feita em 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 48,2% das empresas fecham em até três anos após sua criação. Para dar uma força para as empresas que estão começando – as chamadas startups – e incentivar o sentimento empreendedor nos estudantes, existem as incubadoras de empresas.

O Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), órgão que funciona em parceria com a USP, Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) e a SDECT (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo), é uma incubadora que está presente em várias cidades do Estado, além da capital.

Para que uma startup seja incubada pelo Cietec (www.cietec.org.br), é necessário que seus fundadores participem do processo de seleção da instituição, que consiste da apresentação da ideia inovadora, entrega dos currículos e uma posterior avaliação técnica do projeto.

Como conta Franco Lazzuri, gestor de Tecnologia da Informação (TI) da incubadora, “o grande desafio do Cietec é conseguir se relacionar com o mercado e crescer”. Na instituição, os empreendedores têm toda a infraestrutura necessária para que a empresa funcione e se desenvolva, como espaço físico, internet e telefone, além de apoio jurídico, registro de patentes, assessoria para lidar com a propriedade intelectual, marketing e comercialização dos produtos criados pelas empresas incubadas.

O Cietec também auxilia no relacionamento com laboratórios da USP, o que facilita o trabalho de pesquisa na inovação e promove a participação dos alunos da Universidade nos projetos empresariais. “Os laboratórios funcionam como parceiros”, afirma Lazzuri. “O apoio da USP é um dos fatores mais importantes [para o sucesso das startups], ele modifica até mesmo o modo com que o mercado vê a empresa”, complementa. Essa colaboração entre startups e a Universidade também beneficia diretamente os alunos. “É uma via de duas mãos, as empresas servem de laboratório, de referência para teses de mestrado, doutorado e agora até mesmo para trabalhos de conclusão de cursos”, conta o gestor do Cietec.

Mesmo com todo o apoio recebido por meio da incubadora, os primeiros anos de uma empresa são sempre complicados. “É muito difícil para as startups fazerem as primeiras vendas”, afirma Lazzuri. Mas as empresas que começam no Cietec têm um diferencial: seus primeiros clientes são grandes corporações, como Itaú, Vale, Microsoft e Natura. Lidar com as expectativas desses clientes exige muito dos novos empreendedores, mas também garante credibilidade para a empresa desde o início.

O papel da Universidade

CreativityA USP possui vários projetos que incentivam as ideias inovadoras, como a Agência de Inovação e o Cietec, mas o pró-reitor de Pesquisa afirma, “não é a universidade que vai mudar o panorama da inovação no País”. Não se pode esquecer que o papel central de uma universidade é a educação.

“A inovação é um processo que não ocorre fundamentalmente na universidade. Ela se faz essencialmente no setor produtivo, nas empresas e órgãos governamentais que atuam na gestão da sociedade. Porque é a elas que interessa diretamente a inovação, são elas que se beneficiam imediatamente”, complementa Zago. A introdução de novos métodos de produção e a descoberta de novos produtos beneficiam a cadeia produtiva e consequentemente as empresas que nela atuam.

A USP faz sua parte despertando o espírito empreendedor nos alunos e dando suporte para que suas ideias cresçam. “A Universidade está interessada, ela quer fazer, quer participar, mas não é a principal autora no fenômeno da inovação”, declara o pró-reitor.

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