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Os benefícios de um sono tranquilo

Pesquisas confirmam que a qualidade do sono interfere em nossa saúde

Por Márcia Scapaticio

Há algum tempo o ato de dormir vem ganhando importância em nosso cotidiano, pois a má qualidade do sono interfere diretamente na saúde de muitos brasileiros. Por esse motivo, o sono nosso de cada dia é objeto de estudo de importantes instituições de ensino da cidade de São Paulo; USP e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) possuem centros que, além de desenvolver pesquisas, prestam atendimento à população.

O Laboratório do Sono do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq-HC) funciona desde 1990 como um centro de estudos sobre distúrbios do sono e assistência aos pacientes que procuram o local. Exames de polissonografia, que monitoram o período em que a pessoa dorme para descobrir todos os fatores que influenciam o sono, e outro, que pode medir o tempo que o paciente leva até dormir, são disponibilizados. Segundo o dr. Flávio Aloé, um dos coordenadores do laboratório, “o diagnóstico mais frequente é o transtorno respiratório durante o sono, os conhecidos roncos e apneias”; já a temida insônia “pode ser relacionada com ansiedade, depressão e dor muscular”, completa.

Entrada do Instituto do Sono

O Instituto do Sono da Unifesp foi fundado em 1992 e também desenvolve trabalhos relevantes na área, como diagnósticos, pesquisas e aprimoramento profissional, através de cursos de especialização. A doutora Luciana Palombini participa há seis anos do instituto e diz que a “maior preocupação é a apneia (ronco com paradas respiratórias no meio da noite), pois está associada a complicações cardiovasculares e metabólicas, como hipertensão e derrame cerebral, diabetes e obesidade”, explica.

De acordo com dados do Laboratório do IPq, as mulheres entre 30 e 50 anos de idade são as que mais sofrem com a insônia; já o ronco e apneia atingem, em sua maioria, homens em torno dos 45 anos. Tal distúrbio pode afetar as mulheres, mas é comum que isso ocorra no período da menopausa.

Uma pesquisa feita pela Unifesp constatou que os moradores da cidade de São Paulo estão dormindo meia hora a menos por noite. Esse dado foi evidenciado num período de 20 anos, mostrando que o tempo médio na cama durante os dias de semana é de sete horas e meia, já aos finais de semana há um acréscimo de uma hora nesse período.

Sobre esse fato, Luciana reforça que o importante é acordar bem disposto para enfrentar o dia: “Não existe um horário ideal fixo, a maior parte das pessoas precisa de sete a oito horas, mas a necessidade de sono é uma predisposição genética. Há indivíduos que dormem cinco horas por dia e se sentem bem e outros que precisam de mais tempo”. Como uma pequena dica, a médica afirma que “o sono normal é a associação da quantidade (número de horas) certa e qualidade adequada”.

A doutora Luciana Palombini apresenta quartos dos pacientes

Um alerta comum dos dois profissionais é a necessidade de conscientização da população sobre o assunto. Para Aloé, é importante que as pessoas durmam o tempo adequado, procurem deitar e levantar em horários regulares e não usem a cama para ler, ver televisão ou alimentar-se.

Luciana também alerta para a medicação sem receita médica. “É fundamental procurar orientação médica. Todo remédio para insônia, se tomado por muito tempo, causa algum efeito colateral. Então, quando algum sintoma relacionado aos distúrbios do sono é percebido, é imprescindível que se procure o tratamento adequado através de um especialista em medicina do sono.”

 

 

Serviço:

Laboratório do Sono do Instituto de Psiquiatria (IPq-HCFMUSP)

Rua Dr. Ovídeo Pires de Campos, 785
Fone: (11) 3069-6518

Instituto do Sono da Unifesp
Rua Napoleão de Barros, 925
Fone: (11) 2149-0188/5908-7222

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