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Projeto Ciclotron une assistência médica à pesquisa acadêmica

Por Márcia Scapaticio

Gonzalo Vecina, superintendente do Hospital Sírio-Libanês e Marcus Boulos, diretor da Faculdade de Medicina da USP

Gonzalo Vecina, superintendente do Hospital Sírio-Libanês e Marcus Boulos, diretor da Faculdade de Medicina da USP

Projeto é uma parceria estabelecida entre Instituto de Radiologia do HCFM, Hospital Sírio-Libanês e Secretaria de Estado da Saúde

A produção de radiofármacos utilizados em exames para o diagnóstico de tumores cancerígenos e em pesquisas acadêmicas é o objetivo desenvolvido pelo projeto Cliclotron. A parceria estabelecida entre o Hospital Sírio-Libanês, o Instituto de Radiologia do HCFM e Secretaria de Estado da Saúde procura beneficiar pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e contribuir para estudos e pesquisas, não apenas oncológicos, mas, também, em áreas correlatas na medicina, como cardiologia e neurologia.

O emprego da tecnologia molecular, recurso que serve à obtenção de imagens internas do corpo humano, tem como função efetuar diagnósticos e emitir um laudo sobre o estado do paciente em exame. Esse mecanismo viabiliza a ação do Ciclotron, máquina responsável pela fabricação de radiofármacos isótopos de vida curta que têm de ser injetados nos examinados em menor tempo possível. A glicose produzida pelos radiofármacos entra em contato com a célula tumoral e, através da absorção efetiva de radiação, é verificada a existência do tumor.

De acordo com o diretor do Centro de Medicina Nuclear do HCFM, professor Carlos Alberto Buchpiguel, o Ciclotron era uma ideia antiga; um projeto que já estava em desenvolvimento e foi viabilizado pelas parcerias. “É um esforço conjunto; empresas de tecnologia e consultoria, professores e profissionais de áreas específicas, como químicos, farmacêuticos, engenheiros, administradores, além dos médicos que já estavam envolvidos.” Sobre a viabilidade do projeto, Buchpiguel diz que há uma fase de implementação, um mecanismo de gestão a fim de constatar os gastos que a Universidade poderá assumir; além da necessidade de autorização das agências reguladoras, fato que demanda tempo.

Cerimônia de lançamento do projeto Ciclotron

O recurso da imagem molecular desenvolvido pelo projeto é menos agressivo quando comparado à patologia clínica, na qual o tecido é retirado do paciente e, depois, analisado; contudo, o professor atenta ao fato de que determinado recurso não substitui os procedimentos da biopsia e da citologia e deve ser utilizado em situações específicas, de forma determinada. Além da utilização na área oncológia, a imagem molecular pode ser empregada em diagnósticos de neurologia, neuropsiquiatria e mal de Alzheimer.

O viés importante dessa ação conjunta menciona Buchpiguel, é o consenso em privilegiar a população que usufrui do sistema público de saúde e intensificar o apoio à pesquisa visando à expansão do projeto em áreas médicas diversas.

A parceria se estende ao setor privado de saúde, no caso o Hospital Sírio- Libanês (HSL). O superintendente do HSL, Gonzalo Vecina Neto, associa a motivação da parceria ao desenvolvimento de projetos na área de ensino e pesquisa. Como existem profissionais do HSL que são professores da Faculdade de Medicina da USP, fez-se a oportunidade da concretização da infra – estrutura, no caso, atender à demanda por radiofármacos do Sírio- Libanês e do HCFM ou, até mesmo, vender a produção a outras instituições. “Os recursos obtidos com a produção excedente serão direcionados ao estudo e a pesquisa, um dos objetivos norteadores do Ciclotron”, afirma Gonzalo Vecina.

Os exames realizados com essa tecnologia através da parceria ocorrem no HC, já os pacientes do Sírio-Libanês têm seu atendimento vinculado ao sistema privado de saúde, representado pelo hospital.
Carlos ALberto Buchpiguel e Gonzalo Vecina concordam na relevância do projeto Ciclotron ao país. Segundo Buchpiguel, a singularidade da proposta em questão advém do contexto que visa a incorporar assistência médica ao ensino e à pesquisa, tornando a geração de conhecimento e progresso na área da saúde de extrema valoração para o Brasil.

2 comentários sobre “Projeto Ciclotron une assistência médica à pesquisa acadêmica”

  1. Kátia disse:

    Ótima matéria, só tenho a observar que o nome do diretor do Centro de Medicina Nuclear/FMUSP é Prof. Dr. Carlos Alberto Buchpiguel e não Antonio Carlos Buchpiguel como consta na matéria publicada.

  2. Márcia disse:

    Olá Kátia. Em nome da redação gostaria de agradecer o seu comentário,desculpar-me pelo equívoco ocorrido com o nome do professor e dizer que o mesmo já foi corrigido.

    Obrigada, continue participando.

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