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Por Gustavo Paiva
O período de abril a setembro é o de maior circulação do vírus da gripe. Neste mês começa também a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso
No dia 25 de abril começa a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso contra a gripe. O objetivo da campanha, realizada no Brasil desde 1999, é imunizar pessoas a partir dos 60 anos e a população indígena contra o vírus da gripe.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, todo ano 15% da população mundial é atingida pelo vírus influenza, causador da doença, e são registrados 3,5 milhões de casos graves. Dados da última Campanha Nacional de Vacinação do Idoso mostram que pessoas a partir de 60 anos correspondem a 90% das mortes atribuídas à gripe. Por isso, os idosos são o alvo preferencial da vacinação, porque são mais suscetíveis a ter complicações decorrentes da gripe, como uma pneumonia, e agravamento de doenças preexistentes, como insuficiência respiratória ou cardíaca.
A doutora Sandra Vieira, professora da Faculdade de Medicina e pesquisadora de doenças respiratórias na infância do Hospital Universitário (HU), alerta, porém, que estudos recentes têm mostrado que crianças também são muito suscetíveis a complicações decorrentes da gripe. “Em crianças de zero a quatro anos, os riscos de complicações são os mesmos que para maiores de 65 anos”, afirma Sandra. A médica destaca ainda que um estudo americano recente mostrou que crianças entre dois e cinco anos correspondem a 40% dos casos de internação.
Vera Lucia Gattás, enfermeira e pesquisadora do Instituto Butantan, ressalta também os riscos da circulação da gripe em crianças em idade escolar, embora essa faixa etária não seja a de maior risco de complicações ou de morte: “As faixas de maior risco são as pontas: os bebês e os idosos”. Ela explica, porém, que a vacinação dessas faixas etárias não tem mostrado bons resultados para a comunidade. Por isso, ela está desenvolvendo uma tese de doutorado no Butantan, em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da USP, para testar a vacinação em crianças a partir de seis anos como estratégia de imunização para reduzir a circulação do vírus.
Segundo Vera, a vacinação de idosos e bebês protege somente o indivíduo e não é eficiente na redução de circulação do vírus influenza. “O efeito que se tem é pouco, porque eles circulam menos”, afirma. A pesquisadora destaca ainda que a população escolar é a que mais faz o vírus transitar, amplificando seu poder de contaminação. O objetivo da pesquisa é testar o que é conhecido como imunização por efeito de rebanho. “Você vacina uma parcela da população, e outro tanto acaba sendo atingido, porque você corta a cadeia de transmissão”, explica.
Para realizar os testes, durante o mês de abril, quando a circulação do vírus influenza costuma ser mais intensa na Região Sudeste, serão vacinadas cerca de 4 mil crianças do ensino fundamental, a partir de seis anos de idade, em nove escolas estaduais da zona oeste de São Paulo. Uma parcela receberá a vacina contra a gripe e outra, contra meningite tipo C (grupo controle). Durante seis meses será feito o acompanhamento dos dois grupos de estudantes e de seus familiares, na escola e pela própria família, para registrar o surgimento de casos de gripe e de doenças respiratórias agudas. Posteriormente, os dados dos dois grupos serão comparados para testar a efetividade dessa estratégia de imunização.
A vacina distribuída gratuitamente pela rede pública de saúde para a imunização de idosos é produzida por uma empresa farmacêutica francesa. Um acordo do Instituto Butantan com essa empresa, para a transferência de tecnologia, e com o Ministério da Saúde permitiu que o instituto construísse a primeira fábrica de vacinas contra o vírus da gripe no Brasil. A fábrica já está instalada no Butantan e tem capacidade para produzir anualmente 40 milhões de doses da vacina. A produção deve começar já no segundo semestre deste ano.
A vacina brasileira, porém, será produzida com um adjuvante diferente, que garante a mesma imunização da vacina francesa, mas com a utilização de uma quantidade menor de líquido. Isso permitirá que a fábrica atenda à demanda da Campanha Nacional de Vacinação do Idoso e produza um excedente suficiente para a vacinação em escolas primárias, caso seja comprovada a efetividade da vacinação de escolares.
A doutora Nancy Bellei, coordenadora científica do Grupo Regional de Observação da Gripe (Grog), ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), relembra que a imunização só ocorre duas semanas após a vacinação. O Grog trabalha em cooperação com a Organização Mundial da Saúde para monitorar o vírus no Hemisfério Sul. A médica explica que o influenza é monitorado desde 1949 e que possui uma capacidade muito grande de mutação, por isso a necessidade de vacinação anual. Nancy explica ainda que, a cada ano, a vacina é atualizada com cepas dos vírus que mais circularam no ano anterior.
No Brasil, são três variantes que mais circulam e, embora a dinâmica seja bem inconstante, o período entre abril e setembro é o de maior circulação nas Regiões Sul e Sudeste. Por isso o mês de abril é o mês do início da Campanha Nacional de Vacinação do Idoso. Nancy lembra que os sintomas da gripe normalmente são: febre, tosse, dor de garganta, dores musculares, dor de cabeça e fadiga.
Qualquer pessoa a partir de seis meses de idade pode se vacinar. O vírus contido na vacina está morto e não causa nenhum tipo de malefício. Segundo o Ministério da Saúde, a única contraindicação é para pessoas que já estejam com febre no momento da vacinação ou pessoas com alergia a ovo e seus derivados, uma vez que ele é utilizado no processo de produção da vacina. Mulheres grávidas também não devem se vacinar sem orientação médica. A rede pública de saúde imuniza gratuitamente qualquer pessoa a partir de 60 anos de idade, nos cerca de 65 mil postos de vacinação espalhados pelo país, além de distribuir a vacina em centros de saúde que atende pessoas portadoras de doenças imunodepressoras como câncer e Aids. A campanha vai até o dia 8 de maio.
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Estou acima de 60 anos, e toda vez que começa a vacinação, já estou curado da gripe, geralmente pega em fins de fevereiro e começo de março.
Já notei que o mesmo acontece com muitas outras pessoas. Será que o início da vacinação não está um pouco atrasado?
Marco Antonio