Cinema

Salve Geral

Salve Geral: o dia em que PCC parou São Paulo

Salve Geral: o dia em que PCC parou São Paulo

Luiza Furquim

O ataque do PCC em maio de 2006 vira filme sob direção de Sergio Rezende, que está sendo lançado neste mês em circuito comercial. A história é contada a partir do ponto de vista de Lucia (Andréa Beltrão), uma professora viúva e empobrecida da classe média paulistana que está de mudança para o periférico Jardim Copacabana. Depois de ver o único filho, Rafael (Lee Thalor), preso por assassinato, ela se envolve com a maior facção criminosa do País: o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A ponte é feita pela advogada Ruiva, encarregada da defesa de um dos líderes do “partido”, encarcerado, e de contatos fora da prisão. Carismática e poderosa, autora da máxima “É mais fácil conseguir um péssimo juiz que um bom advogado”, alicia Lucia para realizar pequenos trabalhos ilegais. Juntas, representam a entrada da mulher no mundo do crime, com uma posição de força até então insuspeita. Elas são personagens centrais da trama que eclodiu no Dia das Mães de 2006, quando o PCC atacou delegacias de Polícia, incendiou ônibus e ameaçou shoppings e estações de Metrô, esvaziando as ruas da capital.

O título do filme deriva da mensagem “Vamos dar um ‘Salve’ pra geral”, passada de presídio em presídio. O Salve foi o código que fez o caos sair às ruas e tomar a cidade, “uma festa em cada bairro”. Começa a se desenrolar em 11 de maio, uma quinta-feira, e segue até o domingo, quando a Polícia negocia com os líderes do “partido” para acabar com o levante. “De certo modo”, comenta o diretor, “a sociedade brasileira é como Lucia”. Definida por uma frase aparentemente solta dentro do filme – “Quando eu sinto medo, eu fecho os olhos, sempre fui assim, desde criança” –, ela só se envolve com o problema porque este a envolveu primeiro.

Salve Geral foi gravado com 62 atores – todos com fala –, grande parte desconhecido do público “para preservar um pouco o mistério dos personagens”, explica Rezende. As filmagens se concentraram na cidade de Paulínia, mas há muitas cenas no Rio de Janeiro, Campinas, São Paulo e Foz do Iguaçu. “Fechar a avenida Paulista parecia impossível, mas a produção conseguiu, por 15 minutos de uma manhã de domingo”, lembra o diretor.

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