por Maria Clara Matos

Arte sobre fotos de Sônia Parma

 

Foto crédito: Francisco Emolo
Professora Maria Izabel Branco Ribeiro, diretora do Museu de Arte Brasileira da Faap

 

Foto crédito: Philippe Maillard
Traje judeu (babouches, cinto,colete, saia) do fim do século XIX


Exposição “Marrocos” traz obras de arte e peças artesanais, que revelam a rica identidade do país mesclada às diversas influências, principalmente a européia

Litoral dividido entre as águas claras do Oceano Atlântico e do Mar Mediterrâneo, ao sul limitado pelo Deserto do Saara e no inverno marcado pela neve da Cordilheira do Atlas. Marrocos, país situado no extremo noroeste do continente africano, não conjuga diversidades apenas em relação ao clima. A Terra do Sol Poente, significado de Marrocos em árabe,está localizada próximo da Europa, o que resultou em séculos de trocas e dominações, caracterizando-se como terra de convergência e mistura de culturas diversas. Reunindo cerca de 500 obras de vários museus e bibliotecas do país africano, o Museu de Arte Brasileira (MAB) da Faap apresenta a exposição “Marrocos”, que pode ser visitada até o dia 22 de junho.

“O tema Marrocos surgiu do fato do país ser um ponto de encruzilhada. Por conta de sua localização geográfica sempre foi um lugar de passagem.” Professora Maria Izabel Branco Ribeiro, diretora do MAB, explica que o país liga-se ao norte com a Espanha pelo Estreito de Gibraltar rota de muitos povos. Assim caracterizou-se como um ponto de encontro, em que cada uma das populações passou deixando contribuições que foram utilizadas para sedimentar uma cultura com características muito próprias.

Toda essa rica cultura marroquina será abordada pela mostra que se apresenta dividida em quatro setores. O primeiro deles refere-se às origens, explorando a Pré-História do Marrocos e trazendo peças como vasos decorados do período neolítico e incisões rupestres da idade do bronze.


Foto crédito: Philippe Maillard
Essaouira

 

Foto crédito: Philippe Maillard
Dalâil al-khayrât (antologia de orações sufi)


Um outro segmento trata das artes tradicionais, que revela aspectos principalmente da vida cotidiana do povo marroquino da cidade e do campo. Em relação a essa parte da exposição, Maria Izabel explica que é possível identificar pelo motivo do tapete, do tipo de cor e de seu padrão, de que cidade origina-se, se é de Marrakesh, de Fès ou de Rabat. Assim, os objetos funcionam como um atestado de tempo e de lugar. Ela ainda dá o exemplo das jóias: “A jóia do campo é feita de prata, a jóia da cidade é de ouro”. Assim, toda essa produção tradicional é ligada às práticas cotidianas e carregada de simbologia.

A terceira parte da exposição mostra o olhar dos artistas orientalistas e pintores viajantes, apresentando um Marrocos visto pelo olhar estrangeiro de desenhistas, pintores, escritores e fotógrafos. Algumas das atrações são gravuras de Eugène Delacroix e pinturas de orientalistas como os franceses Jacques Majorelle, Etienne Dinet, entre outros. O quarto e último setor da exposição é dedicado à arte contemporânea marroquina que não nega suas tradições, mas a perpetua e a atualiza por uma nova interpretação.

A mostra “Marrocos” surgiu da parceria entre o Ministério da Cultura do país árabe e a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), contribuindo para reforçar as relações entre os países e expor aos brasileiros um pouco da cultura do Marrocos.


 

 


Segundo Inês Bogéa, a idéia é incentivar o debate

 

 


Mais dança

Entre todos os projetos apoiados pelo Estado, estão o Mapa Cultural Paulista, a Virada Cultural Paulista, o Revelando São Paulo e o Circuito Cultural Paulista, ações anuais que acontecem em municípios do interior do Estado, e o projeto Fábricas de Cultura, lançado no final do ano passado, que trabalha com jovens da capital, além da programação do Teatro Itália – Teatro de Dança, criado em 2006 visando à formação de platéias.

Os trabalhos da São Paulo Companhia de Dança começam em março, provisoriamente na Oficina Oswald de Andrade, mas o novo teatro, que começa a ser construído em 2008, tem previsão de ficar pronto em até três anos. O espaço vai ocupar uma área de mais de 16 mil metros quadrados (onde fica hoje o Shopping Luz) e será equipado especialmente para abrigar espetáculos de dança, contando com duas salas, além de um auditório e conjuntos de salas/estúdios. Além das montagens do grupo, também vai abrigar companhias, que vão participar de programas de residências artísticas.

 

 
 
 
 
 
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