Edusp comemora venda à FDE e se firma no mercado de livros ao Governo

A venda de 64 mil exemplares para a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) consolida a nova estratégia da Editora para ampliar suas vendas ao Governo.

 18/11/2011 - Publicado há 12 anos
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Sete títulos da Edusp foram selecionados pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) para figurar na lista de livros que serão distribuídos entre professores e bibliotecas da rede pública estadual no próximo ano letivo. A venda total foi de 64 mil exemplares – uma das maiores já realizadas pela Editora da USP.

Os livros selecionados para serem distribuídos para professores e bibliotecas do Estado de São Paulo foram: “Clarice Uma Vida que se Conta”, de Natália Batella Gotlib; “Prática de Ensino de Biologia”, de Myriam Krasilchik; “Novo Deit Libras”, de Fernando Capovilla, Valkiria Duarte Raphael e Aline Cristina Mauricio; “Atlas do Brasil”, de Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello; “Antártida: a Última Terra”, de Ulisses Capozolli; “A Natureza do Espaço”, de Milton Santos; e “Introdução à Estilística”, de Nilce Sant’Anna Martins.

Para Plinio Martins, a venda para a FDE também é um sinal de reconhecimento da qualidade da produção da Editora

A venda à FDE sinaliza uma mudança na estratégia comercial da Edusp, que tem se preparado para aumentar sua participação nas vendas de livros para o setor público. De acordo com o diretor-presidente da Editora, Plinio Martins Filho, “um departamento está sendo criado apenas para se dedicar a esse segmento, acompanhando os editais, negociando os contratos e traçando estratégias de vendas”.

A motivação para essa mudança vai além da vantagem financeira. Apesar de ter o custo de manutenção administrativa subsidiado pela Universidade, a publicação de títulos inéditos depende exclusivamente da sua “renda industrial”, ou seja, da renda obtida pela venda dos livros editados e pelo faturamento de sua rede de livrarias. Dessa forma, o incremento na renda possibilita um aumento na sua produção e dá oportunidade a títulos que, apesar do pouco apelo comercial, são imprescindíveis para o meio acadêmico.

Por essa razão, Plínio garante que a estratégia de expansão das vendas para o Governo não interferirá no perfil da Edusp. “A editora não vai alterar sua linha editorial nem no que acredita ser sua característica principal: produzir livros à altura da produção universitária; mantendo como prioridade os aspectos de ensino e extensão, e não os mercantis. É importante que a Edusp faça aquilo que o mercado não faz.”

Editora universitária

Principal editora universitária da América Latina, a Edusp surgiu em 1962 como uma coeditora, que apenas publicava o material produzido pelos professores e pesquisadores da USP. A partir de 1988, a Editora estruturou um departamento editorial próprio e tornou-se independente. Mas foi aos poucos, ao longo de mais de duas décadas, que a produção da Edusp deixou de ser considerada apenas oficial e passou a ser diferenciada pela qualidade, alcançando, inclusive, o reconhecimento de outras universidades brasileiras e estrangeiras.

Anualmente, a Edusp recebe cerca de 150 títulos para avaliação; destes, apenas 30%, em média, são publicados. A primeira etapa do processo de seleção consiste em uma avaliação feita por uma equipe de especialistas, seguindo critérios de qualidade, relevância e aspecto inovador da obra. Se o parecer técnico elaborado por essa equipe for positivo, a obra é submetida à avaliação da Comissão Editorial da Edusp. Composta por nove membros, essa Comissão determina quais os títulos que serão publicados.

Ao todo, sete livros foram selecionados para serem distribuídos para professores e bibliotecas do Estado de São Paulo, entre eles, "Atlas do Brasil", de Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello

Além de publicar a produção da Universidade, a Edusp também tem a tarefa de trazer contribuições para as atividades acadêmicas da Universidade, disponibilizando títulos necessários ao aprimoramento do ensino. É o caso da tradução e edição de livros indicados por docentes e pesquisadores como, por exemplo, a série História da América Latina que foi inicialmente publicada para dar suporte aos cursos, mas acabou também obtendo êxito comercial.

Outra vantagem que tem por ser uma editora universitária é a possibilidade de editar títulos que normalmente seriam rejeitados por editoras comerciais, mas cujo valor é inestimável. Como exemplo, vale citar o “Novo Deit Libras”, dicionário de Libras – a Língua Brasileira de Sinais, contribuição inédita e imprescindível para a sociedade.

Reconhecimento e Prêmios Jabuti

Para Plinio, a venda para a FDE também é um sinal de reconhecimento da qualidade da produção da Editora. “A linha editorial da Edusp está começando a se impor e a ser reconhecida como um produto de alta qualidade.”

Outro sinal de reconhecimento é a quantidade de Prêmios Jabuti já conquistados: ao todo foram 61 prêmios, nas mais diversas categorias. Em 2011, não foi diferente. Na 53º edição do Prêmio Jabuti, a mais prestigiada premiação literária do Brasil, a Edusp ganhou na categoria Arquitetura e Urbanismo com o livro Dois Séculos de Projetos no Estado de São Paulo: Grandes Obras e Urbanização, de Nestor Goulart Reis Filho. A cerimônia de entrega do Prêmio Jabuti acontecerá na Sala São Paulo, no próximo dia 30 de novembro.

Outros livros da Edusp que se destacaram na premiação foram: Correspondência Mario de Andrade & Henriqueta Lisboa, de Eneida Maria de Souza (organizadora), 2º lugar na categoria Biografia; Navette literária França-Brasil, de Glória Carneiro do Amaral (organizadora), 2º lugar na categoria Teoria/Crítica Literária; e A nova retórica do capital: a publicidade brasileira em tempos neoliberais, de Maria Eduarda da Mota Rocha, 3º lugar na categoria Comunicação.

(Fotos: Ernani Coimbra)


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