Morre Bauman, crítico da pós-modernidade

O pensamento de Bauman beneficia todas as áreas das ciências humanas

 10/01/2017 - Publicado há 7 anos

Acompanhe a entrevista da jornalista Miriam Ramos com a professora Marilene Proença, diretora do Instituto de Psicologia da USP:

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Foto: Visualhunt
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Um dos principais intelectuais do século 20, o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman morreu nesta segunda-feira (9), em Leeds, na Inglaterra, aos 91 anos, de causas não reveladas. A notícia da morte do criador do conceito de modernidade líquida repercutiu em todo o planeta.

Bauman trabalhava como sociólogo e Professor Emérito de Sociologia na Universidade de Leeds havia mais de 30 anos. Mais do que um sociólogo, no entanto, ele era um grande pensador, como revela, em entrevista à Rádio USP, a professora Marilene Proença, diretora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, que destaca a capacidade de Bauman em transitar pelas mais diversas áreas das Ciências Humanas e da contemporaneidade.

Autor de uma obra vasta, que serve como referência para o estudo da sociedade pós-moderna e que começou a ser produzida há 60 anos, Bauman trouxe para o centro da discussão temas polêmicos, que buscam refletir sobre a sociedade do século 20. Em seus escritos, trata de questões como a da passagem da sociedade de produção para a sociedade de consumo, ou o lugar que a democracia ocupa, hoje, no campo social.

Sua visão crítica da sociedade globalizada não poupa a fragilidade e a superficialidade dos laços humanos nestes tempos de redes sociais, e da utilização desses espaços como forma de estreitamento de relações.

A professora Marilene Proença destaca que a obra desse pensador começou a ser traduzida para o português a partir do ano 2000. Um de seus últimos livros aqui traduzidos intitula-se A riqueza de poucos beneficia todos nós?, no qual trata, entre outros tópicos, da distribuição de renda.


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