PESQUISAS

O NHII desenvolve, no momento, três projetos de pesquisa:

"Redes Ameríndias: geração e transformação de relações nas terras baixas sul-americanas"

Esta pesquisa coletiva, em fase inicial, abrange uma equipe de mais de 30 pesquisadores, entre docentes e pos-graduandos da USP e pesquisadores associados, de outras instituições.

Inclui investigações referentes a diversos momentos históricos, umas baseadas em pesquisa de campo, outras em arquivos, outras ainda valendo-se de dados de ambos os tipos para a análise. Partindo do pressuposto de que as formações ameríndias (como todas as demais) estão na história, no sentido de que não são imutáveis, a pesquisa gerará dados para que se possa reescrever capítulos da história dos índios no Brasil, dando continuidade a um projeto que animou a criação do NHII, pioneiro nessa abordagem.

A proposta de comparação aposta no rendimento analítico da noção de rede. Assumimos como pressuposto de que não são as unidades, mas as redes, que interessam – inclusive porque não são as sociedades como unidades delimitadas que interessam aos índios, mas a forma (ou o modo) de concebê-las, gerá-las.

"Documentação Wajãpi: Memória para o futuro"

Este programa de trabalho, desenvolvido entre 2003 e 2005, permitiu catalogar, descrever, complementar, reproduzir e editar o vasto material etnográfico e documental reunido ao longo de vinte anos de pesquisa e acompanhamento antropológico entre os Wajãpi do Amapá. Foi possível, assim, tornar este material disponível para pesquisadores e outros interessados, assim como para os próprios Wajãpi, cada vez mais interessados em ter acesso a essa documentação. Jovens professores e pesquisadores Wajãpi, assim como líderes de diversas aldeias participam ativamente da organização dos registros e sua indexação. Cópias da integra da documentação organizada no NHII foram disponibilizadas à comunidade indígena, e estão sob a guarda do Centro de Documentação e Formação Wajãpi, na terra indígena.

O projeto permitiu, por outro lado, lançar as bases de estudos situados na fronteira da etnologia, da história indígena e da lingüistica, voltados particularmente à descrição e análise dos gêneros narrativos e discursivos – verbais e não verbais. Pesquisas com este foco são atualmente desenvolvidas por jovens wajãpi, alunos do Programa de Formação de Pesquisadores Wajãpi, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena – Iepé, com a colaboração ativa de membros do NHII-USP e com apoio do IPHAN-MINC.

 

 

“Sociedades Indígenas e suas Fronteiras na região Sudeste das Guianas”

A região das Guianas, em foco na pesquisa desenvolvida no NHII, é palco de encontros interculturais de diversas naturezas, através dos quais se manifestam tanto as particularidades dos grupos indígenas e das populações regionais, quanto a orientação diferenciada das políticas nacionais que incidem sobre estas populações.

Longe de representar remanescentes de grupos antes fechados sobre si mesmos, os grupos indígenas que vivem nesta região mantêm historicamente complexas redes de intercâmbio, que foram documentadas desde o século XVII. Desde esta época, se relacionam com diversas frentes de expansão colonial. As trocas comerciais, matrimoniais, rituais, sempre se completaram pelo intercâmbio de experiências de contato, a partir das quais cada povo vem dinamizando suas particularidades culturais. Estas situações representam fronteiras, múltiplas, a partir das quais esses grupos reelaboram tanto suas formas de organização social e política, quanto suas formas de produção econômica e suas cosmologias.

Essa pesquisa coletiva foi desenvolvida entre 1996 e 2003, para articular investigações etnográficas desenvolvidas junto aos seguintes grupos indígenas:

• Palikur, Karipuna, Galibi-Marworno, Galibi-Kalinã, Wajãpi (Amapá e Guiana Francesa)
• Wayana, Aparai, Tiriyo, Katxuyana (Pará, Guiana Francesa e Suriname), Zo´é (Pará)
• Waiwai (e diferentes sub grupos), Yanomami (Amazonas e Roraima)

Estudos de caso visaram analisar as situações históricas e contemporâneas de encontro e de diálogo intercultural, a partir das quais os diferentes grupos vem reelaborando tanto suas formas de organização social e política, quanto suas formas de produção econômica e suas cosmologias.

Os resultados da reflexão coletiva também estão disponíveis em duas coletâneas, no prelo: “Redes de Sociabilidade nas Guianas” e “Sociedades Indígenas e suas Fronteiras nas Guianas” (coordenação de Dominique T. Gallois).

 

Núcleo de História Indígena e do Indigenismo - USP
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