Futebol brasileiro vai repetir de ano
Acreditamos que o fiasco na Copa América foi a gota d’água que faltava. Precisamos buscar uma solução para o carente futebol brasileiro.
Sim, nós temos o título de sermos os melhores na competição.
Temos títulos e, acima de tudo, uma imensa lista de craques que jamais poderemos esquecer.
E olha que temos o título de memória fraca, justamente por não reconhecermos os jogadores que levantaram o caneco pelo Brasil em 5 Copas do Mundo.
Se ficarmos analisando, tenha a certeza que ficaremos sem resposta. Não dá para acreditar.
Os mais experientes dizem que a nossa cultura sempre foi assim.
Podemos até concordar, mas acreditemos que nunca nos sentimos tão desligados como estamos.
Falta tudo, particularmente respeito com a camisa do Brasil. É muito dinheiro envolvido e isso tira aquela filosofia de que defender o país é o máximo para um atleta.
A valorização de todo ser humano quando trabalha (e muito) é ter seu espaço profissional reconhecido pela sua competência e, assim, ter o seu trabalho honestamente pago pelo esforço que realizou.
Mas, neste instante, observamos “meninos” sendo negociados por quantias fora da realidade, o que nos deixa perplexos.
Pular etapas é algo perigoso em qualquer situação profissional. Agora, imagina o jogo de interesse de investidores, empresários e terceiros que também querem o pedaço da pizza.
O futebol fora das Olimpíadas e também fora das finais da Copa América preocupa pela falta de compromisso dos dirigentes e, consequentemente, dos jogadores.
E por falar em jogadores. Parece que é muito estilo de corte de cabelo, roupas extravagantes, namoradas que só desfilam beleza, mas conteúdo nada de nada, carrões, perfumes e festa (e como tem festa).
Preste bem atenção na situação: “Pênalti. Vamos conversar?! Espera um pouco que o professor quer falar. Ele está fora da roda com o dedo nos chamando”.
Deixaram o Dorival fora da roda e também nem escutaram sua opinião.
De ver a raça dos argentinos na final da Copa América.
Deu uma inveja ao ver o craque Messi contundido e chorando, mas presente de corpo e alma no banco de reservas.
Nem precisa estar desta vez na competição, mas a vontade em defender o país falou mais alto.
Nos escutem por favor: deixem de lado tantas firulas que não vão chegar em lugar algum.
Nos escutem, mas, para isto, tirem o fone de ouvido.
Está parecendo um desfile de moda, mas só que um desfile tem estilo (e gosto é o que também falta ao grupo convocado).
Gosto em jogar futebol, quanto as roupas, eu penso que, neste momento, é bom deixa de lado, ou melhor, vestir o uniforme com garra, raça e, principalmente, amor.
Vergonha é pouco o que estamos passando.
Para finalizar, ainda temos as eliminatórias.
Vocês não vão bater um triste recorde de deixar o Brasil fora da Copa do Mundo.
Meninos, ainda confiamos em vocês.
Estudem para tirar nota ou joguem para conseguirem uma boa nota para passar de ano.
* Adriano José Salles é escritor e professor de educação física.