O tema do presente dossiê já vinha se impondo desde algum tempo atrás. Isso pelo fato simples de que vivemos em redes. A observação mais elementar dessa afirmação é a própria internet e a questão que ela suscita: conseguiríamos hoje viver sem a internet? Como seria nossa vida sem acesso à rede? Essa pergunta se aplica ainda aos nossos aparelhos celulares – que estão sendo substituídos por smartphones. Há não muito tempo era comum ouvir as pessoas comentando: “o que seria de mim sem meu celular?”.
Tais observações são interessantes, pois durante milhares de anos o homem viveu sem carro, sem energia elétrica, sem celulares (ipods, ipads e demais tablets, notebooks, etc.) e nem por isso deixou de trabalhar, se relacionar, criar seus filhos, manter seu círculo de amizades. Em suma, nada do que nos parece mais importante e premente hoje dentro das nossas vidas fez falta ao homem de até cinquenta anos atrás. Pois bem, publicamos agora um dossiê que não se fixa apenas no aspecto digital – Twitter e Facebook à frente –, mas avança no fascinante terreno das ciências sociais, ou melhor, no que devemos entender por ‘redes sociais’.
E o resultado é deslumbrante. A quantidade e a qualidade das abordagens dimensionam o admirável (?) mundo novo no qual estamos imersos. Num momento em que vivemos a explosão da chamada Primavera Árabe e dos movimentos Occupy Wall Street (em todo mundo), ocorrem também as ações – e performances – do grupo erótico-feminista ucraniano Femen. Isso num momento em que a revista norte-americana Time elegeu como personalidade do ano de 2011 justamente “o manifestante”, esse sujeito com o rosto coberto e que tomou conta das praças e avenidas nos quatro cantos do mundo. Todos movimentos articulados a partir da internet e das redes sociais. Agora, voltando ao início: seria concebível um mundo sem internet hoje? Uma ótima leitura para você.

FRANCISCO COSTA

 

 

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