contato

agenda

icons

Leituras Públicas – Realidades Incendiárias

Entre os meses de abril e junho o TUSP realiza o IX Ciclo de Leituras Públicas. O evento, de ação continuada, enfoca dez peças e ocorre gratuitamente em São Paulo, Piracicaba, São Carlos, Bauru e Ribeirão Preto.
As Leituras Públicas propõe, a cada ciclo, o dizer de peças de autores eminentes do teatro ocidental e faz parte dos Núcleos de Experiência e Apreciação Teatral do TUSP, com mediação dos Orientadores de Arte Dramática. As peças são lidas pela área artística, por artistas em formação, atores convidados e pelo público presente.
Neste IX ciclo foram escolhidos textos a partir da ideia de uma “realidade incendiária”: a situação limite, que obriga a personagem a uma tomada de posição radical. A resposta necessária que surge da repressão: seja ela ideológica, social, racial. A faísca que nasce e gera a chama que incendeia a realidade e a transforma em outra.
Em algumas peças, a ideia de incêndio é literal – em outras, se apresenta de maneira simbólica, interiorizada. Explícita ou não, a ebulição dos conflitos está presente ao longo de todo ciclo.

Segue abaixo a lista dos textos

Confira as sinopses

Agreste – de Newton Moreno (2004)
No meio da esterilidade da terra, um casal de lavradores descobrem o amor e fogem. Pressentem que “algo” de perigoso paira sobre seu amor. A esposa vem a compreender o porquê após a morte do marido. Essa mulher machucada pela perda, sem entender a dimensão de seus atos, acaba sendo vítima da intolerância dos que a rodeiam.

Amor e Restos Humanos – de Brad Fraser (1990)
AIDS, afirmação sexual, crises de identidade e indefinição do amor são temas explorados por Brad Fraser que, com Amor e Restos Humanos, retrata a crise de uma parcela da população que, nos seus 30 anos, ainda não sabem quais caminhos seguir. Entre hedonismos da vida noturna, realizações de fantasias sexuais e violência, temos um triângulo amoroso de Candy, David e Berni, que tentam definir suas orientações sexuais, mas que não conseguem conter suas frustrações no universo quase psicótico da vida urbana.

A Morte de Danton – de Georg Büchner (1835)
Georg Büchner tinha 21 anos em 1835, quando escreveu A Morte de Danton, considerada hoje por parte da crítica como o primeiro drama realista alemão. Certa vez o autor escreveu: “Estudei a história da Revolução. Senti- me como que esmagado sob o horrível fatalismo da história”. Büchner situa a peça durante os últimos dias da existência do revolucionário Danton, condenado a guilhotina. A morte de Danton atraiu imediatamente a atenção pela inovação da forma e pelo questionamento de problemas que naquela época eram evitados.

Biedermann e os Incendiários – de Max Frisch (1958)
Incendiários estão pondo fogo em casas por toda cidade, Na opinião de Gotlieb Biedermann, cidadão bem sucedido e respeitável, todos eles devem ser enforcados. Quando um sem-teto, ex-lutador de luta livre chega a sua porta, Biedermann, movido por um senso de culpa de cidadão de classe média, alimenta o homem e oferece seu sótão como pousada, apesar de todos os indícios apontarem que o hóspede é um dos incendiários, tenta convencer-se do contrário.

Fahrenheit 451 – de Ray Bradbury (1978)
Um governo totalitário que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura. Bombeiros que ao invés de apagar incêndios queimam livros em nome do dever. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TV. Na peça de Ray Bradbury, Guy Montag é um bombeiro que acaba se envolvendo com Clarisse McLellan, uma apaixonada pela literatura, o que o leva a ler livros de forma clandestina, alterando sua perspectiva em relação ao mundo que o cerca e suas regras.

Jogos na Hora da Sesta – de Roma Mahieu (1976)
Um grupo de crianças brincam em uma praça, enquanto seus pais fazem a sesta. Através das brincadeiras, aparentemente inofensivas, elas refletem sobre o que lhes é transmitido pelos pais que vivem sob um estado de exceção. A peça foi escrita pela polonesa Roma Mahieu, radicada na Argentina durante o período conhecido por Guerra Suja, com trinta mil oposicionistas desaparecidos entre 1973 e 1983.

Novas Diretrizes em Tempos de Paz – de Bosco Brasil (2001)
A ação se passa na sala de imigração portuária do Rio de Janeiro na década de 40. Um imigrante é interrogado por um agente alfandegário e ex-torturador da política Vargas. Um grande embate ideológico que discute a condição humana e os horrores do preconceito político e racial, onde cada oponente procura buscar e negar suas diversas identidades.

O Balcão – de Jean Genet (1956)
Na obra de Jean Genet, os clientes de um bordel vivenciam aventuras erótico-fantasiosas onde experimentam serem outras pessoas como bispos, juízes e outras figuras de diferentes camadas sociais. Durante uma revolução o bordel – com seu jogo de aparências e ilusões – traz a tona todos os defeitos e limitações da sociedade que espelha.

O Interrogatório – de Peter Weiss (1965)
Em Frankfurt durante vários meses de 1964 e 1965 foi instaurado um processo que julgou os acusados do massacre em Auschwitz. Weiss esteve como observador anônimo e escreve “o interrogatório em 1965, indo contra as críticas e avisos de que deveria esquecer a “vergonha nacional” .O autor pesquisou atas do processo e aproveitou muitas vezes as declarações quase ao pé da letra, explorando dramaticamente os limites do documental.

Roberto Zucco – de Bernard-Marie Koltès (1988)
No centro da obra de Bernard Marie-Koltés está Roberto Succo, serial killer italiano que nos anos 80 matou seus pais, cometeu outros crimes e assassinatos, causou pânico e admiração na Europa e foi considerado inimigo número 1 na Itália, França e Suíça. Na peça, situações reais e ficcionais se misturam, numa narrativa fragmentada e onírica, numa Europa desestruturada do fim do século XX.

Confira a programação das cidades

Bauru
Piracicaba
Ribeirão Preto
São Carlos
São Paulo

Os comentários estão fechados.