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Cantata para um Bastidor de Utopias

Cantata para um Bastidor de Utopias - TUSP

Cia do Tijolo encena no TUSP texto de Lorca e traz ao palco personalidades que resistiram durante a ditadura brasileira.

A história de Mariana Pineda Muñoz, enforcada aos 26 anos por desafiar o poder do rei espanhol Fernando VII, é a base para o musical Cantata para um Bastidor de Utopias, da Cia do Tijolo, que entra em cartaz no TUSP a partir de 22 de maio, às sextas, sábados e segundas, às 19h30 e aos domingos, às 18h30. A criação se mescla a fatos da ditadura militar brasileira e teve auxilio de intelectuais como Frei Betto.

Escrito em meados de 1925 por Federico García Lorca, o texto Mariana Pineda exaltou, em poemas e canções, a vida da jovem heroína que desafiou o autoritarismo monárquico bordando uma bandeira para os liberais; tal ousadia lhe custou a vida. A primeira montagem, feita dois anos mais tarde, contou com cenário e figurino de Salvador Dalí. Presa pelas forças reais, recusou-se a delatar seus companheiros e foi executada.

Quase noventa anos após, a Cia do Tijolo adapta a obra e reapresenta no TUSP o espetáculo Cantata para um Bastidor de Utopias. Nele, a bandeira segue sendo bordada. A atual montagem traz, em dado momento, uma personalidade ligada à resistência a ditadura no Brasil para contar, ao público, alguns relatos desse tempo.

Segundo Rogério Tarifa, diretor da peça, o projeto sempre visou o diálogo com três eixos históricos importantes. “Desde o início da escritura do projeto, a Cia tinha como a base de estudos o texto de Lorca e o desejo de construir um espetáculo que dialogasse com três importantes fatos históricos: o enforcamento de Mariana Pineda, em 1831, a mando do Rei Fernando VII; o assassinato de Federico García Lorca em 1936, no início da Guerra Civil Espanhola; e a ditadura militar brasileira de 1964 a 1985 e as suas consequências até os dias de hoje”.

Para o diretor, apresentar o espetáculo no Teatro da USP é muito importante pela referência histórica de luta que o prédio onde o TUSP está localizado representa. “Apresentar a peça no TUSP, nos é muito caro, pela importância histórica e política desse teatro, cujo prédio foi um dos alvos da repressão militar e da ditadura brasileira. Com certeza a nossa peça ficará mais atual e será resignificada ao colocar o espetáculo em diálogo real com um dos espaços mais importantes na luta pela redemocratização do nosso país”, completou.

Tarifa divide a direção com Rodrigo Mercadante e a Cia do Tijolo transforma a peça em uma cantata – que pode ser definida como um poema lírico musicado – inserindo, no espetáculo, referências à biografia de Lorca. A trilha sonora original tem a assinatura de Jonathan Silva. Inspirado em improvisações da companhia e em poemas de García Lorca, o músico buscou a fusão dos ritmos brasileiros com os sons da tradição da Andaluzia.

A atriz e cantora Lilian de Lima interpreta Mariana Pineda e o ator e cantor Rodrigo Mercadante faz o papel de Federico García Lorca.

Cantata para um Bastidor de Utopias apresenta, entre seus quatro atos, cenas que tratam de outros momentos de uma história de opressão e utopia, como a Guerra Civil Espanhola, o Golpe Militar no Brasil e a atual conjuntura histórica.

Dentre as indicações e prêmios destaca-se: vencedor do 26º Prêmio Shell nas categorias Cenário e Música, sendo indicado ainda na categoria Direção; vencedor do prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro 2013 na categoria Projeto Sonoro, com outras três indicações – Melhor Elenco, Trabalho em Espaço não Convencional e Projeto Visual; indicado ao Prêmio Governador do Estado para a Cultura 2013; e indicado pela Folha de São Paulo como uma das três melhores estreias do ano de 2013.

Além de Cantata para um Bastidor de Utopias a ocupação da Cia do Tijolo no TUSP, que ocorre a partir de 22 de maio, traz também outro espetáculo premiado, Concerto de Ispinho e Fulô. O TUSP e o grupo lançam em coedição o livro Cantata Para um Bastidor de Utopias, que contém textos sobre o processo de ensaio e um CD com as músicas do espetáculo.

A ocupação é parte do projeto de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo em parceria com o TUSP.

Sinopse

Mariana Pineda foi uma heroína espanhola da causa liberal no século XIX. Foi denunciada por ter bordado uma bandeira para os liberais. Acusada de pertencer à rede dos conspiradores, foi executada em 1831. Mariana se transformou em um símbolo das lutas por direitos e liberdades na Espanha. Em 1925, Federico García Lorca concluiu a peça, encenada pela primeira vez em Barcelona, com cenários e figurinos de Salvador Dalí. Ao nos defrontarmos com o texto de Lorca, nós da Cia. do Tijolo nos propusemos a mergulhar na complexidade simbólica das bandeiras, seus múltiplos significados possíveis, mas principalmente das bandeiras como símbolo da Utopia. No nosso espetáculo transformamos o texto Mariana Pineda de Federico García Lorca numa Cantata. E nos intervalos da Cantata, nos seus bastidores, os atores da montagem (que representam desaparecidos políticos brasileiros) conversam, fazem cenas e cantam músicas de resistência, ampliando a discussão referente aos temas do amor, da liberdade e da revolução apresentados na cantata.

Ficha Técnica

Direção | Rogério Tarifa e Rodrigo Mercadante Direção Musical | William Guedes Composições Inéditas | Jonathan Silva Atores | Dinho Lima Flor, Fabiana Vasconcelos Barbosa, Karen Menatti, Lilian de Lima, Rodrigo Mercadante, Thais Pimpão, Rogério Tarifa Músicos | Aloisio Oliver, Jonathan Silva, Mauricio Damasceno, Thiago França Cenário | Rogério Tarifa Figurino | Silvana Marcondes Iluminação | Alessandra Domingues Cenotécnico | Majó Sesan Produção | Juliana Gomes e Cris Raséc Preparação de Atores | Joana Levi Preparação Vocal | Fernanda Maya Contato-Improvisação | Ricardo Galli Danças Populares e Coco | Valete Gomes Designer Gráfico | Fábio Viana Foto | Alécio Cezar Dramaturgia | Cia do Tijolo Orientadores Teóricos | Frei Betto, Luís Carlos Moreira, Ilo Krugli, Ivan Feijó, Marco Antônio Barbosa, Ivan Seixas, Rosalina Santacruz, Iná Camargo Costa

Serviço

Cantata para um Bastidor de Utopias
De 22 de maio a 22 de junho de 2015
Sextas, sábados e segundas, 19h30, Domingos, 18h30.
Duração | 210 min. | Indicação de faixa etária | Não recomendado para menores de 14 anos.
Capacidade | 80 lugares
Preços – R$ 20,00 (Inteira) e R$ 10,00 (Meia)

A aquisição dos ingressos para espetáculos em cartaz no TUSP pode ser feita duas horas antes do início do espetáculo. As formas de pagamento aceitas são dinheiro e cheque.

Estacionamento

O estacionamento Mariauto, no número 176, tem acordo com o teatro e o público tem desconto mediante apresentação de carimbo (do TUSP) no comprovante de entrada.

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