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Três grandes artistas circenses do passado acidentalmente se reencontram, depois de muitos anos, na antessala de uma agência de empregos. Eles sabem que somente um será escolhido.
Suas amizades, memórias, segredos, pequenezas e vilanias ficam então expostos, criando, dessa maneira, uma ode ao ofício do ator e uma profunda reflexão sobre os fundamentos filosóficos da carreira artística.

A sala de espera desse teste, que nunca acontece, se revela um não-lugar, um limbo onde as três figuras se vêem condenadas a rever suas escolhas éticas e estéticas num exercício infindo de reflexão sobre a resiliência do artista, a urgência da Arte e a sacralidade do ofício.

Da obra do romeno Matei Vişniec, Adeus, Palhaços Mortos! é o mais novo trabalho da companhia Academia de Palhaços. Um espetáculo contemporâneo e provocativo, que problematiza o próprio fazer artístico, com a direção e adaptação de José Roberto Jardim.

Fundada por atores oriundos do curso de artes cênicas da Unicamp, a Academia de Palhaços completa em 2016 nove anos de uma trajetória em pesquisa e produção teatral continuada. A companhia iniciou-se de uma investigação cênica sobre o palhaço de picadeiro brasileiro e, em seus dez espetáculos, transitou pelo universo do ator popular. Cinco destes espetáculos eram realizados sobre uma Kombi-Palco que, em 2015, se incendiou e queimou cenários, figurinos, palco e equipamentos.

Diante da catástrofe, a companhia viu seu próprio fim: dois de seus integrantes desistiram do teatro e os três restantes, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio, tiveram de lidar com um inevitável fim/recomeço de ciclo. Essa necessidade de reinvenção fez com que a companhia convidasse o diretor José Roberto Jardim para reler sua trajetória artística a partir de outras lentes. Em resposta ao chamado, o diretor traz o texto Um Trabalhinho Para Velhos Palhaços de Matei Vişniec, que trata justamente de três artistas circenses diante do fim de suas existências, de suas carreiras e da Arte – metáfora perfeita para aquele momento de fim/recomeço da Academia de Palhaços.

Se o original romeno remete à comédia do absurdo, ao estilo do conterrâneo e Eugène Ionesco, a adaptação – assinada por José Roberto Jardim – essencializa o texto, universaliza muitas de suas questões e deixa suas contradições mais aparentes. O resultado é um ácido mergulho existencial sobre o fazer artístico, potencializado por uma encenação minimalista, de elementos reduzidos.

Texto original Matei Vişniec Direção e adaptação José Roberto Jardim Elenco Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio Direção musical e trilha sonora original ao vivo Tiago de Mello Cenografia e Vídeo-Instalação BijaRi Figurino Lino Villaventura Visagismo Leopoldo Pacheco Iluminação Paula Hemsi e José Roberto Jardim Direção de produção Carol Vidotti Assessoria de imprensa Pombo Correio Fotografia Lígia Jardim e Victor Iemini Suporte institucional Cooperativa Paulista de Teatro Patrocínio Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo Realização Academia de Palhaços

10 ago a 22 set 2016 | qua/qui, 21h
(não haverá apresentações nos dias 31 ago e 01 set)
70 minutos | 12 anos | apresentações gratuitas

Fotos de Victor Iemini