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Com peças de diferentes autores, lidas pelo público presente em encontros gratuitos mediados pela equipe TUSP, este 21º ciclo do Programa TUSP de Leituras Públicas traz alguns dos textos do dramaturgo paulista Jorge Andrade.

Jorge Andrade é um nome central do teatro brasileiro e um dos esteios da modernização de nossa dramaturgia no séc. XX. Suas peças retratam o percurso do homem brasileiro ao longo da aventura de construção do país, sem deixar de lado a investigação das subjetividades dos envolvidos em cada um dos momentos iluminados em seus trabalhos. Vem ler conosco!

 

04 maio | Abertura: Elizabeth R. Azevedo

Elizabeth R. Azevedo é professora de teatro brasileiro e história das artes cênicas. Bacharel em história e mestre e doutora pela ECA-USP, tratou em seu doutoramento dos recursos estilísticos na dramaturgia de Jorge Andrade. Atua também na área de documentação do teatro paulista e coordena o Laboratório de Informação e Memória do Departamento de Artes Cênicas (LIM CAC) da ECA.

18 maio | Vereda da Salvação (1958)

Considerada um dos marcos da dramaturgia nacional, a peça é ambientada no sertão e inspirou-se em um fato verídico e brutal ocorrido em 1955: a repressão policial e a morte de fanáticos religiosos da comunidade de Catulé, em Minas Gerais. Na trama, camponeses seguem um líder místico que os levaria para a vereda do paraíso. Mas o fanatismo aumenta e os camponeses não conseguem antever a esmagadora realidade do ser humano.

Sua estreia nos palcos em 1964 teve direção de Antunes Filho e no ano seguinte, foi adaptada para o cinema sob a direção de Anselmo Duarte, com Raul Cortez como o protagonista de ambas.

01 junho |  O Mundo Composto (1972) | Convidado: Fillipe Mauro

Peça inédita em que Jorge Andrade retrata a miséria criada por um sistema social que, se para as classes dominantes soa como um paraíso perdido, para os trabalhadores trata-se de um verdadeiro inferno. A dramaturgia foi escrita a partir do estímulo de uma matéria escrita por Jorge Andrade para a revista Realidade.

Fillipe Mauro é pesquisador do Departamento de Letras Modernas da FFLCH USP, possui graduação em jornalismo (2014) pela ECA e é mestre e doutorando em literatura francesa. Foi repórter no portal Opera Mundi (2011-2012), na revista Época (2013-2014) e colaborador do jornal Folha de S. Paulo. Dedica-se ao estudo da influência de Marcel Proust sobre autores memorialistas brasileiros, como Jorge Andrade, Pedro Nava e Cyro dos Anjos. Também se interessa pela presença do estilo proustiano em textos da imprensa brasileira, tal como nos retratos literários e perfis jornalísticos escritos por Jorge Andrade.

15 junho | A Receita (1968)

Texto curto de Jorge Andrade criado para integrar a primeira Feira Paulista de Opinião, em 1968, encenada com direção de Augusto Boal. Um médico recém-formado depara-se com o real desespero de uma família para a salvação do filho, conflitando a precariedade do exercício de sua função e a empatia pelos oprimidos. Tendo por mote uma pergunta lançada aos artistas: “O que pensa você do Brasil de hoje?”, a Feira Paulista de Opinião colocou-se como um emblemático ato artístico de resistência à ditadura.

29 junho | Os Ossos do Barão (1962)

Um dos textos do ciclo “Marta, a árvore e o relógio”, a peça foi encenada inicialmente pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Retrata o contexto das mudanças socioeconômicas do país após a crise financeira de 1929, como o processo de industrialização, declínio de poder de muitos fazendeiros e barões de café e a ascensão social dos imigrantes. Seu protagonista, Egisto Ghirotto, é um imigrante italiano que fez fortuna, mas que não se sente satisfeito pois, apesar de sua posição social, não possui título de nobreza. Em 1973, o autor adaptou a peça para a televisão, incluindo elementos de outro texto, A Escada. O resultado foi uma telenovela de enorme repercussão nacional.

13 julho | Rasto Atrás (1965) | Convidado: Carlos Gontijo Rosa

Em RASTO ATRÁS (1965), Jorge Andrade apresenta um argumento frequente em sua obra e que aqui toma o eixo central. Retornando à terra natal no interior do estado São Paulo, um escritor revisita sua história e a de sua família, mergulhando no emaranhado da memória. Enquanto seu pai aspira para ele uma vida associada à terra e à cultura rústica, o garoto Vicente apega-se aos livros e à cultura erudita, o que o afasta do pai. Pela peça, Jorge recebeu o prêmio de melhor autor do Serviço Nacional de Teatro (SNT).

Carlos Gontijo Rosa é bacharel e mestre pela UNICAMP. Atuou como Professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e na Universidade Nacional Timor-Lorosa’e. Foi Investigador do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Portugal, pela Fundação Calouste Gulbenkian e Investigador do Instituto del Teatro de Madrid pela FAPESP, como parte do seu atual curso de doutoramento na FFLCH USP

Imagens: Acervo Museu Paulista

Elizabeth R. Azevedo é professora de teatro brasileiro e história das artes cênicas. Bacharel em história e mestre e doutora pela ECA-USP, tratou em seu doutoramento dos recursos estilísticos na dramaturgia de Jorge Andrade. Atua também na área de documentação do teatro paulista e coordena o Laboratório de Informação e Memória do Departamento de Artes Cênicas (LIM CAC) da ECA.