Uma
nova espécie mineral, a menezesita, foi identificada pelo professor
Daniel Atencio, do Instituto de Geociências (IGc), da USP. Descoberta
no Vale do Ribeira, é o primeiro heteropoliniobato - composto
que contém agrupamentos de 12 octaedros de oxigênio cada
qual com um íon de nióbio no centro - encontrado na
natureza. A substância poderá ser usada no controle de
materiais radioativos e no tratamento da AIDS.
O mineral é classificado como heteropolimetalato - compostos
que misturam metais e oxigênio. De cor avermelhada, a menezesita
forma cristais dodecaédricos (com 12 lados). Substâncias
semelhantes - heteropolimetalatos - já haviam sido sintetizadas
em laboratório.
Diferentemente de outros heteropolimetalatos, os heteropoliniobatos
são básicos em vez de ácidos, o que significa
que podem sobreviver muito mais tempo e prosperar nos ambientes básicos
de lixos radioativos ou neutros como o sangue. Quando estes compostos
capturam um vírus na corrente sanguínea, ele não
consegue mais entrar em uma célula para danificá-la.
Esses compostos também podem capturar elementos radioativos,
como urânio e tório, removendo-os dos resíduos
de instalações nucleares, através de separação
de fase. Isso permitirá armazenamento mais fácil e seguro
do lixo atômico.
Coletado no final da década de 1970, na cidade de Cajati (SP)
em uma rocha denominada carbonatito, a menezesita foi encaminhada
pelo engenheiro de minas Luiz Alberto Dias Menezes Filho para identificação
somente em maio de 2003. O nome da substância homenageia seu
descobridor. O estudo sobre o mineral está sendo preparado
e será submetido ao periódico American Mineralogist
para posterior publicação.
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