"Uma análise das mortes
por doenças hipertensivas foi publicada na Revista Brasileira
de Epidemiologia em setembro de 2004, e o Ministério da Saúde
deverá editar um livro com o estudo completo" |
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A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP pesquisa a
mortalidade de mulheres no período fértil em 26 capitais
brasileiras, com financiamento do Ministério da Saúde.
O Centro Brasileiro de Classificação de Doenças
(CBCD) da FSP recebeu R$150 mil do Ministério para a pesquisa,
além de recursos da Organização Pan-americana
de Saúde (OPS), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq) e da própria USP.
O estudo aponta que a principal causa de morte entre as mulheres em
idade fértil são os acidentes vasculares cerebrais,
seguidos da AIDS, cada uma com cerca de 8% do total das mortes. "Há
também uma mortalidade elevada em decorrência de complicações
na gravidez e no puerpério, após o parto", destaca
o professor da FSP Ruy Laurenti, um dos coordenadores do projeto.
Segundo Laurenti, o Brasil tem um dos maiores índices de mortes
maternas do mundo, e acredita-se que ele seja ainda maior fora das
capitais. "O índice corrigido no conjunto das 26 capitais
foi 53 por 100 mil nascidos vivos, enquanto países da Europa
Ocidental esse índice é inferior a 10 por 100 mil",
compara. "No Japão, é de 3 ou 4 mortes por 100
mil nascimentos."
Avaliação
O professor relata que foram analisadas 7332 mortes de mulheres residentes
em 26 capitais no primeiro semestre de 2002. "A pesquisa envolveu
300 pesquisadores em todo o País, com ênfase na mortalidade
materna", conta. "Em cada caso, foram feitas entrevistas
domiciliares e com os médicos, nos hospitais e outros serviços
de saúde para avaliar corretamente as causas de morte e os
fatores responsáveis por essas causas."
Laurenti explica que a FSP abriga há 30 anos o CBCD, órgão
colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS)
para estudos e análises sobre mortalidade. "Habitualmente,
o Ministério da Saúde destina recursos ao CBCD, mas
o estudo sobre mortalidade de mulheres recebeu verba extra de R$150
mil."
A verba regular do Ministério é destinada à manutenção
do CBCD, treinamento de pesquisadores e avaliação dos
índices de mortalidade. "Uma análise das mortes
por doenças hipertensivas foi publicada na Revista Brasileira
de Epidemiologia em setembro de 2004, e o Ministério da Saúde
deverá editar um livro com o estudo completo", revela
Laurenti. O projeto também é coordenado pelas professoras
da FSP Maria Helena Mello Jorge e Sabina Lea Gotlieb.
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