São Paulo, 
saúde
08/08/2005
Acidente Vascular Cerebral e AIDS são principais causas de mortes femininas
Estudo da FSP envolveu 300 pesquisadores em todo o país. Entrevistas em domicílios, hospitais e serviços de saúde avaliaram fatores de mortalidade de mulheres em idade fértil
Júlio
Bernardes

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"Uma análise das mortes por doenças hipertensivas foi publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia em setembro de 2004, e o Ministério da Saúde deverá editar um livro com o estudo completo"
A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP pesquisa a mortalidade de mulheres no período fértil em 26 capitais brasileiras, com financiamento do Ministério da Saúde. O Centro Brasileiro de Classificação de Doenças (CBCD) da FSP recebeu R$150 mil do Ministério para a pesquisa, além de recursos da Organização Pan-americana de Saúde (OPS), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da própria USP.

O estudo aponta que a principal causa de morte entre as mulheres em idade fértil são os acidentes vasculares cerebrais, seguidos da AIDS, cada uma com cerca de 8% do total das mortes. "Há também uma mortalidade elevada em decorrência de complicações na gravidez e no puerpério, após o parto", destaca o professor da FSP Ruy Laurenti, um dos coordenadores do projeto.

Segundo Laurenti, o Brasil tem um dos maiores índices de mortes maternas do mundo, e acredita-se que ele seja ainda maior fora das capitais. "O índice corrigido no conjunto das 26 capitais foi 53 por 100 mil nascidos vivos, enquanto países da Europa Ocidental esse índice é inferior a 10 por 100 mil", compara. "No Japão, é de 3 ou 4 mortes por 100 mil nascimentos."

Avaliação
O professor relata que foram analisadas 7332 mortes de mulheres residentes em 26 capitais no primeiro semestre de 2002. "A pesquisa envolveu 300 pesquisadores em todo o País, com ênfase na mortalidade materna", conta. "Em cada caso, foram feitas entrevistas domiciliares e com os médicos, nos hospitais e outros serviços de saúde para avaliar corretamente as causas de morte e os fatores responsáveis por essas causas."

Laurenti explica que a FSP abriga há 30 anos o CBCD, órgão colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para estudos e análises sobre mortalidade. "Habitualmente, o Ministério da Saúde destina recursos ao CBCD, mas o estudo sobre mortalidade de mulheres recebeu verba extra de R$150 mil."

A verba regular do Ministério é destinada à manutenção do CBCD, treinamento de pesquisadores e avaliação dos índices de mortalidade. "Uma análise das mortes por doenças hipertensivas foi publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia em setembro de 2004, e o Ministério da Saúde deverá editar um livro com o estudo completo", revela Laurenti. O projeto também é coordenado pelas professoras da FSP Maria Helena Mello Jorge e Sabina Lea Gotlieb.





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(0XX11) 3066-7747, com Ruy Laurenti

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