“A principal preocupação das
pacientes quando recebem a notícia
de que possuem lesões no colo do útero é em
relação ao tratamento e suas
conseqüências.” Edson Luiz Campos
Jr.
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O câncer do
colo do útero na fase inicial é assintomático. “Quando
os sintomas aparecem já está avançado,
podendo haver sangramento durante a relação
sexual, corrimento que nunca melhora ou uma
ferida no colo do útero que não
cicatriza”, afirma Rezende, explicando que
o combate ao vírus é feito
com cauterização elétrica
e química, tanto em homens como mulheres.
Uma das maneiras para evitar a contaminação
pelo HPV é o uso de preservativo.
Quanto aos fatores de risco, os principais
são: início precoce da atividade
sexual, ausência de método
de barreira (camisinha), multiplicidade
de parceiros (mais de três parceiros
por ano o risco duplica e quintuplica após
o 5º parceiro), tabagismo – os produtos
inalados na fumaça reduzem a resistência
do colo do útero e facilitam a ação
do vírus – e as doenças que
provocam queda da imunidade.
“Mesmo as mulheres vacinadas devem continuar
fazendo o exame de Papanicolaou periodicamente,
porque existem os outros subtipos do HPV
e outras doenças transmissíveis,
como o HIV”, salienta Ferriani. A vacina é uma
maneira de diminuir muito a incidência
de contaminação e favorecer
a população carente com menos
acesso ao exame. “Nosso objetivo, em termos
de saúde pública, é cobrir
todas as formas de prevenção”,
completa.
HPV – da mãe para o recém-nascido
Existe a possibilidade da mulher grávida
contaminada pelo HPV transmitir o vírus
para a laringe do filho durante o parto.
A via vaginal é a principal, mas
os partos de cesariana também oferecem
risco. |
Imagem computadorizada
do vírus
HPV |
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“Existem trabalhos
que mostram o aumento da incidência
de câncer na região de cabeça
e pescoço, como o câncer de
amígdala, associados ao HPV. O vírus
pode ser encontrado inclusive no líquido
amniótico, então nem o parto
de cesariana pode proteger o bebê”,
afirma Rezende.
Os rumos das pesquisas
O desenvolvimento da vacina começou
em 1994. Ao todo no mundo, cerca de 27
mil pacientes já foram vacinadas. “Na
fase em que a FMRP participou, a vacina
foi comparada a um placebo, com o objetivo
de provar sua eficácia. Uma nova
fase da pesquisa irá comparar esta
vacina quadrivalente com um outro tipo
octavalente”, conta Ferriani, que prevê a
chegada da vacina no Brasil neste mês
de novembro.
Em um amplo estudo, a vacina é testada
em todos os continentes. “Foi liberada
para comercialização, mas
quem vai ter acesso agora é quem
tem dinheiro”, avalia Ferriani. Nos Estados
Unidos, a dose custa 120 dólares,
cada paciente necessita de três doses. “A
vacina já foi apresentada ao governo,
mas sua inclusão no calendário
de vacinação vai depender
de uma política pública e
econômica”, acredita o coordenador
da pesquisa na FMRP.
“A idéia é usar a vacina
antes da primeira relação,
antes da paciente se expor, para evitar
a contaminação. Porém,
no nosso estudo não foi excluída
a paciente que já teve o contato
com o vírus, porque estamos analisando
também o efeito terapêutico
da vacina. Mas isso ainda está sendo
estudado, por enquanto, a indicação
da vacina é preventiva”, revela
Ferriani.
O critério de inclusão das
140 pacientes que participaram da pesquisa
na FMRP foi ter entre 16 e 23 anos e no
máximo três parceiros sexuais,
onde se espera uma população
de baixo risco. “Mesmo nessas mulheres,
20% a 30% já tinham o vírus.
Encontramos de 8% a 10% de lesões,
sendo pelo menos 4% pré-cancerosas.
Essas pacientes foram tratadas e não
desenvolverão o câncer”, conta
Ferriani.
As mulheres que se interessarem em participar
da segunda fase da pesquisa – comparação
com a vacina octavalente – podem entrar
em contato com o Centro de Saúde
Escola da FMRP pelo telefone (16) 3963-2791.
Serviço
Ambulatório de Ginecologia do Hospital
das Clínicas
Fone: 3069-6000
Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital
Universitário
Fone: 3039-9468
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