“Os colírios com corticóides
podem mascarar sintomas, dificultando o diagnóstico
do oftalmologista.” Fernando Cresta
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Carros, ônibus e fábricas exalam
seus venenos no ar. Os olhos vermelhos se
mostram irritados ao final de um dia empoeirado.
Na volta para casa, farmácias oferecem
uma variedade infinita de colírios. É barato
e fácil de aplicar. E assim, de gotinha
em gotinha, importantes sintomas de infecções
oculares são mascarados por quem busca
resultado imediato: olhos branquinhos.
“Os pacientes podem ficar acostumados a
usar alguns colírios que deixam o
olho branco e sem irritação.
Normalmente, são soluções
com corticóides que podem ter efeitos
colaterais graves, principalmente a catarata
e o glaucoma. Além disso, predispõem à infecção,
o que pode levar a uma inflamação
na córnea (ceratite)”, explica o oftalmologista
do Hospital Universitário (HU) Fernando
Cresta.
Muitas vezes, o colírio usado por
uma pessoa não serve para o problema
de outra, por isso a necessidade de procurar
um especialista. “Se for usar algum colírio
para poluição, depois de sair
de uma piscina com muito cloro ou do mar,
deve ser colírio lubrificante com
lágrimas artificiais, que é mais
suave”, indica Cresta, alertando para o fato
de que a persistência dos sintomas
requer a consulta ao médico. “Um quadro
de irritação que se prolonga,
com vermelhidão e coceira, pode ser
um problema mais grave como conjuntivite
ou úlcera de córnea.”
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