Giil Jardim com o CD Villa-Lobos em Paris e o livro O Estilo
Antropofágico de Heitor Villa-Lobos, fruto de sua tese de doutorado
e livre-docência. |
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A revisão
de toda a grade curricular e reformas arquitetônicas
estão incluídas nos planos
do professor. O prédio ocupado pelo
CMU não foi construído para
abrigar um departamento de música,
nenhuma das salas, a não ser um
pequeno estúdio, possui tratamento
acústico. “Muitas vezes percebemos
que as condições do Estado
são tão morosas que fazem
com que parte do nosso plano de meta assuma
uma figura utópica”, lamenta.
Ainda assim, para o chefe do departamento é inaceitável
cruzar os braços. “Mais do que
tudo na Universidade, precisamos de uma
mudança de atitude, de um querer,
sermos movidos por uma expectativa de
futuro, sonhar, buscar o que está no
futuro, senão não dá,
um dia atrás do outro sem querer
o dia que vem amanhã.”
Jardim está à frente da
Ocam desde 2002. Quando assumiu, a grande
mudança foi que a orquestra de
18 músicos passou a contar com
35 e a ter o apoio do programa Santander-Banespa
Universidade. Além disso, passou
a ter uma programação preestabelecida
e a fazer mais concertos. São
oito programas distintos por ano, cada
um com três ou quatro récitas,
ou seja, reapresentações.
Nos últimos oito anos, Jardim
tem trabalhado com música clássica,
especialmente Villa-Lobos. O CD Villa-Lobos em
Paris, projeto em que foi diretor
e regente, ganhou o selo de ouro de uma
das mais importantes revistas de música,
a francesa Diapason D'Or, quando
esta lançou sua primeira edição
no Brasil em 2005. O mesmo disco acaba
de ganhar, em novembro, o Prime de Cultura
da revista Bravo!
Os projetos particulares de Jardim incluem
a realização de dois CDs
e um encontro nacional por uma política
de internacionalização
da música clássica brasileira.
O entusiasmo do regente não é menor
ao falar de sua família. Há 17
anos casado com a publicitária
Annelise Godoy, depois de seis anos ao
lado da bailarina e coreógrafa
Sonia de Alexandria, Jardim sorri largamente
ao falar dos filhos, Alex e João
Gabriel.
A música permeia a vida de Jardim,
no trabalho e em casa. Os ídolos
da juventude se tornaram parceiros de
profissão e de vida. “O mais legal é que
a gente convive muito com música,
com artistas dentro de casa, e isso de
alguma forma talha um pouco o perfil
dos meus filhos”, observa o regente,
que tem como padrinho de casamento e
de seu filho mais velho, Milton Nascimento.
“O Alex estuda Jornalismo, mais para
a área da mãe. E eu tenho
outro filho que é uma graça
também, de 10 anos, o João
Gabriel. Ele tem duas opções:
ser jogador de futebol ou pianista, está jogando
cada vez melhor e tocando também, é muito
sensível, tem um jeito para isso”,
derrete-se. “O pequeninho está indo
em um caminho mais parecido com o meu,
o futebol e a música. Sempre adorei
futebol, desde pequeno. Sou corintiano.” Aliás,
Gil Jardim vem de Gilmar Roberto Jardim – Gilmar
por causa de Gilmar dos Santos Neves,
que foi jogador do Corinthians e da seleção. |