Diversão e competição no mesmo ritmo

Crédito: Francisco Emolo
“Para a pessoa comum, o grande ganho da dança é psicológico, com aumento da autoconfiança e a perda do medo de enfrentar as situações do cotidiano.” Bettina Ried, membro da coordenação técnica da CBDance

 

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“Quando não sabemos dançar, ficamos inibidos, mas depois das aulas, a segurança é maior.” Anderson Gomes


“Na dança, não se pode apontar um culpado, é preciso ver o que o par está fazendo de errado. Tem de haver uma mudança de postura. A aula de dança é uma terapia de casal”, garante Bettina. “A preocupação com os passos consegue trazer os atritos para um patamar mais fácil de trabalhar do que um conflito emocional puro, percebo isso muitas vezes. Dançar uma rumba – dança romântica e sensual – com o seu namorado, noivo ou marido estreita a relação.”

A idade para o início da participação em competições de dança esportiva é aproximadamente 13 anos para a menina e 15 para o menino. Na Europa, essas competições são realizadas há quase um século, enquanto no Brasil, ainda são pouco conhecidas. Programas de televisão têm ajudado nessa divulgação. É o caso de “Bailando por um sonho”, do SBT, do qual Carla foi jurada. “Não foi uma competição de dança esportiva, mas uma dança de salão bastante mesclada. Entraram modalidades pouco conhecidas na dança de salão brasileira, como o paso doble , que há um ano ninguém sabia o que era.”

Anderson Gomes, que trabalha com Roberta na Seção de Compras, começou as aulas na mesma época e sente mudanças. “Muda bastante, principalmente quando saio à noite. Quando não sabemos dançar, ficamos inibidos, mas depois das aulas, a segurança é maior, eu participo mais”, conta Gomes. “Nunca pensei em competir, por enquanto é só diversão.”

No ano passado, a CBDance promoveu um curso de multiplicadores para professores de dança esportiva em parceria com a EEFE. “Foi muito bem-sucedido, esperamos que tenha sido uma semente que se espalhe, inclusive em termos de extensão para a comunidade USP”, confessa Bettina, também graduada e mestre pela escola. A CBDance prevê a realização, em abril, de uma competição no Círculo Militar em São Paulo. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail da Confederação, mesmo endereço destinado a dúvidas sobre a dança esportiva.

A pessoa que se inscrever receberá as regras internacionais de avaliação, em primeiro lugar está o ritmo e em último, a interpretação. “Muitas vezes, fui mal interpretada no programa do SBT, porque se a pessoa saiu do ritmo, mas interpretou com simpatia, um árbitro não pode cair nessas armadilhas, o competidor precisa entender isso, senão se sentirá injustiçado”, alerta Carla. A Confederação de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas já realizou cinco campeonatos nacionais. “Antigamente se dizia ‘quem tem pernas pode dançar', mas inclusive quem não tem, dança”, lembra Carla. “Nosso trabalho de professora é convencer o aluno de que qualquer um pode dançar.”

Informações sobre aulas de dança de salão no Cepeusp pelo telefone 3091-3362, com Eunice.

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