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USP reforça
políticas públicas
Para produzir o açúcar contido
em 1 litro de refrigerante, são necessários
cerca de 180 litros de água desde
o cultivo da cana.
Desafinados: a fabricação
de guitarras e pianos quase acabou com as
reservas de abeto-de-stika, árvore
típica do Alasca e Canadá.
No último ano, 11 toneladas de pilhas
e baterias foram jogadas no lixo comum, contaminando
solo e água.
O orçamento doméstico poderia
diminuir em cerca de 20% se fossem eliminados
os desperdícios e o excesso consumista.
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“Saber usar para nunca faltar.” O antigo
ditado do povo ressurge na sociedade contemporânea
com o nome de “consumo responsável”.
Trata-se do uso inteligente dos vários
recursos (água, energia, alimentos,
entre outros), pensando em evitar ao máximo
os desperdícios e danos ambientais.
A diferença é que esse novo
desafio do século 21 também
começa a fluir em políticas
dos setores públicos no Brasil.
Em fevereiro deste ano, foi encaminhado
pelo Senado o Projeto de Lei nº 25,
que determina a aplicação de
critérios de sustentabilidade ambiental às
licitações promovidas pelo
poder público. Desse modo, móveis
fabricados com madeira sem certificado ou
extraída ilegalmente, por exemplo,
deverão perder as licitações.
O projeto de lei se inspirou no Buying
Green Guide (Guia Comprando
Verde), lançado em 2004 pela União
Européia. A cartilha serviu para
orientar escolas, hospitais e setores administrativos
públicos a darem preferência
pela aquisição de produtos
ecologicamente corretos, até porque
a Europa já comprometeu grande parte
dos seus limitados recursos naturais.
No Brasil os efeitos esperados também
são grandes, segundo a justificativa
do senador Tião Viana em seu projeto
de lei. Além do cuidado com o verde,
espera-se que a iniciativa do Estado incentive
os empresários a investirem na adequação
dos seus produtos de acordo com as normas
ambientais. E o incentivo quer dizer dinheiro
em jogo: só em 2006, o Brasil gastou
R$ 696 bilhões em compras através
de licitações, o equivalente
a 30% do Produto Interno Bruto.
Segundo explica Helena Ribeiro, professora,
vice-diretora da Faculdade de Saúde
Pública da USP e membro do Iclei (grupo
que reúne 500 cidades em todo o mundo
interessadas nas práticas sustentáveis),
as iniciativas do Estado em relação
ao consumo responsável começaram
nos anos 90 e têm enorme importância,
porque induzem o restante da população.
“O cidadão sozinho pode tomar várias
atitudes, mas não consegue iniciar
uma tendência. Já quando o volume
movimentado é grande, como no caso
de uma prefeitura, você é capaz
de induzir a produção”, garante
Helena.
Ainda assim, são inúmeras
as ações que podem ser levadas
a cabo por qualquer pessoa. E, do mesmo jeito
que os empresários, qualquer um pode
tentar o consumo responsável e se
beneficiar financeiramente. “Eu diria que
20% dos nossos gastos são com coisas
desnecessárias. Podemos cortar despesas
controlando o desejo e o consumismo”, alerta
a professora.
Controlar o tempo de banho, consertar vazamentos,
preferir lâmpadas fluorescentes, passar
a roupa de uma vez só, não
dormir com a televisão ligada, escolher
alimentos em embalagens recicláveis
e não trocar o celular todo ano (Quer
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