Na palma da mão, na ponta dos pés ou de braços abertos

 

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Arquivo médico
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© Jorge Maruta
Jesuína dos Santos conta como era sua vida quando tinha hiperidrose: “Eu andava o tempo todo com um lenço nas mãos. Se ia escrever, molhava o papel, se andava de sandália e ia ao banco, por exemplo, deixava marcas pelo chão” .

 

 

 

Francisco Emolo
“Suo demais no corpo inteiro. É ruim por causa da roupa. Se pudesse, faria a cirurgia”. Luiz Carlos da Silva.


Tratamento

Entre as possibilidades de tratamento para a doença, como aplicações de produtos dermatológicos ou utilização de medicamentos, a mais eficaz e definitiva é uma cirurgia de 40 minutos. O procedimento, chamado de simpatectomia torácica endoscópica bilateral, consiste na retirada dos nervos (ou gânglios) que regulam a sudorese. Isso é feito através da incisão no tórax de dois instrumentos endoscópicos do diâmetro de um lápis. Por um deles, introduz-se uma minicâmera de televisão que permite ao cirurgião visualizar o gânglio que será retirado. Pelo outro, entram os instrumentos cirúrgicos necessários para realizar a operação, como o bisturi.

Três anos atrás, depois de lidar com a hiperidrose desde criança, Jesuína procurou um médico no Hospital Universitário e resolveu fazer a cirurgia. O resultado da operação foi imediato, como de costume. Quando acorda da anestesia geral – que é necessária durante o procedimento – o paciente já está com as mãos ou as axilas bem secas. No caso dos pés, é necessário um outro tipo de cirurgia, denominado simpatectomia lombar. Entretanto, segundo Ribas, em cerca de 50% dos casos, os bons resultados obtidos com a cirurgia torácica acabam refletindo em melhoras também nos pés. Por isso, muitas vezes, a simpatectomia lombar torna-se desnecessária. Foi o que aconteceu com Jesuína: “Hoje, meus pés transpiram pouco e isso não me atrapalha”, relata.

Efeitos colaterais e outros casos

São mínimos os efeitos colaterais da cirurgia. O principal deles é a chamada sudorese compensatória, que nada mais é que o aumento da transpiração em outras partes do corpo, como nas costas, no abdome e nas coxas. Isso ocorre porque o suor serve para manter o corpo na temperatura adequada. Dessa forma, se o suor das mãos cessa, ele é “transferido” para outras partes, de modo a manter a temperatura constante.

“Esse suor compensatório não vai acontecer quando eu estiver estressado ou fazendo uma prova, por exemplo. Ele só vai ocorrer quando eu estiver na praia a 40 graus ou fazendo exercícios físicos, situações em que você normalmente sua. Essa compensação incomoda de 3% a 4% dos meus pacientes operados”, ressalta Ribas. Vale lembrar, no entanto, que, uma vez submetidas à cirurgia, as pessoas devem manter-se dentro do seu peso ideal, pois a sudorese compensatória pode se tornar significativa caso os pacientes apresentem sobrepeso.

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