Por Maria Clara Matos
Fotos por Cecília Bastos

Crédito foto: Cecília Bastos


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O organista José Luís de Aquino se apresentou este ano na Catedral de Notre Dame, em Paris, coroando uma carreira de muito sucesso e dedicação

 

 

 

Crédito foto: Cecília Bastos
José Luís de Aquino enfatiza que estamos vivendo um período de transformação e a Universidade tem o papel importantíssimo de despertar e formar novos organistas


José Luis de Aquino fala sobre seus projetos e sobre a importância da universidade no incentivo à formação de novos organistas

Em 1994, José Luís de Aquino criou o Festival São Bento. Dizer que o público apenas se interessava é pouco. O organista conta que as pessoas lotavam o Mosteiro de São Bento e ocupavam cada cantinho, sentando-se no chão e acotovelando-se para ouvir o concerto de órgão. Hoje ele destaca que a utilização do instrumento está em crise, mas não concorda que haja falta de interesse, mas sim, de incentivo.

“É um instrumento caro e sensível que sofre as variações de temperatura”, enfatiza o músico. Por isso o órgão requer manutenção contínua e permanente. As igrejas, atualmente com poucos organistas, têm se interessado mais pelos teclados e violões. Segundo o músico e docente, “muitos instrumentos estão mudos. Entre eles o da Catedral da Sé e o do Teatro Municipal”.

Mas ele acredita que estamos vivendo um período de transformação e a universidade tem o papel importantíssimo de despertar e formar novos organistas. Assim, um dos principais projetos do músico é ampliar o curso de órgão que começou há dois anos na USP. Além disso, concretizar a montagem do órgão de tubos da marca italiana G Tamburini doado para a instituição em 2005 sob seu intermédio. O instrumento, com valor estimado em R$1 milhão, possui 46 registros sonoros, aproximadamente 3 mil tubos, quatro teclados manuais e pedaleira completa e foi doado ao Departamento de Música da ECA (CMU) pela família Hollnagel.

 

 

 

 

 

Ouça aqui a peça Choral Vater unser in Himmelreich, de G. Böhm, tocada por José Luís de Aquino


Aquino conta que inicialmente a idéia era instalá-lo no auditório Camargo Guarnieri, mas que agora se decidiu por colocá-lo no CMU. “Esse é nosso projeto agora e meu grande sonho. Ver esse órgão montado, funcionando e servindo para atividades de ensino na graduação e pós-graduação e concertos. Esse é o meu projeto mais importante no momento.”

Mas a carreira de músico e concertista não pára e Aquino volta a fazer esse mês apresentações gratuitas, em São Paulo, sob aval do Departamento de Música da USP. No dia 16 de setembro, às 20h, ele tocará no Mosteiro de São Bento para comemorar datas importantes como os 410 anos do mosteiro e o centenário de Olivier Messiaen, um dos maiores compositores do século 20. No repertório estarão músicas que o organista tocou em sua apresentação na Catedral de Notre Dame, incluindo compositores como Vierne e Messiaen.

Ainda neste mês, Aquino também se apresenta, no dia 21, às 20h, na Basílica do Carmo que também completa 410 anos. O programa irá tratar da influência de Bach na literatura organística até os dias de hoje e levará o público a contemplar composições de Franz Liszt e Alberto Ginastera.

Serviço:

Mosteiro de São Bento
Local: largo São Bento, s/nº
Horário: 20h
Ingressos: entrada franca
Fone: (11) 3328-8792
Data: 16/9

Basílica do Carmo
Local: rua Martiniano de Carvalho, 114 – Bela Vista
Horário: 20h
Ingressos: entrada franca
Fone: (11) 3146-4500
Data: 21/9


 

 


 
 
 
 
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