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Alkmim
e Melfi: ações sem visibilidade, mas essenciais |
As
universidades estaduais paulistas USP, Unicamp e Unesp
estão cheias de planos para o futuro. Em reunião realizada
sexta-feira, dia 21 de junho no Palácio dos Bandeirantes, em
São Paulo, elas divulgaram os projetos iniciados graças
à verba adicional de R$ 50 milhões concedida pelo governo
do Estado em novembro de 2001. Na presença do governador Geraldo
Alckmin, os reitores Adolpho José Melfi, da USP, Carlos Henrique
de Brito Cruz, da Unicamp, e José Carlos Souza Trindade, da
Unesp, anunciaram a expansão do número de vagas, de
cursos e até de campi, que serão oferecidos já
a partir do próximo ano. Hoje é um dia histórico,
porque o que estamos fazendo representa um grande passo na área
da educação, disse Alckmin. Essas ações
não têm a visibilidade de viadutos e pontes, mas são
fundamentais para a formação da nossa gente.
Só na USP, a expansão gerada pelos recursos adicionais
atingiu números bastante promissores. Segundo Melfi, o Conselho
de Graduação da Universidade aprovou neste ano a criação
de 12 novos cursos, com 390 vagas, e a oferta de 125 vagas em cursos
já existentes. Essas 515 novas vagas estarão à
disposição no vestibular de 2003. Melfi lembrou ainda
que, para o vestibular de 2002, os recursos suplementares já
tinham permitido a criação de 11 novos cursos
que somam 435 vagas , além de mais 22 vagas em cursos
existentes. O apoio que o governo do Estado e a Assembléia
Legislativa vêm dando à USP nos últimos anos tem
sido fundamental para que ela possa cumprir seus compromissos para
com a sociedade, discursou Melfi (leia ao lado sobre o número
de vagas abertas na USP ao longo dos últimos anos).
O
Campus 2 de São Carlos
Mais
do que vagas, as verbas suplementares proporcionaram a execução
de todo um projeto acadêmico e administrativo da USP, inclusive
com a criação de novos campi. Em São Carlos
onde a Universidade já mantém a Escola de Engenharia,
o Instituto de Química, o Instituto de Física e o
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
, a expansão exigiu a criação do chamado
Campus 2. Ali serão construídos laboratórios
e um hangar para o funcionamento, a partir de 2004, do curso de
Engenharia Aeronáutica, inaugurado em São Carlos neste
ano.
Mas o Campus 2 de São Carlos não se destinará
apenas à formação de engenheiros aeronáuticos.
As unidades da USP sediadas naquela cidade elaboraram um projeto
para ocupar o novo espaço que prevê três iniciativas.
Uma delas se refere à criação de novos cursos
de graduação. Deverão ser instalados ali Direito,
Administração, Letras, Pedagogia, Design e Turismo.
A segunda iniciativa diz respeito à fundação
do Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica,
que terá uma estrutura semelhante à do Massachusetts
Institute of Technology, o MIT, dos Estados Unidos. Já a
terceira ação a ser feita é a realização
de projetos especiais que permitam a parceria entre esse instituto
e as empresas paulistas. Com 73 hectares, o terreno do Campus 2
de São Carlos foi repassado à USP pelo prefeito são-carlense
Newton Lima Neto, durante a cerimônia no Palácio dos
Bandeirantes, no dia 21. Os recursos suplementares alocados
pelo governo permitirão que as obras de infra-estrutura estejam
concluídas ainda em 2002, comemorou Melfi, referindo-se
às obras necessárias para o curso de Engenharia Aeronáutica.
Outros campi estão nos projetos da USP, ainda graças
ao dinheiro extra viabilizado pelo governo. Uma comissão
criada pela Reitoria está elaborando um estudo de viabilidade
para a criação de um campus da USP na Zona Leste da
capital paulista, região onde há grande demanda por
vagas em cursos superiores. Segundo Melfi, esse campus deverá
priorizar a formação de pedagogos, bacharéis
em Direito, administradores e profissionais em Turismo. A
escolha da área já está sendo realizada pela
comissão da USP e por líderes comunitários.
Em 2003, a USP pretende concretizar a anexação da
Faculdade de Engenharia Química de Lorena (Faenquil), hoje
um instituto isolado ligado à Secretaria da Ciência,
Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São
Paulo. Essa ação significaria a instituição
do sétimo campus da USP, ao lado dos campi de São
Paulo, Bauru, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto e
São Carlos. A anexação da Faenquil possibilitaria,
em um primeiro momento, o fortalecimento da área da química
fina e das ciências dos materiais, o que beneficiaria demais
a região do cone leste do Estado, detentora de 20% das exportações
brasileiras e sede de importantes centros de pesquisa do País,
justificou Melfi. Num segundo momento, permitiria um significativo
aumento do número de vagas na graduação, com
a implantação de novos cursos. Ainda de acordo
com Melfi, uma comissão analisa atualmente os aspectos acadêmicos,
jurídicos, administrativos e financeiros do projeto de anexação
da Faenquil à USP.
Apoio
aos professores
O reitor
da USP citou também outros projetos realizados pela Universidade
em parceria com a Secretaria da Educação estadual.
Entre esses projetos está o Programa PEC de Formação
Universitária destinado a fornecer o curso superior
de Pedagogia a 1.710 docentes de educação básica
da rede estadual paulista que possuem apenas a formação
de nível médio. Projetos de aperfeiçoamento
para 2.400 professores já graduados de Língua Portuguesa,
Matemática e Ciências e programas para a formação
de professores indígenas atuantes no ensino infantil e fundamental
são outras ações feitas pela USP junto com
a Secretaria da Educação. Além de priorizar
os cursos de licenciatura, a USP faz um esforço para responder
de forma efetiva à sua responsabilidade para com a formação
de professores para a escola fundamental e média, acrescentou
Melfi.
Em parceria com outra secretaria do Estado a de Ciência,
Tecnologia e Desenvolvimento Econômico , a USP acalenta
dois projetos. Um deles é a criação do Centro
de Tecnologia Ambiental, que deverá ser construído
em Cubatão, numa área da Petrobras. Nele serão
feitas pesquisas em ciências ambientais e abertos cursos de
pós-graduação lato sensu e de extensão
universitária. Já o Parque da Ciência e Tecnologia
está sendo implantado no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga,
na zona sul da capital paulista. O novo parque será instalado
numa área antes ocupada pelo Instituto de Astronomia, Geofísica
e Ciências Atmosféricas (IAG) transferido para
a Cidade Universitária e pela Febem Imigrantes, que
foi desativada. O Parque da Ciência terá como
objetivo proporcionar a difusão cultural da ciência
e da tecnologia para professores e alunos do ensino básico
e para o público em geral.
Ainda na cerimônia realizada no Palácio dos Bandeirantes,
Melfi fez uma sugestão ao governador Geraldo Alckmin. O reitor
propôs a transformação da Penitenciária
do Carandiru que o governo pretende desativar, com a transferência
dos presos para outras unidades prisionais espalhadas pelo Estado
num centro cultural, nos mesmos moldes do Centro Universitário
Maria Antonia, que a USP mantém na região central
da cidade de São Paulo. Exposições itinerantes
dos museus da USP, apresentações do Teatro da USP,
da Orquestra, do Coral, entre outros órgãos, poderiam
ser realizadas ali.
Unesp
e Unicamp
Os
recursos do governo estadual viabilizaram planos inéditos
também na Unesp e na Unicamp. A Unesp deu início ao
chamado projeto Pedagogia Cidadã, que visa a oferecer o curso
superior de Pedagogia para todos os professores em atuação
no ensino infantil e fundamental das redes municipais de ensino.
Para isso, aquela universidade firmou parceria com 136 municípios
paulistas, que permitirá a diplomação de 40
mil professores até 2007. Com isso, a Unesp poderá
titular, dentro dos melhores padrões de qualidade, toda a
demanda de professores do Estado de São Paulo, cumprindo-se
assim os prazos estipulados pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB)
da educação, discursou o reitor da Unesp, José
Carlos Souza Trindade. Ele acrescentou que, em 2002, a universidade
aumentou em 650 o número de vagas das quais 500 se
referem a novos cursos. Para o vestibular de 2003, está em
tramitação a criação de novos cursos
nos campi de Rio Claro (Engenharia Ambiental), Marília (Relações
Internacionais), São Vicente (Economia, Administração
e Ciências Contábeis), Botucatu (Fonoaudiologia e Fisioterapia),
São José do Rio Preto (Química Ambiental, Pedagogia
e Física Biológica) e Assis (Engenharia de Alimentos,
Farmácia e Bioquímica, Engenharia de Computação
e Química). Compondo um total de 15 novos cursos, em
seis diferentes cidades, eles representam uma ampliação
parcial de cerca de 930 novas vagas a ser oferecidas no vestibular
de 2003.
A Unicamp criou 495 vagas nos cursos de graduação
com os recursos adicionais. Com essas vagas, a universidade passa
a oferecer quase 3 mil vagas um aumento de cerca de 50% em
relação aos números de 1995, quando havia 1.990
vagas disponíveis. O reitor Carlos Henrique de Brito Cruz
anunciou a criação de novos cursos de Enfermagem e
Fonoaudiologia e a ampliação de vagas nos cursos de
Biologia e de Engenharia de Controle e Automação,
além de novas vagas no período diurno do curso de
Tecnologia de Informática, instalado no campus de Limeira.
Breve
história das vagas na USP
De
1989 ano da autonomia financeira concedida pelo governo estadual
às três universidades públicas paulistas
até 1998, os planos de expansão de vagas nos cursos
de graduação da USP ficaram desativados. Entre 1998
e 2001, foram criados seis novos cursos, que, junto com as vagas
abertas em cursos já existentes, somaram 514 novas vagas.
No vestibular de 2002 já como resultado da verba adicional
de R$ 50 milhões dada pelo governo estadual em novembro passado
à USP, à Unicamp e à Unesp , a Universidade
colocou à disposição 455 vagas. Desse total,
22 foram abertas em cursos já existentes e outras 435, em
11 novos cursos. Esses cursos são: Gestão Ambiental
(ministrado no campus de Piracicaba), Música (Ribeirão
Preto), Pedagogia (Ribeirão Preto), Relações
Internacionais (São Paulo), Agrobiologia (Piracicaba), Farmácia
e Bioquímica, noturno (Ribeirão Preto), Fisioterapia
(Ribeirão Preto), Terapia Ocupacional (Ribeirão Preto),
Engenharia Aeronáutica (São Carlos), Bacharelado em
Matemática Aplicada e Computacional (São Paulo) e
Oceanografia (São Paulo).
No vestibular de 2003, as verbas suplementares do governo estadual
vão render mais vagas. O Conselho de Graduação
da USP já aprovou a criação de 12 novos cursos,
com 390 vagas, e a ampliação de 125 vagas em cursos
já existentes. No total, serão 515 novas vagas
e não 415, como divulgado pela imprensa na semana passada.
Até o fechamento desta edição, o Jornal da
USP não conseguiu apurar quais são esses cursos
que ainda dependem da aprovação do Conselho Universitário
da USP.
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