Locais como a Estação
Júlio Prestes, o Edifício Copan, a Galeria do Rock
e a estação São Bento do Metrô tornaram-se
espaços expositivos ao receber as obras do 10º Salão
Paulista de Arte Contemporânea. São 140 trabalhos entre
pinturas, esculturas, fotografias, instalações, performances
produzidos por 56 artistas brasileiros, selecionados entre os 1.258
inscritos.
Segundo o crítico de arte Paulo Klein, presidente da comissão
organizadora do evento, os salões sempre tiveram a
tradição de revelar novos talentos e reafirmar os
já consagrados. Com a finalidade de incentivar a produção
artística, o Salão oferce três prêmios,
no valor de R$ 12 mil cada um. Os vencedores deste ano foram Renata
Pedrosa, mestranda em Artes Plásticas na ECA, o escultor
Jefferson Kulig e o arquiteto Márcio Pannunzzio, formado
pela FAU.
Renata Pedrosa apresentou uma obra de interferência urbana
chamada Maior do que um. A artista amarrou tecido de lençol
branco em módulos de madeira, formando um quadrado sobre
um chafariz desativado, em frente ao Complexo Cultural Júlio
Prestes. Quis fazer uma óbra pública com uma
escala mais humana, menos monumental. Usei materiais frágeis
e domésticos, afirma Renata. O caráter efêmero
da obra se confirmou após três dias, quando ela deixou
de existir. Provavelmente, moradores de rua se apropriaram
do tecido e das madeiras. O que eu até acho bom, já
que era uma obra pública, uma obra para ser do público.
Jefferson Kulig produziu objetos com os quais discute o universo
da moda. As obras Guarda Roupa 2001, Máquina de Tecer 2001
e Volume I 2001 estão no mezanino do Edifício Copan.
Já as xilogravuras do arquiteto Márcio Pannunzzio,
feitas sobre madeira com nervura, enfocam a denúncia social
e podem ser observadas no Espaço Cultural BM&F.
Tadeu Jungle, radialista graduado na ECA, recebeu menção
honrosa pelos trabalhos Uh! Oh! e Ah! Oh!. São quatro fotografias
de tela de TV em que aparecem mulheres com expressões inusitadas.
Os painéis têm 1,80 m de largura por 2,40 m de altura
e estão expostos no Instituto Cultural Galeria do Rock. Minha
intenção era mostrar que um fotograma retirado do
contexto original de vídeo ganha um novo significado,
explica Jungle, que já ganhou diversos prêmios com
trabalhos em vídeo.
No Instituto Cultural Galeria do Rock também está
a instalação Anuncie aqui do grupo Bijari, formado
por arquitetos graduados na FAU. Entre os integrantes do Bijari
está Rodrigo Araújo, finalista do Projeto Nascente
2001.
Segundo Klein, pela primeira vez o Salão não acontece
dentro de um salão propriamente dito. Inspirada por
Milton Nascimento, a comissão organizadora resolveu que o
artista vai aonde o povo está. Pensamos em locais públicos
e essa idéia foi de encontro à proposta de revitalização
do Centro. Aos 50 anos, Klein lembra nostálgico do
centro da cidade que conheceu na infância. É
verdadeiramente um presente poder organizar um evento que contribua
para a melhoria daquele espaço.
Além das mostras com os trabalhos selecionados, o Salão
apresenta ainda uma exposição em homenagem ao artista
plástico paulistano Arcângelo Ianelli. Sob a curadoria
de Radhá Abramo, foi montada uma mostra com dez obras do
artista pinturas em óleo sobre tela , retiradas
da série Composições, produzida
em 2000.
O
10º Salão Paulista de Arte Contemporânea fica
em cartaz até 31 de julho. Complexo Cultural Júlio
Prestes (r. Mauá, 52), de segunda a sexta, das 10h às
18h. Boulevard São Bento (estação São
Bento do Metrô), de terça a domingo, das 11h às
20h. Instituto Cultural Galeria do Rock (av. São João,
439), de segunda a sábado, das 11h às 20h. Edifício
Copan (av. Ipiranga, 200), de quarta a domingo, das 11h às
20h. Espaço Cultural BM&F (Praça Antônio
Prado, 48), de segunda a sexta, das 10h às 17h30. Informações
pelo tel. 3034-1588. Entrada franca.
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