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Nesta semana, a USP deverá dar forma concreta a um desejo que acalenta praticamente desde sua fundação: possuir o seu próprio museu de ciências. A instalação da Diretoria e do Conselho Deliberativo do museu, que acontece no dia 13, fará com que ele passe a existir integralmente, ainda que, nesse primeiro momento, esteja longe de ser tudo aquilo que a Universidade ambiciona. Quando estiver pronto, o museu deverá ser o ponto central de uma rede museológica da Universidade que articulará e mobilizará todos os acervos científicos produzidos e guardados pela USP. Sua sede deverá ser no campus da capital, em uma Praça dos Museus (leia box ao lado), para onde serão transferidos o Museu de Arqueologia e Etnologia e o Museu de Zoologia. “Será um pólo de cultura, lazer e turismo, composto de três museus, que a USP irá oferecer à metrópole”, escreve Maria Ruth Amaral de Sampaio, presidente da Comissão Especial de Planejamento para Implantação do Setor de Museus da USP, na apresentação do projeto.

O Conselho Deliberativo, composto por mais de 40 pessoas das mais diferentes áreas do conhecimento, representa bem esse caráter interdisciplinar da proposta. O professor escolhido para dirigir o museu, Rolf Roland Weber, do Instituto Oceanográfico, vê nessa diversidade um grande potencial e um desafio de iguais proporções. “Teremos muito o que discutir até chegar a um consenso, porque certamente cada um virá com um conceito próprio de museu”, prevê. “Sou da área de exatas e para mim será uma experiência nova”, acrescenta, dizendo que, por outro lado, se sente preparado para a empreitada.

Apesar das discussões e mudanças que certamente virão, já existe uma linha condutora bem definida do que deverá ser o museu. Em primeiro lugar, ele não terá acervo próprio. Será, basicamente, um articulador dos inúmeros acervos que foram sendo criados e “engordados” ao longo dos anos e que estão pulverizados pelas diversas instituições da USP. Esse fator é o que dará ao museu, que já conta com o apoio do CNPq, seu caráter de “rede”. Sem acervo próprio, o museu chegará ao público através de exposições sazonais que serão organizadas em torno de amplos temas importantes para atualidade. As exposições temáticas, além de reunir, em um único local, o acervo da USP relativo a um assunto, também pretendem tornar visíveis os processos de produção do conhecimento em uma universidade pública, em geral restritos ao universo acadêmico. Isso tudo em um formato moderno e atrativo ao grande público.

“Esse museu será muito importante”, conta o pró-reitor de Cultura e Extensão e presidente do Conselho Deliberativo do museu, Adilson Avansi de Abreu. “A USP tem uma capacidade de estocar e produzir conhecimento que é única no País. Ela tem uma história e um acervo acumulado, que poucos lugares têm. O que precisamos é de mecanismos ágeis de transferência desse conhecimento para a população”, explica, acrescentando que a tecnologia mais eficiente para isso é a museológica, porque possibilita a combinação do conteúdo e do visual com a possibilidade de interação.

O tema da primeira exposição do museu, já foi escolhido. A mostra piloto “Água: uma viagem no mundo do conhecimento” deverá ocorrer no primeiro semestre do ano que vem e apresentará o assunto visto sob diversas óticas. “É um tema que acaba sendo trabalhado pela engenharia, pela biologia, pela oceanografia, pela agricultura e até pelo direito, no que diz respeito ao uso da água. Esse assunto permite à Universidade mobilizar todas as suas áreas de conhecimento”, justifica o professor Avansi. Enquanto não ficam prontas a praça e a sede fixa do Museu de Ciências, ele está instalado em uma sala da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão e fará suas exposições em espaços de outras instituições, como o Parque de Ciência e Tecnologia da USP.


O site do museu deverá ser inaugurado também no próximo dia 13. O endereço será www.museu deciencias.usp.br

 

 

 

 

Uma praça, três museus

Está em andamento um projeto que poderá mudar o cotidiano da Cidade Universitária. A Praça dos Museus na USP, assim que estiver pronta, ocupará uma área de 120 mil m2, próxima à avenida Corifeu de Azevedo Marques. Com arrojadas edificações projetadas pelo professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Paulo Mendes da Rocha, será um espaço de convivência – com praças elevadas, cafés, bibliotecas e um restaurante – que abrigará os já existentes Museu de Arqueologia e Etnologia e o Museu de Zoologia, além do novo Museu de Ciências. Os três prédios em forma de torre (dois cúbicos e um cilíndrico) serão interligados por uma espécie de passarela que também dará acesso a um auditório para 800 pessoas.


A idéia por trás do projeto arquitetônico é facilitar o trânsito dos visitantes entre as diversas construções, mas manter espaços exclusivos para amparar a pesquisa e os recintos de trabalho internos dos museus. Além disso, o modelo foi elaborado para criar, segundo o arquiteto, “um espaço amplo e festivo aliado à serenidade e à introspecção exigidas pelo empreendimento”.


Apesar das expectativas que suscita, a praça ainda não tem data marcada para ser construída. Mas, segundo o pró-reitor de Cultura e Extensão e presidente do Conselho Deliberativo do Museu de Ciências, Adilson Avansi de Abreu, “nas diretrizes do orçamento deste ano, que será votado no Conselho Universitário, já consta a previsão de recursos para a instalação da praça”.

 




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