Começa
a sair do papel a implantação de mais um campus da
USP. O local escolhido está na área do Parque Ecológico
do Tietê, na zona leste da capital, e abrigará, num
primeiro momento, um prédio de cerca de 40 mil metros quadrados,
a ser concluído no ano que vem.
Este
parque é um espaço do Estado que será doado
para a Universidade de São Paulo nesta terça-feira,
dia 18, pelo governador Geraldo Alckmin. O governo já destinou
R$ 5 milhões ao projeto no final do ano passado. Está
previsto para breve o lançamento da pedra fundamental, com
a cerimônia dependendo ainda da confirmação
de disponibilidade de agenda do governador.
Segundo
a professora Myriam Krasilchik, presidente da comissão responsável
pelo projeto de implantação do novo espaço
uspiano, a intenção é que o campus comece a
funcionar no segundo semestre do ano que vem, marcando o aniversário
de 70 anos da Universidade de São Paulo e os 450 anos da
cidade. Serão
oferecidas inicialmente mil vagas na unidade da zona leste, em cursos
ministrados durante o dia e à noite.
De
propriedade do Estado, o local fica perto da Rodovia Ayrton Senna,
do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Garulhos, e de
duas estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM). “Ao fazermos a sugestão ao governador, pensamos
principalmente na facilidade de acesso para todos que tenham que
ir ao campus. Queremos que alunos, professores e funcionários
possam se movimentar da melhor maneira possível”, explica
Myriam Krasilchik.
Segundo
Sylvio de Barros Sawaya, professor da FAU, a maior preocupação
com o desenvolvimento do projeto arquitetônico foi escolher
um local no terreno do parque que não fizesse parte de área
de reserva florestal e conservasse as características ambientais.
A
todo vapor
– Com uma comissão central composta pelos professores
Gilberto de Andrade Martins, do Departamento de Administração
da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
(FEA), Maria Victoria de Mesquita Soares, do Departamento de Filosofia
e Ciência da Educação da Faculdade de Educação
(FE), Renato da Silva Queiroz, do Departamento de Antropologia da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH),
além do próprio Sawaya, do Departamento de Projetos
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), o estudo da implementação
do novo campus está a todo vapor.
São cerca de 40 professores subdivididos em cinco comissões
que tratam desde a infra-estrutura até a parte acadêmica.
“Cada
um dos professores procura manter um relacionamento próximo
com sua unidade para que a discussão seja a mais ampla possível”,
esclarece Myriam.
A presidente
da comissão ressalta ainda que o novo campus da USP será
na zona leste e não da zona leste, uma vez que serão
abertas vagas para estudantes de qualquer parte da cidade ou do
País.
Nos
dois primeiros anos de funcionamento, prevê-se que o campus
na zona leste tenha uma comunidade acadêmica estimada em 2
mil alunos, 120 professores e 200 funcionários. “A
idéia é que todo o corpo docente seja contratado em
função de projetos de pesquisa. É bom frisar
também que o orçamento para essas novas contratações
– tanto para docentes como para funcionários e manutenção
do campus – deve ter recursos próprios.”
O novo
campus irá abrigar uma única unidade de ensino, a
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) que, conforme
rege o Estatuto da Universidade, deverá oferecer cursos diferentes
dos que já existem no campus da USP na Cidade Universitária.
A proposta é de que sejam criados cursos nas áreas
de Arquitetura Paisagística, Arquitetura de Interiores, Arqueologia,
Ciências Ambientais, Turismo, Marketing (pesquisa de mercado
e pesquisa de opinião), Promoção Cultural,
Serviço Social, Psicologia com concentração
em Recursos Humanos, Políticas Públicas, Cooperativismo
(co-gestão), Ciências Atuariais, Formação
de Professores, Música (concentração em música
popular), Esporte e Moda.
A formação
de professores também é uma grande aposta do novo
campus. Os cursos escolhidos serão todos submetidos à
aprovação do órgão máximo da
USP, o Conselho Universitário.
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