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Às margens do Tietê, campus terá uma unidade, a EACH, com vários cursos

Em cerimônia realizada no dia 18 passado, no Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin assinou decreto autorizando a doação de uma área do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) para a implantação do novo campus da USP na zona leste de São Paulo. Durante a cerimônia foram apresentados os projetos de edificações e os planos para a implantação de cursos no campus, que contará inicialmente com mil alunos. Estava marcado para sábado, dia 22, no local, o lançamento da pedra fundamental do projeto.

O terreno, localizado no Parque Ecológico do Tietê, possui uma área total de 1.250.000 metros quadrados, quase 80% do Parque Ibirapuera. “Essa é uma área estrategicamente bem localizada, ao lado da Rodovia Ayrton Senna, na divisa com Guarulhos, próxima do Aeroporto Internacional e na beira da linha metropolitana de trens”, explicou Alckmin.

O governo do Estado já destinou R$ 5 milhões para o início das obras, e o valor total a ser investido chegará a R$ 40 milhões. A implantação da USP na zona leste está sendo discutida há dois anos e a previsão é de que o primeiro vestibular seja realizado no segundo semestre de 2004. O campus sediará uma nova unidade, a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), que deverá abrigar cursos de graduação ainda não existentes no campus de São Paulo, como os voltados para a formação de professores, Serviço Social, Arquitetura Paisagística, Arqueologia, Ciências Ambientais, Moda e Marketing, entre outros. Mas os cursos ainda não foram definidos pela comissão que estuda o assunto.

Providências necessárias – Alckmin aproveitou a cerimônia para assinar um decreto solicitando às Secretarias Estaduais de Transportes, Meio Ambiente e Transportes Metropolitanos que tomem as providências necessárias para adequar a região à implantação do novo campus. No setor de transportes está prevista a interligação viária da área da USP com as Rodovias Presidente Dutra e Ayrton Senna, com a avenida Jacu-Pêssego e com a asa sul do Rodoanel. De acordo com o governador, a linha F da CPTM, que liga o Brás a Calmon Viana, no município de Poá, será remodelada com a recuperação dos trilhos – incluindo equipamentos de segurança e informatização – e a aquisição de novos vagões de trem. “Os trens deverão ter a mesma qualidade da linha que circula na Marginal Pinheiros”, disse. A mudança integrará o projeto de extensão da linha F até o Aeroporto Internacional, em Guarulhos. “Essas mudanças vão facilitar o acesso dos alunos de Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Mairiporã, Arujá, Santa Izabel e toda a região leste metropolitana, além da capital”, ressaltou. Está prevista também uma nova estação, a USP Leste.

Os recursos orçamentários previstos para o novo campus da USP serão totalmente independentes dos recursos atuais destinados à Universidade, ressaltou Alckmin em entrevista coletiva aos jornalistas, após a cerimônia. O governador disse ainda que foi estabelecido com a USP não um aumento do percentual da alíquota do ICMS, mas sim um recurso a mais no orçamento definido anteriormente.

O reitor da USP, professor Adolpho José Melfi, disse que a Universidade está em perfeita sintonia com a política de avanço social que vem sendo desenvolvida pelo governo do Estado – através da Secretaria da Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo – e pela Assembléia Legislativa. Essa política visa a expandir de maneira significativa as vagas dos cursos de graduação nas três universidades públicas paulistas, USP, Unesp e Unicamp. “Nestes últimos dois anos, a USP tem mobilizado sua comunidade acadêmica com o objetivo de promover a expansão do ensino superior público gratuito e de qualidade. Já foram criadas 1.161 novas vagas, sendo 216 em cursos já existentes e 945 em 27 novos cursos, todas nos campi de São Carlos, Ribeirão Preto e Piracicaba.”

Para o padre Luis Marchione, da Paróquia São Francisco de Assis, em Ermelino Matarazzo, que participou da cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, este é um grande momento para o bairro. “Atuo na zona leste há 25 anos. Durante esse tempo houve um grande avanço social na região devido aos movimentos populares, partidos políticos comprometidos e as pastorais sociais. Na área de educação temos um objetivo: educação, da creche à universidade. Para aplicarmos isso, incentivamos a criação de cursinhos pré-vestibulares para preparar tanto jovens como adultos a entrarem nos cursos das universidades públicas”, afirma.

Área construída – Segundo o arquiteto Sylvio Sawaya, coordenador da comissão de infra-estrutura do novo campus, o que deve estar pronto no ano que vem é o primeiro prédio, com 40 mil metros quadrados. Em três anos, a previsão é que haja 400 mil metros quadrados de área construída, cerca de metade do que é hoje a Cidade Universitária. Esse prédio terá um pátio interno com formato octogonal funcionando como uma arena que servirá como ponto de encontro para aproximadamente 5 mil pessoas. “O andar térreo será um espaço livre com restaurante e área de encontro”, explica Sawaya.

O arquiteto ressalta que a construção será toda feita em montagem estrutural repetitiva metálica. O piso terá placas de concreto. O fechamento externo – as paredes – será pré-moldado de concreto com texturas, em várias cores, marcando linhas horizontais e verticais que criam uma composição harmoniosa. A luz do Sol entrará também pela parte de cima da construção, que terá circulação de ar.
Outra construção prevista, um auditório para 1.500 pessoas, funcionará como um anfiteatro para palestras, simpósios, seminários e fóruns de debates. Segundo Sawaya, será o maior auditório da USP. A caixa d’água e os equipamentos de comunicação serão colocados numa torre de 70 metros de altura, que terá no alto um mirante.

A zona leste de São Paulo possui hoje cerca de 4 milhões de habitantes e conta com dez universidades particulares. A única instituição de ensino superior pública é a Faculdade de Tecnologia (Fatec), recentemente inaugurada. A criação do campus faz parte de um plano de expansão do governo do Estado que começou há dois anos. Em 2001, USP, Unesp e Unicamp fecharam um acordo que previa o aumento de vagas no ensino superior do Estado. Para isso, recebem, desde o ano passado, verba complementar aprovada pela Assembléia Legislativa.

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