A
Escola Politécnica da USP completou 110 anos de
fundação no dia 25 de agosto passado. Para comemorar
a data, ela promoveu naquele dia, no Anfiteatro Mário Covas,
um evento que incluiu o lançamento do Projeto Poli 2015 –
que busca preparar a escola para as próximas décadas
– e do livro Diretores da Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (leia texto abaixo). Durante o encontro, foram
entregues medalhas ao professor Luís de Queiroz Orsini e
ao funcionário Ademir Lodi, numa homenagem aos servidores
a‘osentados da escola. Houve ainda a apresentação
do Coral da Poli e da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp).
Estavam presentes o secretário estadual de Ciência
e Tecnologia, José Carlos Meireles, o reitor da USP, Adolpho
José Melfi, o diretor da Poli, professor Vahan Agopyan, e
o coordenador do Projeto Poli 2015, professor Francisco Romeu Landi.
O Projeto
Poli 2015 foi o grande destaque da festa de 110 anos da Poli. As
mudanças pretendem fazer com que a escola promova uma maior
integração com a comunidade, comprometendo-se com
o desenvolvimento sustentável nas dimensões social,
econômica e ambiental. “Os paradigmas mudaram nos últimos
30 anos. As mudanças são muito radicais na engenharia
e por isso começamos o Projeto Poli 2015, para que tenhamos
um planejamento mais adequado”, afirma o professor Vahan Agopyan.
A idéia
é que a escola se torne um centro de referência mundial.
O Poli 2015 prevê a inserção da Poli no âmbito
internacional e sua interação com empresas e órgãos
públicos, universidades nacionais e internacionais e entidades
de classe, com propostas de novas metodologias de ensino nos setores
de pesquisa, informática e recursos audiovisuais.
Tendo
em conta que um engenheiro leva cerca de dez anos para se tornar
apto a exercer a profissão, é esperado que, em 2015,
os alunos que estejam ingressando na escola nos próximos
anos estejam preparados para enfrentar as necessidades de seu tempo
quando formados. Para melhorar a preparação desses
futuros profissionais, o Poli 2015 desenvolveu dez projetos que
estão em fase final de redação. São
eles: Marketing, Gestão, Modernização Administrativa,
Valorização dos Funcionários, Melhoria da Infra-Estrutura,
Integração Acadêmica, Integração
com a Sociedade, Integração com os Setores Produtivos,
Gestão de Ensino e Adaptação da Estrutura Curricular
para o Poli 2015.
Atuando
de forma integrada, os projetos pretendem viabilizar as adaptações
que darão origem a uma nova estrutura curricular, segundo
o Poli 2015. O projeto de Marketing pretende motivar e conscientizar
o público interno para a mudança, estabelecendo uma
comunicação interna e externa. O planejamento, operação,
acompanhamento e avaliação dos projetos são
o objetivo do projeto Gestão, que também pretende
atrair fundos para toda a estruturação e manutenção
dos demais projetos.
A Modernização
Administrativa da Poli visa a desburocratizar os processos administrativos,
criar uma nova organização e elaboração
de orçamento qüinqüenal. Os funcionários
terão seu perfil revisto e ganharão treinamento e
capacitação dentro do projeto de Valorização
dos Funcionários e a infra-estrutura também será
melhorada.
O projeto
de Integração Acadêmica pretende proporcionar
a criação de projetos multidisciplinares, valorizar
a base científica e reforçar uma visão humanística,
além de integrar a Poli a outras universidades e criar a
Cidade de Inovação Tecnológica. Preocupado
com a inserção mundial do conhecimento gerado na Poli,
o diretor Vahan Agopyan lembra que a concretização
do Programa do Diploma Duplo é um marco para a escola. Dentro
do programa o aluno da Poli passa dois anos em uma instituição
francesa e termina o curso no Brasil, recebendo dois diplomas.
Está
prevista uma maior integração com a sociedade, com
a participação em programas sociais e em políticas
públicas. A escola vai reforçar suas atividades em
ensino, pesquisa e extensão promovendo atividades de pesquisa
e desenvolvimento direcionadas para o setor produtivo e o incentivo
das atividades de exdensão que envolvam os alunos, como a
Poli Júnior.
A Gestão
de Ensino prevê a criação de coordenações
de programas que possibilitem velocidade nas mudanças. A
estrutura curricular deverá ser integrada com os projetos
multidisciplinares. Entre as mudanças previstas estão
a ampliação do núcleo comum com matérias
optativas, que possibilitarão aos alunos cursar disciplinas
externas à Poli, e a criação de uma disciplina
denominada Métodos e Técnicas para Solução
de Problemas de Engenharia.
Diretores
da Escola – Num outro evento que também fez parte das
comemorações de aniversário da Poli, alguns
ex-diretores da escola se reuniram no Anfiteatro Mário Covas
no dia 21 de agosto. Em clima informal, ex-diretores e o atual diretor
Vahan Agopyan receberam a imprensa para apresentar o Poli 2015 e
o livro Diretores da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo. Os professores aproveitaram para contar um pouco
do passado e do presente da Poli e fizeram planos e previsões
para o futuro da escola.
Os
ex-diretores se mostraram preocupados com o afastamento do engenheiro
das ações sociaic, que aconteceu principalmente a
partir da segunda metade do século 20, de acordo com eles.
O que se tenta fazer hoje na Poli é recuperar essa visão,
aproximando mais a engenharia da sociedade. Agopyan lembra que a
“escola sempre tentou antecipar conhecimento tecnológico,
estando à frente de seu tempo”.
Para
o ex-diretor da Poli José Augusto Martins, a grande questão
atualmente é a preservação do ambiente. Para
ele, essa função do engenheiro é muito prática
dentro da USP, tendo em vista a criação do campus
da zona leste de São Paulo – em que o problema não
é a conservação, mas sim a recuperação
do Parque Ecológico do Tietê – e do campus de
São Carlos, que passou por um projeto de preservação.
“Uma prova de que a Poli nunca se afastou da sociedade é
o novo curso de Engenharia Ambiental, recém-aprovado”,
lembra ele.
O
livro dos mestres
Uma
das formas encontradas pela Poli para comemorar seus 110 anos
foi a publicação do livro Diretores da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo –
Vidas dedicadas a uma instituição, assinado
pela professora Eni de Mesquita Samara e lançado no
dia 25 de agosto. Com 216 páginas, o livro traz a biografia
dos 22 diretores que concluíram seu mandato à
frente da instituição, desde o professor Antonio
Francisco de Paula Souza, que dirigiu a Poli de 1893 a 1917,
até o professor Antonio Marcos de Aguirra Massola (1998-2002).
Entre
os dois, encontram-se as biografias de profissionais que tiveram
intensa participação não apenas na história
da Escola Politécnica, mas também de São
Paulo e do Brasil, como Francisco de Paula Ramos de Azevedo
(1917-1928) e Lúcio Martins Rodrigues (1941), Paulo
de Menezes Mendes da Rocha (1943-1947) e Tharcisio Damy de
Souza Santos (1962-1968). Estão
lá também Antonio Hélio Guerra Vieira,
Décio Leal de Zagottis, Francisco Romeu Landi e Célio
Taniguchi, entre outros. No prefácio, o atual diretor,
Vahan Agopyan, referindo-se ao livro, lembra que “no
seu conjunto, fica evidenciada a evolução das
ações para manter a escola como um centro de
vanguarda do conhecimento técnico-científico
e instrumento para o desenvolvimento da sociedade paulista
e brasileira”.
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A
escola presente
na vida pública
Há
110 anos nascia a Escola Politécnica da USP. A Poli,
que comemorou aniversário no dia 25 de agosto, tornou-se
uma referência nacional e internacional na área
de engenharia e conta hoje com 500 professores, 500 funcionários,
mais de 4 mil alunos de graduação e outros 4
mil de pós-graduação, além dos
quase 12 mil usuários de educação continuada.
Presente
no desenvolvimento da cidade de São Paulo desde o início
do século 20, a Escola Politécnica participou
da regulamentação dos serviços públicos
e buscou soluções para as questões da
acumulação do lixo, rede de esgotos, calçamento
das vias públicas, entre outros aspectos do processo
de urbanização vivido por São Paulo.
Além
dos vários cursos de graduação, pós-graduação
e extensão, a Poli segue como importante centro de
pesquisa, atuando em parceria com instituições
públicas e privadas, sempre gerando e antecipando conhecimentos.
Dentro desse pensamento, dois dos projetos que mais se destacam
são a Caverna Digital e o Tanque de Provas Numérico.
O
Tanque de Provas Numérico é um laboratório
de simulação numérica de sistemas flutuantes
de produção de petróleo e gás.
Através de um conjunto de microcomputadores, o laboratório
permite a geração de uma imagem 3D, visualizada
através de óculos especiais. É possível,
por exemplo, simular um navio ou plataforma em situação
adversa no mar, prevendo o que aconteceria e encontrando soluções.
A
Caverna Digital, um dos “xodós” da Poli,
“é reconhecida internacionalmente pela sua tecnologia
avançada. Dentro da Caverna é possível
criar um ambiente virtual que simula a realidade. Pode-se
simular uma casa, uma montanha-russa ou até mesmo um
coração, possibilitando inúmeros usos
para tal tecnologia. |
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