Se
fossem reunidos em um único espaço físico,
os seis campi da USP ocupariam 74 milhões de metros quadrados.
Lá estariam concentradas as 36 unidades e uma população
com cerca de 85 mil pessoas. Esses números, aliados à
qualidade das produções acadêmicas, explicam
por que a USP é a maior instituição de ensino
e pesquisa do País. Até três anos atrás,
para conhecer a Universidade, cidadãos do mundo inteiro viajavam
até a capital paulista e percorriam os múltiplos caminhos
dessa cidade para então chegar às suas pesquisas.
Hoje
já não é mais preciso deslocar-se em tempo
e espaço reais para chegar à USP. Basta acessar o
endereço eletrônico www. usp.br, um portal que reúne
num mesmo espaço dados institucionais, notícias e
um setor de serviços universitários.
O portal
foi inaugurado oficialmente no dia 19 de abril de 2001. Em tão
pouco tempo de existência, ele se tornou o maior site acadêmico
do País e o mais visitado do mundo. Em dezembro passado,
recebeu o Prêmio IDG Now!, promovido pela International Data
Group – multinacional norte-americana presente em 80 países
– como o melhor site na categoria educacional. Neste mês
de setembro, uma pesquisa realizada pelo Ibope eRatings comprovou
que ele é o portal universitário mais acessado em
todo o planeta. São 790 mil usuários únicos
por mês, que produzem 2 milhões de pageviews –
índice superior ao obtido por sites de instituições
como Harvard e Sorbonne. Em números absolutos, a USP também
ultrapassou as universidades de Oxford (202 mil visitantes), Califórnia
(777 mil), Bolonha (346 mil) e o Massachusetts Institute of Technology,
o MIT (664 mil). “Fico contente com a notícia, mas
não nego que ela seja um tanto quanto assustadora, porque
reafirma a nossa enorme responsabilidade em conduzir esse ‘bebê
gigante’”, destaca a jornalista Leandra Rajczuk, diretora
da Divisão de Informação, Documentação
e Serviços On-line da Coordenadoria de Comunicação
Social (CCS) da USP, responsável pelo portal.
África
e América Latina – De acordo com uma pesquisa realizada
pelo USPonline em outubro do ano passado, que traçou o mapa
de públicos do portal, cerca de 70% dos acessos são
feitos por pessoas de fora dos campi. Ainda que não seja
possível saber se esses usuários pertencem ou não
à Universidade, a coordenadora da CCS, professora Cremilda
Medina, acredita que a maioria deles seja formada por usuários
externos, principalmente residentes no Hemisfério Sul –
africanos e latino-americanos – e na Península Ibérica,
pois “os povos que lidam com a língua portuguesa são
povos de uma cultura ágil, ávida de novas possibilidades
e não presos a uma simples rotina como os do norte”.
Essa
hipótese explica por que, dos cinco canais em que o conteúdo
do portal está organizado (dispostos horizontalmente na página
principal), o mais procurado é o “USP Fácil”,
que oferece ao usuário vários mecanismos que facilitam
a busca de informações, dentre eles a ferramenta Google.
Além disso, nesse mesmo canal encontra-se o “Fale com
a USP”, serviço de atendimento direto ao usuário.
Por mês, o portal recebe uma média de 1.800 mensagens
eletrônicas e todas as válidas (em torno de 70%) obtêm
uma resposta personalizada.
Por
trás desse “bebê gigante”, como diz Leandra,
encontra-se uma equipe que conta com apenas 19 profissionais, entre
técnicos, programadores, designers, jornalistas e revisores
de texto. Mas Cremilda afirma que há perspectivas de que
ela seja ampliada nos próximos meses. Neste momento, o portal
passa por uma fase de completa reestruturação, visto
que a partir do dia 15 de setembro a diretoria do USPonline foi
assumida oficialmente pela jornalista Daniela Bertocchi.
Segundo
Daniela, em pouco tempo os usuários poderão notar
várias transformações no portal, tanto no que
se refere ao conteúdo como ao design. “A nossa perspectiva
é reforçar a usabilidade, a navegabilidade e a arquitetura
da informação e fortalecer o fluxo de notícias”,
afirma. Ela acredita que o www.usp.br tenha tantos usuários
pelo fato de não ser um simples site, mas um portal, na verdadeira
concepção dessa palavra. “Se analisarmos a história
do desenvolvimento da web no Brasil, vamos constatar que o conceito
de portal é brasileiro”, diz.
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A
equipe do USPonline:
novidades incluem notícias aprofundadas
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A primeira
mudança feita no USPonline foi a reconfiguração
da estrutura organizacional da equipe, que passou a ter um corpo
editorial multidisciplinar, responsável pelo canal noticioso
da página – o “Acontece na USP” –,
cujo novo protótipo deverá ser lançado em poucos
dias. Daniela ressalta que o portal deve ser entendido como um canal
de comunicação e por isso deve priorizar a divulgação
de notícias, mas utilizando mais intensamente narrativas
multimídia (arquivos de imagem, áudio e animações).
É uma forma, segundo ela, de promover a integração
de todas as mídias da USP e, ao mesmo tempo, como afirma
Leandra, de melhorar o relacionamento da USP com a sociedade. Daniela
acredita que “não é só porque se trata
de um portal que temos que trabalhar apenas com notícias
em tempo real, curtas e rápidas”, sendo também
possível produzir notícias com a mesma profundidade
que um jornal através do uso constante de links. “O
on-line não está temporalmente condicionado ao instantâneo
e por isso é fundamental que possamos desenvolver a capacidade
de criar links”, destaca Cremilda. A seção de
eventos presente nesse mesmo canal, a partir do próximo semestre,
se tornará mais dinâmica, em virtude da utilização
de dados fornecidos pelo Departamento de Informática da Reitoria.
O USPonline
mantém, há dois anos, um convênio com o Portal
Universia (www.universia .com.br), projeto do banco Santander que
congrega não só universidades brasileiras, mas argentinas,
chilenas, colombianas, espanholas, mexicanas, peruanas, portuguesas,
porto-riquenhas e venezuelanas. O Universia, além de manter
dois bolsistas no USPonline, que são responsáveis
pela interface entre ambos os portais, também colabora com
infra-estrutura. “O convênio consagra essa convivência
latino-americana e ibérica que tem uma identidade cultural”,
afirma a coordenadora.
D.
P. S.
Capes
mantém portal
Na
mesma semana em que foi divulgada a pesquisa do Ibope eRatings,
difundiu-se amplamente, através da Internet, a notícia
de que o portal de periódicos da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,
a Capes (http://periodicos. capes.gov.br), seria desativado
pelo Ministério da Educação devido aos
altos custos com a manutenção e os raros acessos.
Em comunicado à imprensa, a Capes desmente a notícia
e afirma que, no presente momento, estão sendo feitas
renegociações das condições de
contrato com os diversos fornecedores para a manutenção
e ampliação dos serviços oferecidos pelo
portal. A presidência da Capes instituiu uma comissão
consultiva para a formulação de um modelo de
contratação de serviços disponibilizados
no portal de periódicos. As presentes negociações
estão sendo conduzidas com o apoio da Academia Brasileira
de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência (SBPC). |
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