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Barros Gomes: apoio à comunidade



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 







As obras no novo campus, já em andamento: sem atrasos


A histórica sessão do Conselho Universitário, dia 18: a serviço da sociedade

E
m reunião realizada no dia 18 passado, terça-feira, o Conselho Universitário da USP aprovou a criação dos cursos que serão ministrados na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), no novo campus da Universidade, na zona leste da Capital. No total, serão 1.020 vagas distribuídas entre as novas carreiras. No período matutino serão ministradas aulas de Gestão Ambiental, Sistemas de Informação, Gestão de Políticas Públicas, Marketing e Licenciatura em Ciências da Natureza. Já os cursos de Lazer e Turismo, Tecnologia Têxtil e da Indumentária, Ciências da Atividade Física, Gerontologia e Obstetrícia serão dados à tarde. No período noturno haverá Lazer e Turismo, Gestão Ambiental, Sistemas de Informação, Gestão de Políticas Públicas, Marketing e Licenciatura em Ciências da Natureza (veja a tabela na página ao lado). Esses cursos serão oferecidos a partir de 2005. Foram aprovados também Mídias Digitais e Tecnologia Musical, que só começarão a funcionar em 2006.

A reunião, que se deu das 14 às 20 horas, transcorreu normalmente, de acordo com o reitor Adolpho José Melfi. “Foi um resultado bastante consciente e muito discutido. Os que achavam que as decisões de hoje eram ainda prematuras tiveram a explicação de que esse processo já se desenrola há dois anos”, disse o reitor, logo após a reunião, lembrando que a comissão criada para discutir as diretrizes gerais do novo campus teve a participação de 150 docentes de quase todas as unidades. “Ninguém foi contrário à criação do novo campus nem aos cursos na zona leste. Quem se opôs só expressou que os cursos não tinham sido discutidos nas congregações de todas as unidades, mas achamos que houve tempo suficiente para debates e, se as congregações quisessem, teriam se manifestado.”

Na opinião do reitor, a aprovação dos cursos na zona leste foi um ganho para o Estado e para o município de São Paulo. A contratação de professores e os termos de implantação dos cursos serão semelhantes aos procedimentos do campus da Cidade Universitária, no Butantã. “Teremos um campus na zona leste certamente com a mesma qualidade deste na zona oeste. Tudo será feito exatamente como fazemos aqui.”
Segundo a presidente da Comissão Central do Projeto USP Leste, professora Myriam Krasilchik, os cursos aprovados pelo Conselho Universitário refletem “necessidades contemporâneas” e atendem às demandas dos estudantes. “Eles apontam para novas possibilidades e novas preocupações da sociedade.”



“Novo campus é um marco histórico”


O coordenador-geral do Projeto USP Leste, professor Celso de Barros Gomes, aborda, nesta entrevista exclusiva ao Jornal da USP, vários aspectos relacionados ao novo campus da Universidade, na zona leste da capital. Para ele, em termos de expansão, o campus é o mais significativo projeto da USP desde a implantação da Cidade Universitária, no Butantã, na zona oeste da cidade.

Jornal da USP – Qual a importância de um projeto como a USP Leste?
Celso de Barros Gomes – Desde a implantação do campus do Butantã, este é, sem dúvida, o projeto mais significativo da Universidade em termos de expansão. Para dar uma idéia da participação da comunidade uspiana, estiveram envolvidos mais de 100 docentes, além de funcionários e estudantes-estagiários. Essa discussão vem de maio de 2002, quando o reitor instituiu um grupo de trabalho incumbido de avaliar a conveniência da implantação de um novo campus em São Paulo. Após um trabalho intenso, que também envolveu organizações comunitárias da zona leste, o relatório recomendou veementemente a concretização do projeto.

JUSP – O que representa a ida da USP para a zona leste?
Barros Gomes – Representa uma rara oportunidade para a Universidade de ampliar o acesso da população à sua reconhecida excelência no ensino, na pesquisa e nas atividades de extensão, além dos desafios da inovação. Dentro desse contexto, a ida da Universidade para aquela região se constitui em uma riquíssima possibilidade de interação da USP com a comunidade, ambas contribuindo para o mesmo objetivo: a criação de um centro de saber atualizado e dinâmico que trará benefícios tanto para a Universidade quanto para a população.

JUSP – Quais são os principais desafios enfrentados para a implantação do novo campus?
Barros Gomes – O grande desafio desse projeto é o de assegurar nessa nova unidade – a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) – o elevado padrão de pesquisa e ensino da USP e, ao mesmo tempo, introduzir as inovações requeridas pelas mudanças em curso na sociedade. Além disso, enfatizar o equilíbrio entre formação geral, formação profissional, atividades de pesquisa e atividades de extensão. Tudo isso em uma região nova, carente e extremamente populosa da capital.

JUSP – Como se dará a interação do novo campus com o campus do Butantã?
Barros Gomes – Procuraremos manter um fluxo permanente de docentes de pesquisa consolidados de toda a USP, principalmente os do campus do Butantã, com a nova unidade, estimulando o desenvolvimento de projetos integrados de investigação. Pretende-se que a Universidade como um todo, incluindo também os campi do interior, participe ativamente do processo de implantação e de consolidação da USP Leste.

JUSP – Na semana passada o Conselho Universitário aprovou os novos cursos da zona leste. O que representam esses cursos para a comunidade e o meio acadêmico? Qual a sua natureza?
Barros Gomes – As novas demandas sociais vêm cobrando da Universidade e dos novos profissionais por ela formados uma preocupação com a cidadania, com a busca de soluções para os problemas sociais e uma maior articulação dos conhecimentos científicos com os interesses cotidianos da maioria da população. Essa é a proposta principal dos cursos de graduação a serem ministrados na USP Leste. O Ciclo Básico, pela sua natureza, é a expressão maior dessa disposição para inovar, no nível da graduação da USP, por propiciar atividades integradas de ensino e pesquisa e assegurar, ao mesmo tempo, um patamar comum de qualidade para todos os alunos.

JUSP – Como foi o processo de escolha dos cursos a serem ministrados na USP Leste?
Barros Gomes – Os processos de seleção, elaboração e detalhamento dos cursos envolveram a participação significativa da comunidade, organizada em grupos de trabalho instituídos pela Reitoria e coordenados por uma comissão central. Tais cursos foram propostos com base em uma pesquisa realizada com 5.280 estudantes, de escolas públicas e privadas e cursinhos da capital, que apontou as opções que a comunidade gostaria que fossem implantadas. A escolha dos cursos envolveu, também, consultas a diversos segmentos, como grupos da própria USP, organizações profissionais e as próprias comunidades da região.

JUSP – A idéia é contratar novos professores para ministrá-los ou aproveitar os que já estão na USP?
Barros Gomes – Está prevista a contratação de docentes prioritariamente em tempo integral e com projetos definidos em suas respectivas áreas de atuação, tendo o foco dirigido preferencialmente para os objetivos e atividades da nova unidade. Para 2005, cogita-se a contratação de 61 docentes e de 76 servidores não-docentes.

JUSP – A USP Leste é um projeto inovador e, justamente por isso, não chega ainda a ser uma unanimidade quanto à forma como está sendo implementada. O que o senhor pensa a respeito desse caráter inovador do projeto e o que deve ser feito para aprimorá-lo?
Barros Gomes – A implantação do novo campus constitui um marco histórico para a Universidade, principalmente neste ano em que se comemoram os 70 anos de fundação da USP. Assim como foi no passado, quando da implantação da Universidade, o novo campus na zona leste gera debates, expectativas e críticas que ajudam a enriquecer de forma imensurável o processo. Acima de tudo, representa para a sociedade, em especial para a comunidade da região, um leque de oportunidades que se abrirão não só para os alunos que lá iniciarão seus estudos, mas para todo o entorno social do novo campus. Enfatiza-se assim que o novo campus da USP irá abrigar cursos e habilitações inexistentes em seus outros campi, pautando-se pela inovação e pelo reconhecimento das peculiaridades daquela extensa região e zelando pela qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão de serviços.

JUSP – Como a comunidade local está vendo essa aproximação? Qual é a expectativa e o que de fato irá acontecer em um primeiro momento? Como está a interação da Universidade com a comunidade local?
Barros Gomes – A instalação da USP na zona leste é uma antiga reivindicação da população da região, que concentra alguns importantes movimentos populares em prol da criação de uma unidade pública de ensino superior naquela que é uma das áreas mais populosas de nossa cidade, com cerca de 4 milhões de habitantes. Obviamente, a instalação do novo campus gera uma grande expectativa para os moradores daquela região. Para se ter uma idéia disso, a própria comunidade criou o Fórum Educacional da Zona Leste, para debater a construção do novo campus e sua proposta pedagógica. Some-se a isso as audiências públicas que estão sendo realizadas com o objetivo de esmiuçar o projeto de implantação da USP Leste junto à população. Representantes da Universidade têm participado ativamente de todas essas iniciativas.

JUSP – Nesse contexto, o que representa o Núcleo de Apoio Social, Cultural e Educacional (Nasce) tanto para a USP quanto para a comunidade local?
Barros Gomes – Pode-se dizer que, em termos de interação com a comunidade, a importância do Nasce é muito maior do que o próprio campus. O núcleo foi criado com o objetivo de oferecer à população um espaço que, além de cursos de aperfeiçoamento e extensão, também está disponível para a realização de reuniões de associações de moradores, grupos de teatro, enfim, aberto a todas as atividades que tenham um cunho educativo-cultural da comunidade.

JUSP – Que outros espaços fazem parte do núcleo?
Barros Gomes – O Nasce dispõe de espaços destinados para a coordenação da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, Coordenadoria do Espaço Físico (Coesf), Prefeitura do Campus e para o projeto de recuperação da memória cultural da região. O Nasce também funciona como base operacional dos engenheiros e arquitetos que irão implantar o novo campus.

JUSP – Quais são ou serão as primeiras ações do Nasce?
Barros Gomes – Além dos cursos sobre empreendedorismo oferecidos pelo Sebrae, uma semana após a inauguração do núcleo foi iniciado um curso de aperfeiçoamento para 120 professores da rede estadual de ensino da região sobre o tema meio ambiente e sistema urbano, com o apoio da Secretaria de Educação do Estado e da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, e envolvendo um grupo de 20 pesquisadores na área de meio ambiente. Além disso, a população tem à sua disposição uma sala de inclusão digital, com 15 microcomputadores.

JUSP – O senhor poderia dar um panorama geral de como está a instalação da parte física da USP Leste?
Barros Gomes – Do ponto de vista físico, as obras do Núcleo Inicial Didático tiveram início em maio e irão durar cerca de oito meses. O núcleo será complementado por uma nova edificação, o Centro de Apoio Técnico (CAT), em final de procedimento licitatório. O CAT incorporará área adicional de 600 metros quadrados, prevendo-se acomodações para apoio administrativo e outras facilidades necessárias para o suporte aos cursos programados para a USP Leste em seu primeiro ano. Compõe ainda o conjunto do Núcleo Inicial o bloco destinado a acomodar a segurança do campus, já contratado e em fase de implantação. Todas essas construções permitem assegurar a inclusão no vestibular Fuvest 2005 das 1.020 novas vagas previstas.

JUSP – A USP tem uma verba definida pelo governo do Estado para investir na zona leste. De quanto é essa verba, afinal, e, desse valor, quanto já está sendo empregado e ainda será até o final do ano?
Barros Gomes – A disponibilidade de recursos do governo do Estado está assegurada no montante estimado de R$ 34 milhões para as obras, inclusive as do sistema viário, e R$ 19,3 milhões destinados ao custeio. O primeiro prédio que já está sendo construído – com custo estimado em R$ 3 milhões – é o do Núcleo Inicial Didático, constituído por oito salas de aula com capacidade para acomodar 60 alunos em cada uma, três salas de aula especiais para acomodar 120 alunos em cada uma, salas para informática, laboratórios básicos, sala para biblioteca e acomodação para docentes. A área construída totalizará 5.200 metros quadrados. Até o final de 2005, as construções deverão totalizar mais de 40 mil metros quadrados, envolvendo edifícios para a biblioteca, administração, auditórios, ambientes para atividades didáticas, laboratórios de pesquisa e áreas de vivência.

JUSP – O cronograma para a abertura do novo campus está sendo seguido à risca? Há algum risco de atraso?
Barros Gomes – Todas as atividades estão dentro do cronograma estabelecido, tanto as relacionadas à infra-estrutura quanto aos aspectos acadêmicos.

JUSP – A expansão física da USP é uma solução para a carência de vagas na universidade pública? Ou esse é um passo e deverão acontecer outros?
Barros Gomes – Obviamente, o aumento do número de vagas no vestibular Fuvest não será capaz de atender a toda a demanda proveniente das escolas de ensino médio, embora seja um passo bastante significativo nesse sentido. Em 2001, foram oferecidas 7.345 vagas. Em 2005, esse número ultrapassará a marca de 10 mil (aumento superior a 36%), sendo que, das novas vagas, mais de 35% são para cursos ministrados no período noturno.

 

 

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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