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Cordani: convite à reflexão

 

 




 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 



U
niversidades de todo o mundo estarão reunidas entre os dias 25 e 29 deste mês para discutir e refletir sobre o tema “A riqueza da diversidade: o papel das universidades na promoção do diálogo e do desenvolvimento”. Com esse encontro, a Associação Internacional de Universidades (IAU, sigla em inglês) realiza a sua 12a Conferência Geral. É a primeira vez que o Brasil sedia o evento, que está sendo promovido pela USP em parceria com a Unesp, Unicamp, Unifesp e Ufscar.

Está confirmada a participação de 300 universidades do exterior e a expectativa é de que todas as instituições de ensino superior do Brasil estejam presentes. “Estamos contando com a integração maciça das universidades públicas e privadas”, convida o professor Umberto Cordani, presidente do Comitê de Organização. “A conferência está sendo organizada para líderes de ensino superior, políticos e tomadores de decisão em organizações universitárias e governamentais, pesquisadores e outros associados, incluindo representantes de estudantes e líderes empresariais interessados em definir e debater o papel do ensino superior e de pesquisa nestes tempos de grandes mudanças.”
O programa começará no dia 24 com a reunião fechada dos integrantes do Conselho da IAU. No dia 25, às 19 horas, haverá a cerimônia e coquetel de abertura no Memorial da América Latina, com palestras do governador do Estado, Geraldo Alckmin, do diretor da Divisão de Educação Superior da Unesco, Georges Haddad, do Ministro da Educação, Tarso Genro, e do reitor da USP, Adolpho José Melfi. O encontro prossegue nos dias 26, 27, 28 e 29, sempre a partir das 9 horas, com a apresentação de seminários e workshops paralelos no Centro de Convenções Rebouças (avenida Rebouças, 600). Membros e não associados da IAU podem se inscrever. As instituições podem enviar mais de um representante, pois serão realizados diversos workshops simultaneamente.

Conhecimento

As expectativas que o ensino superior enfrenta são variadas e crescentes. E, na avaliação dos integrantes da IAU, as universidades são a chave para a competitividade nacional e o seu papel é essencial para a emergente sociedade do conhecimento e para um desenvolvimento que pode direcionar a um mundo melhor, mais saudável e seguro para todos, especialmente para as futuras gerações. O ensino superior, segundo a organização, contribui para o desenvolvimento sustentável, adicionando dimensões sociais, culturais e ambientais ao desenvolvimento econômico, integrando interesses éticos, morais assim como a cidadania em nível nacional, regional e internacional.
Diante dessa responsabilidade, a IAU vem se empenhando em promover o debate, a reflexão e a pesquisa em todas as áreas do conhecimento. “Nesta 12a Conferência Geral virão cerca de 300 reitores e representantes de universidades do exterior”, observa Cordani. “Virão reitores de instituições renomadas dos Estados Unidos, Europa, Japão, mas também de regiões da África, Palestina, Índia, Turquia, Iraque, que muitos desconhecem. Daí a importância dessa troca de idéias e experiências.”
Essa diversidade é, segundo Cordani, um grande estímulo à participação das instituições de ensino brasileiras. Afirma que a grande variedade de metas do desenvolvimento sustentável, a realidade da sociedade do conhecimento e a impossibilidade moral de ignorar a persistente distância entre nações industrializadas das nações em desenvolvimento demandam que as instituições de ensino superior confrontem-se com problemas numerosos e interligados. “Tudo pede por abordagens inter ou transdisciplinares e a solução por parte do ensino superior deve procurar melhorar o entendimento e o preenchimento das necessidades de desenvolvimento da sociedade, seja em nações altamente industrializadas ou em desenvolvimento.”

No debate sobre como as instituições de ensino superior podem contribuir para o desenvolvimento científico, socioeconômico, cultural e político, o aumento da comercialização do ensino superior, trazido pelas forças da globalização, não pode, segundo defende a IAU, ser ignorado como uma determinante da evolução do ensino superior. Justifica que não está claro como essas tendências desenvolverão o tipo de ambiente requerido para o crescimento da pesquisa e inovação, especificamente num ambiente em que experimentação e diversidade de perspectivas são valiosas. Também é incerto se o conhecimento local e tradicional, assim como aproximações participativas num contexto específico para o aprendizado avançado, se desenvolverão no futuro, apesar daqueles que argumentam que eles oferecem um caminho mais provável para o desenvolvimento sustentável.

O papel da universidade na promoção do diálogo será abordado de forma muito ampla nos workshops. Na tese da IAU, diálogo requer um fluxo de idéias, compreensão e aprendizado de mão dupla. Como organizações de aprendizado, ensino e pesquisa, as instituições de ensino superior precisam ser completamente comprometidas com uma variedade dentro e fora delas. Diálogo interno com uma comunidade de ensino superior culturalmente diversa – alunos, professores e funcionários – é um exemplo. Importante ainda lembrar que o diálogo interno interessa à fertilização de idéias de disciplinas diferentes e à busca interdisciplinar por soluções. Um exemplo também é a necessidade do diálogo com os parceiros da comunidade externa – setor corporativo, comunidades locais, políticos e outros. Como facilitar e preparar os alunos para o diálogo é um problema que requer atenção no currículo, nas atividades pedagógicas, pesquisa e no gerenciamento da política no ensino superior.


Diálogo e reflexão

Apesar das dificuldades causadas pela greve nas universidades públicas estaduais, a USP empenha-se em sediar o encontro. “Nós firmamos esse compromisso há quatro anos na última conferência geral da IAU que foi realizada na África”, explica Cordani. “Graças ao esforço da equipe que integra o Comitê de Organização, da assessoria do Gabinete do Reitor e da CCInt, estamos cuidando de todos os detalhes para apresentar a programação e recepcionar os reitores e representantes das instituições de ensino. Esse evento é muito importante porque ocorre, especialmente para o Brasil, em um momento de diálogo e reflexão sobre questões importantes, como, por exemplo, a cota de vagas.”
Cordani explica que os debates e workshops serão registrados em relatórios e reunidos em uma publicação que ficará disponível em todas as universidades, podendo também ser adquirida através da Internet (www.unesco.org/iau). A 12a Conferência Geral da IAU está sendo patrocinada pela Petrobras, Santander Banespa, Banco do Brasil, CNPq, Fapesp, Capes, Finep, Nestlé, Varig, DAAD, Fundespa, Ficacafi, Microsoft e Fundação Zerbini. Conta também com o apoio da Fealq, Fipfarma, Fundace, Faepa e Fafe.

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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