Na manhã do dia 30, sexta-feira, o Conselho de Graduação
se reuniu para definir o novo calendário escolar (ao lado).
Na tarde do mesmo dia, professores e funcionários, em suas
assembléias acima), determinaram o fim do movimento grevista,
que durou mais de dois meses
Exatamente às 16h31min da sexta-feira,
30 de julho, os professores da USP, em assembléia geral realizada
no auditório da Geografia, votaram por unanimidade pelo fim
da greve que teve início com a reivindicação
de 16% de reajuste salarial na data-base. Poucas horas antes, os
funcionários também haviam tomado a mesma decisão,
em assembléia do Sindicato dos Trabalhadores (Sintusp).
Chegava ao fim o mais longo movimento grevista da história
da Universidade, que durou exatos 65 dias: deflagrada em 27 de maio,
a paralisação, embora parcial, atravessou todo o mês
de junho e, mesmo perdendo força em julho com as férias
dos setores que não aderiram à greve , chegou
às últimas semanas do mês. Uma interrupção
tão longa das atividades normais da Universidade inevitavelmente
traz conseqüências que afetarão o calendário
acadêmico ao longo do restante do ano. Na manhã do
mesmo dia 30, uma sessão extraordinária do Conselho
de Graduação da USP (CoG) estabeleceu os parâmetros
para a reposição das aulas. Professores e alunos voltam
a se encontrar regularmente para o cumprimento dos créditos
faltantes do primeiro semestre já na segunda-feira, 2 de
agosto.
As aulas encerram-se no dia 4 de setembro. O segundo semestre vai
de 13 de setembro a 22 de janeiro de 2005. Serão considerados
dias letivos os sábados e os dias 6, 8, 9, 10 e 11 de setembro,
11 de outubro e 1º de novembro. Os feriados mantidos são
7 de setembro, 12 de outubro, 2 e 15 de novembro e 25 de dezembro,
além de 1º de janeiro de 2005. Esse calendário
é o que deve ser seguido como regra por todas as unidades.
Qualquer excepcionalidade será discutida com as comissões
de graduação envolvidas, explica a pró-reitora
de Graduação da USP, professora Sonia Penin. De acordo
com a pró-reitora, os parâmetros aprovados na CoG são
muito próximos dos defendidos pela Associação
dos Docentes da USP (Adusp).
O acordo para o fim do movimento grevista, selado entre as representações
dos reitores e dos sindicatos na quarta-feira, 28, determinou que
a reposição do trabalho deveria ser feita respeitando
as especificidades de cada instituição, sem voltar
às atividades nesta segunda-feira, dia 2, pondo fim ao movimento
causar prejuízo aos estudantes e preservando-se o conteúdo
e a qualidade acadêmica das disciplinas, seguindo-se para
isso os procedimentos institucionais.
Impasses A definição do calendário
era a condição para que a Adusp deliberasse sobre
o fim da paralisação, enquanto, para o Sintusp, os
encaminhamentos dependiam do acordo sobre o pósgreve.
Na quinta-feira, 29, o reitor Adolpho José Melfi recebeu
os diretores do sindicato dos funcionários para firmar o
compromisso de não descontar os dias parados e não
punir lideranças sindicais ou grevistas no livre exercício
do direito de greve, além de reafirmar que a reposição
das atividades deverá seguir o critério do trabalho,
e não de horas.
Resolvidas essas pendências, as duas entidades de servidores
votaram pelo encerramento da paralisação na sexta-feira.
Vários impasses fizeram com que as negociações
entre o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas
(Cruesp) e o Fórum das Seis que integra os sindicatos
de docentes e funcionários da USP, Unesp e Unicamp
fossem interrompidas. O principal deles foi a manutenção
dos piquetes que impediam o acesso aos prédios da Administração
Central da USP.
Apenas no dia 19 de julho, com a perspectiva de uso de força
policial para reintegração de posse dessas unidades,
Reitoria e Sintusp voltaram a sentar à mesa para dialogar.
No dia 21, o Sintusp retirou os piquetes e o Cruesp voltou a se
reunir com os representantes do Fórum das Seis. As duas representações
não promoviam rodadas de negociação desde o
final de junho. Além de condicionar a retomada do diálogo
ao fim dos piquetes, o Cruesp alegava que o reajuste pretendido
pelos servidores comprometia demasiadamente o orçamento das
universidades.
Porcentual Os sindicalistas pediam 16% de aumento na
data-base (maio) e, diante da posição do Cruesp de
não oferecer reajuste, aprovaram indicativo de greve nas
três universidades.
Depois de algumas rodadas de negociação entre Cruesp
e Fórum sempre realizadas na Unicamp, cujo reitor,
Carlos Henrique de Brito Cruz, preside o Conselho , o índice
reivindicado caiu para 9,41%. De 8 de maio a 28 de julho, foram
necessárias nove longas reuniões entre as duas partes
para que se chegasse a um acordo: aumento de 2% retroativo a maio,
mais 2,14% em agosto (o que, combinado com o porcentual da data-base,
totaliza 4,18%) e a aplicação da fórmula de
política salarial em janeiro de 2005, já com os números
finais da arrecadação do ICMS em 2004 e com o desconto
dos 2,14% antecipados em agosto. Segundo o cálculo dos representantes
do Fórum das Seis, o índice a ser concedido no início
do próximo ano deve ficar por volta de 1,7%.
Além disso, a Reitoria da USP concedeu aos funcionários
com jornada de trabalho igual ou superior a 30 horas um substancial
aumento no auxílio-alimentação, que passa de
R$ 45,00 para R$ 135,00 (646 servidores que estão na faixa
Superior II J ou acima dela receberão R$ 100,00). Até
o fechamento desta edição, a perspectiva era de que
os reajustes no salário e no auxílio-alimentação
poderiam ser pagos aos servidores em folha extraordinária
no dia 20 de agosto. Para o presidente da Associação
dos Docentes da USP (Adusp), professor Américo Kerr, o saldo
da greve para os trabalhadores foi extremamente positivo,
uma vez que saímos do zero para uma reposição
pela inflação da Fipe, com possibilidade de complementar
mais em janeiro, o que daria cerca de 6% no período.
Isso significa sentar à mesa em maio do ano que vem
numa condição bem melhor de negociação,
continua. É importante manter o conceito de não
ter perda inflacionária e, se possível, obter uma
reposição do salário. De sua parte, a
pró-reitora Sonia Penin afirma que a partir de segunda-feira
a USP retoma suas aulas com muito vigor e trabalhando para
que essa reposição se traduza em ainda melhor qualidade.
É o que espera toda a comunidade universitária após
mais de dois meses de greve.
Os
novos prazos para
concluir o ano letivo
AGOSTO
9: data-limite para
cadastramento das turmas
para o 2º semestre.
11 a 20: período de matrícula
para o 2º semestre de 2004,
terminando dia 19 para
matrículas via Internet.
27: data-limite para
cadastramento das matrículas
no Sistema Júpiter.
30 e 31: seleção de optativas
e consolidação automática o
Júpiter ficará fora do ar.
SETEMBRO
11: data-limite para
cadastramento da 1ª
avaliação do 1º semestre.
13 a 24: período de
retificação de matrícula para o
2º semestre.
21: data-limite para
cadastramento das notas de
recuperação.
OUTUBRO
29: data-limite para
cadastramento no Sistema
Júpiter da retificação de
matrículas do 2º semestre.
DEZEMBRO
13 a 22: período de matrícula
para o 1º semestre de 2005.
JANEIRO DE 2005
31: data-limite para
cadastramento da 1ª avaliação
do 2º semestre de 2004.
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