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No terreno localizado no quilômetro 17 da rodovia Ayrton Senna, a movimentação é intensa. Os operários, engenheiros e chefes de obras espalhados pelas primeiras construções que brotam no solo da USP Leste sabem que não há tempo a perder. Em dezembro, a primeira fase do projeto deve estar totalmente construída – e isso inclui o Núcleo Inicial (NI) do bloco didático, o Centro de Apoio Técnico (CAT), um restaurante provisório, o prédio da segurança e uma guarita. “Tudo está correndo dentro do prazo estabelecido”, garante o professor Antonio Marcos de Aguirra Massola, responsável pela Coordenadoria do Espaço Físico (Coesf) da USP.

As estruturas de ferro que darão origem às paredes do Núcleo Inicial – que, além das salas de aulas, laboratórios e anfiteatro, abrigará temporariamente a biblioteca – já estão armadas. No CAT e na guarita, mesmo quem não viu o projeto no papel já consegue imaginar como ficará a disposição das salas. E, no posto de segurança, a discussão já é para decidir qual o melhor acabamento do forro. “O posto de segurança será dividido entre a Polícia Militar e a Guarda Universitária”, conta Massola. A terraplenagem do restante de toda a área – incluindo aquela onde será montado o restaurante provisório – e das ruas da primeira fase já estão em licitação.

Enquanto a fase 1 do projeto da USP Leste avança e deverá atender ao primeiro ano dos cursos, a fase 2, que atenderá os anos seguintes dos cursos, já está sendo iniciada. “O I3, que será o prédio da administração e da biblioteca definitiva, já está em fase de licitação”, explica Massola. “O I1 e o I2, os prédios acadêmicos, com salas de aulas e auditórios, estão em fase final de projeto e poderão ser licitados já em setembro.” A intenção é que o I3 seja finalizado em julho de 2005 e, logo depois, o Centro de Serviços – que centralizará os serviços de cozinha, marcenaria, mecânica e guarda de materiais e de veículos. O I1 deverá estar pronto no final de 2005 e o I2, no final de 2006 – suprindo a demanda dos alunos que irão avançando em seus cursos.

Preparando cursos

Enquanto os prédios tomam forma, as comissões para implantação da USP Leste continuam trabalhando a todo vapor. Os primeiros dez cursos já foram definidos e estão em fase de elaboração. Os cursos são: Gestão Ambiental, Sistemas de Informação, Gestão de Políticas Públicas, Marketing, Licenciatura em Ciências da Natureza, Lazer e Turismo, Tecnologia Têxtil e da Indumentária, Ciências da Atividade Física, Gerontologia e Obstetrícia. “Temos que compor o corpo docente e distribuir espaços e materiais específicos para cada curso. É ainda um grande trabalho pela frente”, comenta a professora Myriam Krasilchik, da Comissão Central. Mas vários passos já foram tomados nesse sentido.

“Já fechamos o edital que trata do processo seletivo de docentes”, diz o professor Wanderley Messias da Costa, prefeito do campus da capital. Serão contratados 68 docentes – 80% dos quais em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP) e 20% em Regime de Turno Completo (RTC) – e 90 funcionários. “Alguns novos funcionários serão selecionados em processos que já estavam abertos. Mas outros processos seletivos serão abertos, de acordo com a necessidade”, explica o professor. “E temos também os casos de docentes e funcionários que manifestaram interesse de transferência e que serão analisados.”

Além da questão de docentes e funcionários, a comissão já começa a desenhar toda a logística necessária para a implantação dos cursos – e isso inclui mobiliário, equipamentos e ensaios da grade horária por período e por curso, além do detalhamento do acervo bibliográfico necessário para a criação da biblioteca provisória. “Também estamos começando a planejar as atividades da disciplina Resolução de Problemas”, lembra o professor Wanderley da Costa. Cada curso terá quatro turmas de 15 alunos e um professor responsável. “Temos que planejar as atividades dentro de sala de aula e as atividades laboratoriais e de campo.”

Também estão sendo discutidos os serviços relacionados ao apoio e assistência estudantil: bolsa-moradia, atendimento psicológico, criação de um posto de saúde, bolsa-alimentação e linhas circulares. O professor conta que, além disso, será implantado um serviço regular e gratuito de transporte para docentes e funcionários entre as áreas da USP na zona leste e na oeste.

 


Esperança de vida melhor

O início das atividades da USP Leste está alimentando as esperanças de muita gente. José Roberto Nicácio, vigilante do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), por exemplo, está torcendo para que seu pedido de transferência
seja aceito. “Minha qualidade de vida melhoraria em 90%”, garante.

Morador no Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo, Nicário leva mais de duas horas para chegar ao campus do Butantã. “Chego estressado no trabalho. Às vezes o zunzum do ônibus fica na cabeça por um tempão.” E para a USP Leste? “Ah, aí ia ser uma maravilha. Meia horinha no ônibus vazio. Menos ainda se for de trem.”

Nicário entra no trabalho às 7 da manhã. Para tanto, é obrigado a sair de casa às 3h45. O dinheiro é curto, então economiza uma condução fazendo baldeação no Parque D. Pedro. Nisso já são cinco da manhã. “Lá é uma briga de foice. O ônibus demora para chegar e depois já sai lotado.” O vigilante ainda não conhece o projeto da USP Leste e não sabe exatamente onde será a entrada. “De qualquer jeito, será muito melhor”, garante.


A extensão já faz avanços com o Nasce

A extensão universitária já vem sendo desenvolvida com êxito pela USP Leste. Desde abril funciona em Ermelino Matarazzo o Núcleo de Apoio Social, Cultural e Educacional (Nasce), que vem desenvolvendo atividades com a comunidade. Em setembro, por exemplo, o Nasce dará início a um curso básico de informática para alunos da rede pública e comunidade, em parceria com a Diretoria de Ensino Leste I, com a Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais (Cecae) e com a Rede Saci. “Capacitaremos monitores para trabalhar em informática com pessoas portadoras de necessidades especiais das escolas da região”, explica a professora Sônia Castellar, da Comissão de Cultura e Extensão da USP Leste.

Nasce foi um curso de aperfeiçoamento sobre impactos ambientais, destinado a professores das escolas públicas da região, previsto para durar até 30 de outubro. Entre maio e junho, aconteceu um curso para professores de Educação Física das primeiras séries do ensino fundamental. “E já temos novas atividades previstas para começar em breve ou sendo encaminhadas”, conta a professora.

Além do curso de informática, estão previstos dois cursos de difusão: prevenção de asma e bronquite, com início em setembro, e agentes comunitários, com início em outubro. “Já recebemos uma proposta para um curso de alfabetização de jovens e adultos e para a criação de uma brinquedoteca”, lembra a professora Sônia.

“A Estação Ciência também já encaminhou uma solicitação, para estudarmos propostas em conjunto.” O Nasce ainda funciona como base de apoio para reuniões do Pró-Universitário, projeto da USP e da Secretaria Estadual de Educação que está organizando cursinhos pré-universitários na região.

 

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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