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O encontro em São Roque: “Novamente a USP poderá ser o paradigma de uma nova concepção de ensino”, afirmou o reitor Adolpho José Melfi


Foi na manhã chuvosa do dia 29 de janeiro que mais um capítulo da história da USP Leste começou a ser escrito. Em um hotel de São Roque, cidade a cerca de 60 quilômetros da capital paulista, estavam reunidos os futuros docentes do novo campus. Estavam lá para discutir as diretrizes que conduzirão os dez cursos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). Pontos importantes como o Ciclo Básico e a disciplina Resolução de Problemas faziam parte da pauta do seminário, que se estendeu pelo domingo, dia 30, com o planejamento geral e das disciplinas.

A abertura dos trabalhos ficou a cargo do reitor da USP, professor Adolpho José Melfi, que fez um histórico acerca da implantação da USP Leste. “Este é um projeto inovador. Estamos inovando tanto do ponto de vista da infra-estrutura quanto do ponto de vista acadêmico”, afirmou.

Melfi enfatizou o fato de os dez cursos serem sediados em uma mesma unidade, com um número mínimo de departamentos, o que facilitará a integração dos docentes não só no que se refere às atividades de ensino, mas também na pesquisa e na extensão. “A responsabilidade de vocês para que esse projeto dê certo é muito grande, porque novamente a USP poderá ser o paradigma de uma nova concepção de ensino”, ressaltou aos participantes. O reitor fez alusão à criação do Núcleo de Apoio Social, Cultural e Educacional (Nasce), que está localizado no centro de Ermelino Matarazzo e oferece uma série de atividades de extensão para a comunidade da região.

A pró-reitora de Graduação, Sonia Penin, iniciou sua apresentação afirmando que “este é um momento de júbilo para todos nós”. A inovação dos cursos também foi um dos aspectos destacados pela professora, que discorreu também sobre o sistema de avaliação institucional da USP. “De agora em diante, a tarefa principal, sobretudo da Pró-Reitoria de Graduação, será a de acompanhar e avaliar a grade curricular de cada um dos cursos, do projeto como um todo”, explicou.

Participação

A presidente da Comissão Central do Projeto USP Leste, professora Myriam Krasilchik, definiu a criação do Ciclo Básico recorrendo aos tempos da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, na rua Maria Antonia. “Havia o sentimento da interdisciplinaridade em todos nós que convivíamos na Faculdade de Filosofia, na Maria Antonia”, lembrou. “Achávamos que deveríamos superar essa segregação que nos coloca em guetos disciplinares, que, por força do trabalho e das exigências da carreira acadêmica, acabam nos confinando e impedindo o intercâmbio de idéias, que é extremamente importante.”

Myriam fez um panorama do Projeto USP Leste, desde a formação da comissão, em maio de 2002, até os desafios futuros do novo campus. “Só chegamos aqui porque houve, em cada instância da Universidade, extrema boa vontade. E essa boa vontade não é emocional, mas uma confiança e uma certeza de que a USP está fazendo o correto e o necessário”, disse.

Para o coordenador-geral da USP Leste, professor Celso de Barros Gomes, “esse foi o projeto mais participativo de toda a história da USP”. E os números apresentados por Barros Gomes durante o seminário comprovam essa participação. Nos processos seletivos para os professores, por exemplo, realizados nos meses de novembro e dezembro do ano passado, foram organizadas 31 bancas examinadoras, reunindo 114 docentes da Universidade. Mais de 807 candidatos se inscreveram para as 65 vagas oferecidas, dos quais 107 foram aprovados e 59 indicados para fins de contratação.

Quanto ao processo de transferência de docentes, segundo o coordenador-geral, uma comissão especialmente formada para tal finalidade analisou as 24 solicitações recebidas, que resultaram em cinco transferências efetivadas e quatro que aguardam a resolução das unidades envolvidas.

Infra-estrutura

Além das questões relacionadas ao projeto pedagógico, os cerca de 110 participantes do seminário também tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a infra-estrutura do campus e o projeto de gestão ambiental da área.

O coordenador do Espaço Físico da USP, professor Antonio Marcos de Aguirra Massola, mostrou fotos dos prédios já finalizados, que representam a primeira fase das obras. Assim os professores puderam conhecer o Núcleo Inicial Didático, um prédio de dois pavimentos com oito salas de aula, três salas especiais para acomodar 120 alunos em cada uma, duas salas para informática, dois laboratórios básicos, sala para biblioteca e sala para docentes; o Centro de Apoio Técnico (CAT), com 600 metros quadrados, que acomodará a administração; o prédio destinado à segurança do campus; e o refeitório de 540 metros quadrados, com capacidade para servir 220 refeições.

Além disso, Massola apresentou ilustrações em 3D referentes à segunda fase do projeto, que prevê a construção de dois blocos, que abrigarão salas de aula e de docentes, auditórios, laboratórios, administração e biblioteca. Segundo o coordenador, até meados de 2006 a infra-estrutura estará completa.

O prefeito do campus da Capital, Wanderley Messias da Costa, fez a apresentação do projeto de gestão ambiental da área e dos serviços de transporte e segurança, inclusive os voltados à acessibilidade do deficiente físico, que estarão à disposição de alunos, funcionários técnico-administrativos e docentes. No que se refere à gestão ambiental, Costa falou sobre o projeto de tratamento de esgoto e reúso da água, que servirá como fonte de irrigação das áreas verdes, e do gerenciamento dos resíduos sólidos e reciclagem. Está prevista também a criação do Centro Integrado de Pesquisas Ambientais sobre as Metrópoles. “Não existe nenhum centro desse tipo no Brasil”, mencionou o prefeito.

Cursos

Os coordenadores dos cursos detalharam a estrutura e o projeto pedagógico de cada uma das áreas. O presidente do Conselho Diretor dos Cursos da USP Leste, professor Jorge Mancini Filho, que presidiu os trabalhos, destacou “a grande motivação dos coordenadores”.

Para os professores que participaram do seminário, desafio é a palavra que resume o sentimento de estar prestes a iniciar o ano letivo. A professora Cristina Adams, que lecionará no curso de Gestão Ambiental, acredita que esse tipo de evento ajuda a formar o “espírito de corpo da unidade, porque se tem a oportunidade de conhecer as pessoas que trabalharão com você”.

O professor Alneu de Andrade Lopes, do curso de Sistemas de Informação, afirmou que o fato de os cursos terem uma proposta inovadora é estimulante. Lopes era professor do campus de São Carlos e pediu transferência para a nova unidade. “É muito interessante participar de um processo que está começando”, expôs. Este foi o segundo seminário sobre a USP Leste. O primeiro foi realizado nos dias 16 e 17 de outubro do ano passado, também em São Roque, e reuniu os coordenadores dos cursos.

 


A reunião de professores e coordenadores da USP Leste, no dia 29 de janeiro, em São Roque, foi o segundo encontro desse tipo organizado com o objetivo de integrar os docentes que atuarão no novo campus a partir de 28 de fevereiro. Um outro encontro semelhante, o workshop “USP Leste: Planejamento e Implantação”, ocorreu nos dias 16 e 17 de outubro de 2004, também em São Roque.

Naquele primeiro encontro, dirigido pelo coordenador-geral do Projeto USP Leste, professor Celso de Barros Gomes, os participantes dedicaram-se a discutir, entre outros temas, a implantação do Ciclo Básico, as disciplinas comuns a todos os
cursos do novo campus –, uma novidade pedagógica.

O objetivo do Ciclo Básico é promover a iniciação acadêmica dos novos alunos em propostas interdisciplinares e que estejam voltadas à realidade da sociedade e da região, explicou no encontro a professora Myriam Krasilchik, presidente da Comissão Central
da USP Leste.

Os coordenadores de cursos também falaram naquele primeiro encontro. O professor José Afonso Mazzon, coordenador do curso de Marketing, por exemplo, disse que o curso ministrado na USP Leste será um dos melhores do País. “A proposta é formar alunos com forte base teórica, com grande instrumentalização técnica em gestão de informações e decisões em marketing e uma postura ética na condução das atividades empresariais.”

Já as professoras Yeda Aparecida de Oliveira Duarte (foto acima) e Dulce Maria Rosa Gualda, coordenadoras de Gerontologia e de Obstetrícia, respectivamente, ressaltaram a formação mais humanística que os alunos terão e os problemas de saúde enfrentados pela população, principalmente a questão do distanciamento no relacionamento médico-paciente. “A falta de respeito pelas pessoas e a falta de atenção às suas queixas é um grave problema”, explicou Dulce.

“O ambiente é a única coisa partilhada por todo mundo.” Assim o professor Waldir Mantovani resumiu a importância do novo curso de Gestão Ambiental, que ele coordena. “Ambiente traz a idéia de natureza, mas é muito mais do que isso. Na USP Leste, queremos resgatar o conceito de universidade, trazendo um conjunto de bases para a formação de um aluno multidisciplinar, capacitando-o para entender e atuar dentro de uma visão prática de cidadania”, explicou.


 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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