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Romancini

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





 

 

 

 


Claudia


professora Helena : etapa de preparação pedagógica do PAE fortalece a graduação
e fornece aos pós-graduandos um treinamento capaz de torná-los docentes didaticamente mais bem preparados

Seguir a carreira docente e dedicar-se à pesquisa sempre foi a intenção de Richard Romancini. Em 1998, ele começou a freqüentar as salas de aula da Escola de Comunicações e Artes (ECA) como aluno ouvinte. Entrou no curso de mestrado em 1999, no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA, sob a orientação da professora Ana Maria Balozh, tendo como tema de investigação os leitores de Paulo Coelho. Nessa época, descobriu o Programa de Aperfeiçoamento do Ensino (PAE), um programa da Pró-Reitoria de Pós-graduação da USP que tem como objetivo aprimorar a formação dos pós-graduandos através de estágios em atividades de ensino de graduação, mediante o oferecimento de uma ajuda de custo.

Romancini passou a monitorar as aulas da professora Maria Immacolata Vassalo de Lopes. Assim ele aprendeu, através de seminários sobre preparação pedagógica para o estágio, como auxiliar as aulas e ajudar os graduandos na preparação dos seus trabalhos e no entendimento da teoria. Por ter gostado tanto da experiência, Romancini, hoje cursando doutorado, continua no PAE, mas como voluntário. “Acho tão importante que deveria ser obrigatório para todos os alunos de pós-graduação. É uma oportunidade de interlocução com os alunos da graduação”, ressalta.

O PAE é um treinamento para a docência do pós-graduando. Por isso, para Romancini, participar desse programa é dar retorno da sua formação acadêmica para a universidade pública. “Além disso, do ponto de vista pessoal, é muito enriquecedor”, observa. Mas ele ressalta que é “muito prejudicial” para os alunos de graduação quando essa oportunidade se torna um “tapa-buracos” por falta de professores.

Para Claudia Mogadouro, também aluna de mestrado da ECA, passar pela experiência do PAE lhe deu muita segurança para enfrentar a sala de aula e conseguir uma linguagem próxima dos alunos. “Tivemos um conjunto de palestras com professores da Faculdade de Educação e da ECA, no qual discutimos a experiência em docência”, afirma.

Este ano Claudia atua como monitora na disciplina Teoria e Métodos de Pesquisa em Comunicação, da ECA, que conta com cerca de 70 alunos das áreas de Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Editoração. Em sua função, Claudia acompanha todas as aulas da professora responsável, auxiliando-a nas correções dos trabalhos, indicando bibliografias, tirando as dúvidas dos alunos e ajudando na orientação teórica e na pesquisa de campo.
Para ela, essa experiência é ótima. “Essas atividades me ajudaram muito a organizar o meu pensamento metodológico. Quando você ajuda o aluno a pensar uma pesquisa, automaticamente você está estruturando o seu pensamento para o trabalho de pesquisa exigido pelo mestrado. As idéias ficam mais claras e é mais fácil trabalhar”, ressalta.

Preparação pedagógica

O PAE existe na Universidade desde 1994. Recebeu alterações em 2000 para adaptar-se às normas da Capes, que passou a exigir de seus bolsistas de mestrado e doutorado o estágio supervisionado de um e de dois semestres, respectivamente. Com isso, o programa, que antes era voluntário, passou a ser obrigatório, abrangendo um contingente bem maior de alunos.

Com a reformulação, o PAE passou a ter duas etapas: a preparação pedagógica e o estágio docente propriamente dito. “Desse modo, o programa tornou-se mais visivelmente voltado ao aperfeiçoamento da formação docente e a etapa de preparação passou a ser aplicada a todos os alunos que dele participavam”, explica a professora Helena Coharik Chamlian, docente da Faculdade de Educação da USP e coordenadora da Comissão Central do PAE.

A inclusão da etapa da preparação pedagógica trouxe à discussão a questão da formação pedagógica docente de nível superior, uma vez que os cursos de pós-graduação, além de formarem os pesquisadores de cada campo do conhecimento, são a única via institucional para tal formação. Segundo a professora Helena, a preparação pedagógica traz grandes benefícios para o ensino superior. O programa foi muito bem aceito já desde o início, recebendo rapidamente adesão por parte de todos os professores, expandindo-se e preenchendo todas as vagas.

Ela conta que, com o desenvolvimento do programa, verificou-se a necessidade de oferecer ao estagiário uma espécie de contrapartida, pois é no curso de pós-graduação que ele estrutura sua formação docente. “É uma contrapartida do programa, de modo que ele se debruce sobre as questões de ensino, objetivo da preparação pedagógica”, diz. A intenção da equipe de coordenação do PAE sempre foi a de que cada programa de pós-graduação estruture uma proposta de preparação pedagógica, para que não se feche apenas na questão do domínio metodológico, do domínio de técnicas, de como ensinar e de como se portar em sala de aula.

A preparação pedagógica contempla uma variedade de modalidades, não apenas cursos, mas também seminários e discussões sobre produção de material didático. “Não é para transformar a preparação pedagógica numa camisa-de-força”, ressalta Helena. “Partimos do pressuposto de que todo mundo envolvido no PAE deve ser capaz de falar da atividade que exerce, ou seja, se todos os professores dão aula, devem ser capazes de falar sobre isso. Temos trabalhado no sentido de estimular experiências, formas diferentes de fazer a preparação pedagógica.”

Uma das formas encontradas pela equipe de coordenação para acumular experiências é promover seminários, convidando os alunos de mestrado e doutorado, com trabalho de pesquisa específico na área de ensino superior, para contarem suas experiências como alunos estagiários do PAE.

A preparação pedagógica nas unidades da capital se dá de diferentes maneiras. Por exemplo, na ECA ela ocorre a partir de um programa de conferências, com palestrantes convidados, em que se discute a comunicação e artes no Brasil e suas relações com a educação, a universidade e a sociedade. Já a Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) desenvolve seminários em pedagogia do movimento humano. Na Escola de Enfermagem (EE), o aluno bolsista desempenha funções de observador ou facilitador do processo de ensino-aprendizagem. Outras unidades transformaram a preparação pedagógica em uma disciplina com conteúdo voltado para a formação do docente. É o caso das Faculdades de Arquitetura e Urbanismo, de Medicina, de Medicina Veterinária e Zootecnia, de Odontologia e de Saúde Pública e dos Institutos de Química, de Psicologia e de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas.


 

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