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O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene, marco do expressionismo no cinema

Panorama da produção alemã

São duas grandes mostras. O Centro Cultural Banco do Brasil exibe a partir desta semana traz clássicos que marcaram o expressionismo alemão do início do século 20, além de produções que tiveram influência desse movimento. O filme que propriamente inaugurou o expressionismo foi O Gabinete do Dr. Caligari

(1920), de Robert Wiene, exibido nesta terça, às 20h (reprise na quinta, às 17h30). Entre os outros clássicos estão O Vampiro de Düsseldorf (1931) de Fritz Lang, na quarta, às 17h30 (reprise sábado, às 20h); o raro Segredos de uma Alma (1926) de G.W. Pabst, quarta, às 20h (reprise no sábado, às 15h); O Processo (1962) de Orson Welles (sexta, às 15h) e O Golem (1920), do diretor Paul Wegener, que antecipou os princípios estéticos do movimento (domingo, às 17h30). Entre os mais recentes, filmes de Roman Polanski, David Lynch, David Cronenberg e Heitor Dhalia. Na próxima quinta, às 19h30, acontece um debate com o curador da mostra, Gustavo Galvão, e o professor da ECA/USP Rubens Machado Jr., que apresentam um panorama do expressionismo e seus aspectos no cinema mundial e brasileiro.

Já a mostra exibida no Cinusp traz nesta semana três filmes pós-Segunda Guerra Mundial, delineando o plano temático e estético das produções do Novo Cinema Alemão. Desta vez, são três produções de Rainer W. Fassbinder, que através de adaptações de suas peças teatrais e de textos alheios se debruça sobre o universo feminino como forma de representar a sociedade à procura de uma ética. Num Ano com 13 Luas (1978) preocupa-se em contar os últimos dias de um travesti em Frankfurt (segunda, terça e sexta, às 16h, e quarta, às 19h); Roleta Chinesa (1976), sobre a menina Ângela, paralítica, que decide revelar a relação mentirosa que seus pais mantêm entre si (quarta, às 16h, terça e quinta, às 19h); e Lili Marleen (1980) sobre a relação de um músico suíço e sua mulher que se vêem presos em Munique durante o início da Segunda Guerra (quinta, às 16h, segunda e sexta, às 19h). A mostra continua até 13 de maio e ainda exibe uma seleção de curtas-metragens de Alexander Kluge, que ressaltava que o cinema na Alemanha Ocidental deveria "tomar consciência de sua responsabilidade pública".

O CCBB fica na r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651. Os ingressos custam R$ 4,00 e R$ 2,00, sendo que as primeiras sessões do dia exibem filmes em DVD e têm entrada gratuita (retirar senha com meia hora de antecedência). E o Cinusp, na r. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária, tel. 3091-3540, com entrada franca.

 

 

 


O medo e a coragem de voltar às ruas

O Cárcere e a Rua

Acaba de entrar em cartaz em São Paulo o documentário O Cárcere e a Rua, da gaúcha Liliana Sulzbach, premiado como Melhor Documentário no Festival de Gramado e no Fórum Doc.BH e ainda com o Prêmio José Lewgoy de Melhor Longa-Metragem Gaúcho.

Apesar de acompanhar a vida de três detentas da Penitenciária Madre Pelletier, não é um filme sobre o sistema prisional mas sobre a vida dessas mulheres. Em primeiro plano, Cláudia, 54 anos, a mais antiga e respeitada na penitenciária, que está cumprindo 28 anos de sua terceira pena, e que depois de 17 anos de reclusão está prestes a sair da prisão para o regime semi-aberto. Paralelamente, a trajetória de Betânia, 28 anos, já acostumada com o cárcere depois de quase três anos, e que também vai para o semi-aberto e fica tentada a fugir, e de Daniela, de apenas 19 anos, que, grávida, acaba de entrar na prisão à espera de julgamento por ter matado seu primeiro bebê, fato que nega. Foram três anos de visitas à penitenciária e cerca de cem entrevistas feitas na instituição. A intenção da diretora é mostrar os medos e incertezas das três presidiárias, acompanhando seu cotidiano dentro e fora da prisão; segundo ela, o documentário fala muito mais de adaptação, luta pela sobrevivência e visibilidade social.

 

 

 

Cinema panamenho

Nesta quarta e quinta, a Sala Cinemateca exibe o Festival Internacional de Cine Las Garzas, realizado no ano passado no Panamá, reunindo 28 curtas-metragens, incluindo filmes da década de 40 (oportunidade para conhecer a história de um país ainda em formação) até produções recentes. São filmes de ficção, alguns baseados em lendas populares, docu-mentários sobre a cultura e costumes panamenhos e obras experimentais. Na abertura, após exibição dos filmes às 18h, acontece debate com os cineastas Anel Reyes e Jonathan Harker, e participação de Shanida G. Gutiérrez (uma das fundadoras e diretora-geral do festival), seguido de coquetel. Na quinta, as sessões acontecem de hora em hora a partir das 16h30 até 20h30. A Cinemateca fica no Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana, tel. 5084-2177. Entrada franca.

 

 

 

Pré-estréia e filmes poloneses

Mondovino (EUA/FRA, 2004), de Jonathan Nossiter, tem pré-estréia nesta quarta, às 19h, no Museu da Imagem e do Som. O documentário retrata o mundo do vinho em três continentes, em regiões como Bordeaux, Florença, Napa (Califórnia), Cafayate (Argentina) e Pernambuco. O conflito pelo domínio dos hectares é a chave do filme: milionários na Califórnia, rivalidades entre duas aristocracias florentinas, batalha de três gerações em uma família borgonhesa, entre outros cenários. Mondovino foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Cannes de 2004 e indicado ao prêmio César de Melhor Filme da Comunidade Européia. No MIS (av. Europa, 158, tel. 3062-9197), com entrada franca. Também nesta semana, dois filmes com direção de fotografia do polonês Grzegorz Kedzierski são exibidos: Avalon, uma ficção científica influenciada pela animação japonesa (quinta, às 19h, seguido de debate com o fotógrafo, e sábado, às 20h30); e A Ferro e Fogo, uma das maiores bilheterias do cinema polonês, baseado na obra homônima de Henryk Sienkewicz sobre uma história de amor na Polônia do século 17 (sexta, às 20h30, e domingo, às 19h).

 

 

 

Estréia e Sessão Dupla do Comodoro

Bom Dia, Noite (2003), de Marco Bellocchio, entra em cartaz com cópia exclusiva no Cinesesc. Vencedor de três prêmios no Festival de Veneza de 2003 e do prêmio de Melhor Filme no European Film Award, a fita conta através da personagem fictícia Chiara, a história do líder da Democracia Cristã, Aldo Moro, que em 1978 foi seqüestrado e morto pelo grupo extremista Brigada Vermelha em um dos casos mais chocantes da história política italiana. E na Sessão Dupla do Comodoro nesta quarta, às 21h30, são exibidos os filmes inéditos: Chuva de Luz na Montanha Vazia (Taiwan/Hong Kong, 1979), de King Hu, que se passa na China da dinastia Ming, em que o superior de um monastério budista precisa escolher um sucessor; e Paganini (Itália/França, 1989), único longa escrito e dirigido pelo ator Klaus Kinski, sobre Niccolo Paganini, chamado de “o violonista do diabo” pela Igreja católica que o perseguiu obstinadamente (falado em inglês sem legendas, mas que não interfere no entendimento já que a maior parte dos diálogos são em off; e com exibição de making of antes da exibição do filme). O Cinesesc fica r. Augusta, 2.075, tel. 3082-0213. Os ingressos custam R$ 10,00 (sexta, sábado, domingo e feriado), R$ 8,00 (terça e quinta) e R$ 6,00 (quarta); para sessão dupla a entrada é gratuita com senhas distribuídas meia hora antes.

 

 

 

Um homem de cinema

Ator, diretor, sonoplasta, fotógrafo, o paulistano Walter Rogério ganha homenagem nesta semana com mostra no Centro Cultural São Paulo. Abrindo a programação na terça, às 16h, Cidade Oculta (1986), dirigido por Chico Botelho, que também assina o roteiro ao lado de Arrigo Barnabé, Luiz Gê e Walter Rogério; Ensino Vocacional (1969), uma experiência realizada no Colégio Oswaldo Aranha, dirigido por Walter Rogério, Aloysio Raulino, Jan Koudella, João Coutinho e Plácido Campos Junior (18h); e Olhos de Vampa (1996), dirigido por Walter Rogério, sobre crimes seriais em São Paulo (20h). Ainda na programação, Anjos da Noite (1987), sonoplastia de Walter Rogério; e Pós-modernidade (1989), com montagem de Walter Rogério. O CCSP fica na r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel. 3277-3611. A entrada é gratuita.

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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