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A
s inscrições para os cursos de pós-graduação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP serão adiadas para uma reformulação no programa. Segundo a presidente da Comissão de Pós-Graduação da ECA, Maria Immacolata Vassalo de Lopes, as mudanças tornarão o programa mais integrado, beneficiando estudantes e professores. A ECA pretende também que o novo programa alcance uma nota mais alta na avaliação da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior).

As inscrições para o programa de pós, que normalmente acontecem em setembro, serão adiadas alguns meses, mas os novos ingressantes deverão começar seus cursos em março, como de costume. “O novo programa está sendo avaliado neste momento na Pró-Reitoria de Pós-Graduação. O processo de seleção será adiado e o novo calendário ainda não foi determinado. As inscrições possivelmente acontecerão em janeiro, mas o início dos cursos será mantido para março, de forma a não prejudicar os estudantes”, diz Immacolata.

O principal motivo para a reformulação, segundo a professora, é que o programa estava pouco integrado nas suas áreas e linhas de pesquisa. “A reformulação consiste basicamente num novo recorte das áreas de concentração, proporcionando um aproveitamento mais orgânico da produção dos professores em pesquisa. Havia uma sobrecarga de pessoas em cada programa e ficava difícil acompanhar suas atividades. A ECA terá uma pós-graduação melhor”, garante.

A pró-reitora de Pós-Graduação, Suely Vilela, explica que os dois programas atuais da pós-graduação da ECA – o de Comunicação e o de Artes – sofrerão alterações estruturais. O Programa de Ciências da Comunicação, que tem mais de 120 orientadores em cinco áreas de concentração, foi desmembrado com a criação do Programa de Ciências da Informação, que já está em processo de avaliação na Capes. “Enquanto isso, o restante está sendo reestruturado em três áreas de concentração”, diz a pró-reitora.

Política sistemática

O Programa de Artes, por sua vez, será desmembrado em três: Artes Cênicas, Artes Visuais e Música. “O objetivo é buscar um aperfeiçoamento da estrutura do programa e dar visibilidade às nossas competências acadêmicas. A forma como o programa está estruturado hoje prejudica a visibilidade. Com isso, o conceito dado pela Capes é baixo em relação à nossa realidade acadêmica.” Hoje, o Programa de Comunicações tem nota 3 e o de Artes, nota 4.

A pró-reitora afirma que a reformulação faz parte de uma política de aperfeiçoamento dos programas de pós-graduação encampada pela USP. “O momento é propício para aplicar essa política na ECA. O processo de reestruturação de áreas é relativamente rápido, por isso optou-se por esperar pelo novo programa, para que fosse aberto o processo seletivo. Com isso, os ingressantes já encontrarão o curso reestruturado.” Segundo ela, as mudanças não atrapalharão os candidatos que já prepararam seus projetos. “Eventualmente ele apenas será direcionado para uma nova área de concentração.”

Além das mudanças na estrutura do programa, Immacolata destaca a questão da produtividade dos professores como outro ponto importante da reformulação. A comissão diagnosticou que a produção acadêmica dos professores da ECA é subavaliada, já que não há critérios precisos para a apreciação da atividade artística dos docentes. “Temos, entre os professores, muitos artistas cuja produção precisa ser reconhecida. São cineastas, artistas plásticos, músicos, designers e curadores cuja produção, de alta qualidade, não se resume a publicações em livros e periódicos”, diz.

Maria Immacolata e Suely Vilela concordam que a Capes está à espera de uma definição sobre a produção acadêmica dos artistas. “Essa discussão não se limita à ECA. As áreas de Arquitetura e Letras compartilham dessa dificuldade. A USP se dá a tarefa de desenvolver esses critérios de inclusão da produção artística na pesquisa e de levar essa discussão para o Brasil”, afirma Immacolata. “A área trabalha com a produção científica e artística e ambas precisam ser computadas. Encontrar meios para isso é uma responsabilidade da própria Universidade”, conclui a pró-reitora.

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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