Debater
e refletir sobre as formas como a inovação tecnológica
desenvolvida na Universidade pode contribuir com a comunidade é
a meta do 6o Seminário de Cultura e Extensão Universitária.
Será realizado nos próximos dias 30 e 31 e a proposta
é reunir professores, funcionários e alunos da USP
e de outras instituições de ensino público
e privado em uma ampla discussão para avaliar como vem ocorrendo
a transmissão dessas tecnologias. Os debates serão
apresentados no Anfiteatro Camargo Guarnieri, na Cidade Universitária,
e transmitidos pelo sistema de videoconferência para os campi
de Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos.
O evento também poderá ser acompanhado pela Internet,
na página eletrônica da Pró-Reitoria de Cultura
e Extensão Universitária (www.usp.br/prc).
Através desse evento, pretendemos constituir mais uma
oportunidade para o debate de conceitos, para a exposição
de exemplos de ações estabelecidas no âmbito
da USP, envolvendo a cultura e a tecnologia, explica o professor
Adilson Avansi de Abreu, pró-reitor de Cultura e Extensão
Universitária da USP. Tanto a Universidade quanto o
Estado devem ter sensibilidade para permitir que a pesquisa pura,
a partir de um certo momento, se desenvolva também como processo
produtivo e tecnológico. É muito importante que as
organizações externas à Universidade se conscientizem
de que devem dar todo apoio à Universidade, em sua pesquisa,
para que os resultados possam ser desenvolvidos no chão da
fábrica. O pró-reitor lembra que, no ano passado,
o evento registrou um grande número de acessos. Não
teríamos espaço para reunir 3 mil pessoas para debater
na Cidade Universitária. O encontro só foi possível
graças à aplicação da tecnologia. Desde
2003, utilizamos a técnica da videoconferência. Neste
ano, esperamos que pessoas de todo o País acompanhem o seminário
via Internet.
A transmissão do 6o Seminário de Cultura e Extensão
conta com o apoio técnico do Centro de Computação
Eletrônica (CCE) e de setores da Coordenadoria de Comunicação
Social (CCS) da USP.
Lugar
da descoberta
Tecnologia, para o professor Avansi, é uma palavra mágica.
Esse é o eixo de articulação do conhecimento
desenvolvido na Universidade com o próprio desenvolvimento
da sociedade, observa. Hoje, quase todo o processo produtivo
está baseado na inovação. Os países
que conseguem abrigar mais inovação tecnológica
em seus processos produtivos são os que se desenvolvem mais
e a universidade tem papel fundamental no desenvolvimento do conhecimento.
Importante destacar que, se a Universidade é o lugar da descoberta,
o lugar do desenvolvimento e do teste dessas inovações
está na sociedade, nas suas diferentes formas de organização.
Apesar do êxito do evento, o professor Avansi reconhece que
a articulação da inovação tecnológica
entre Universidade e sociedade ainda é feita de maneira um
pouco experimental. Não temos muita tradição
na organização da transferência desse conhecimento.
Esse processo ainda é um pouco difícil. Mas progressivamente
está se tentando encontrar um mecanismo mais objetivo e concreto
e operacionalmente mais ágil. A divulgação
da inovação tecnológica vem sendo administrada
pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pró-Reitoria de Cultura
e Extensão Universitária, pela Coordenadoria Executiva
de Cooperação Universitária e de Atividades
Especiais (Cecae) e pela atual Agência de Inovação
Tecnológica da USP.
Os interessados em participar do 6o Seminário de Cultura
e Extensão podem se inscrever gratuitamente na Pró-Reitoria
de Cultura e Extensão Universitária, na rua da Reitoria
109, anexo 1, e também por fax, correios ou Internet. Mais
informações pelos telefones (11) 3091-2093, 3091-3349
e 3091-3348.
Mostra
de Tecnologias
A
grande novidade do 6o Seminário de Cultura e Extensão
será a Mostra de Tecnologias USP na Sociedade. Cerca
de 40 estandes serão montados em frente ao Anfiteatro
Camargo Guarnieri, local onde estará concentrada a
maior parte das atividades do seminário. A grande
maioria das unidades, institutos e museus de todos os campi
da USP estarão presentes, conta José Otávio
Brito, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (Esalq) e coordenador da comissão organizadora
do evento. O público vai poder conhecer, por
exemplo, as atividades da Estação Ciência,
do Museu Paulista e do Museu de Arte Contemporânea (MAC)
e a forma como eles se relacionam com o público. Serão
distribuídos folders com a sua programação
e também sua história e a tecnologia que desenvolvem
no dia-a-dia.
Brito explica que várias unidades da USP apresentarão
importantes pesquisas que tiveram resultados concretos. Entre
elas estarão a Escola Politécnica, Escola de
Comunicações e Artes (ECA) e as Faculdades de
Economia, Administração e Contabilidade (FEA),
de Odontologia, de Medicina e de Medicina Veterinária.
A Esalq, por exemplo, apresentará o projeto Frango
Feliz, que vem sendo muito aplicado pelos pequenos e médios
produtores. Trata-se de uma tecnologia que permite produzir
uma linhagem de frango em ambiente não confinado. Ou
seja, é uma nova tecnologia para resgatar o frango
com a qualidade daqueles criados nos fundos dos quintais.
Na avaliação do professor, a mostra vai destacar
exemplos concretos de desenvolvimento cultural e tecnológico.
No ano passado, o evento abordou a interação
entre Universidade e sociedade, discutindo os conceitos, missões
e formas de ações. Mas por conta da amplitude
e complexidade do assunto entendemos que, além da abordagem
conceitual, seria importante destacar exemplos concretos de
ações afirmativas da USP na sociedade, em especial,
aqueles indissociáveis às suas funções
de ensino e pesquisa.
Brito enfatiza que uma ação de pesquisa pode
ser considerada encerrada quando se obtém os dados,
se fazem as devidas interpretações e se apresentam
as conclusões. Porém, não teria sentido
se tudo isso permanecesse na gaveta de quem pesquisou. É
importante divulgar o que foi realizado e, quando isso ocorre,
exercita-se uma ação de extensão universitária.
É o que ocorre nas contribuições oferecidas
nos eventos técnicos e científicos e nos artigos
publicados em periódicos. Potencialmente, com tais
ações, pode-se ampliar o compartilhar dos resultados
obtidos. A quantidade de publicações científicas
tem sido usada como instrumento político-administrativo,
para se avaliar uma das funções da Universidade,
que é a de realizar pesquisa. No entanto, há
a necessidade de se ter a devida cautela para que a produtividade
em publicações não seja usada como sinônimo
de desempenho acadêmico, porque este inclui, além
da pesquisa, os demais aspectos da função e
do papel da Universidade.
Nesse sentido, Brito acredita que a extensão pode oferecer
uma grande contribuição, pois, acima do julgamento
clássico unicamente quantitativo, ela permite que o
trabalho seja submetido a um julgamento mais amplo, o que
inclui o julgamento quanto ao novo conhecimento ou à
nova tecnologia gerados e seu uso efetivo pela sociedade.
Acreditamos que a USP ainda não tem otimizada
e institucionalizada a compreensão e nem o exercício
dos processos ligados à relação pesquisa-extensão-comunidade.
Sobretudo, se considerarmos as carências e as necessidades
pragmáticas do nosso país. Como modelo acadêmico,
seguido por muitas outras instituições, cabe
à USP a função de avaliar, discutir e
apresentar suas efetivas propostas nesse campo. O 6o Seminário
de Cultura e Extensão oferece uma dessas oportunidades.
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